Por Amor A Pista

Não apenas sobre mim.

#vrumvruuum🏁

A adrenalina corre na minha veia, tão intoxicante que me faz querer ser cada vez mais capaz de me afogar em um mar agitado, de viver como alguém que sempre busca por mais daquela sensação prazerosa de viver.

Como um pássaro voando, o sentimento de liberdade, a sensação inebriante cobrindo meu corpo, um grande manto sendo jogado por cima de mim. Era confuso dizer até onde eu iria, no entanto era certo saber que eu não estava destinado a permanecer no mesmo lugar.

Extasiante era a forma em que eu poderia descrever, tão alto como as nuvens no céu, como as estrelas na noite. O sereno beijando minha pele de tal forma que me fazia arfar a cada vibração sentida em forma da ventania passando por mim.

Era reconfortante.

Meus olhos pousavam sobre meus pais, que dançavam ao som de uma música italiana. O gosto de satisfação banhando suas expressões, feliz por ter toda a família reunida, por estarmos festejando juntos.

Angela sorria encantada em direção ao homem que escolheu como marido, cada movimento de seu corpo sendo conduzido pelo moreno, que parecia mais que feliz em ter a mulher de sua vida entre seus braços, guardando-a como seu maior tesouro conquistado.

A noite era como uma quarta pessoa intrusa, observando a felicidade que irradiava dos poros de cada um presente no quintal. Eu estava satisfeito com aquela cena pura, o romantismo e a graça de cada demonstração de afeto.

O sabor do vinho dançando em minha língua e deixando minha mente à deriva de uma bomba repleta de pensamentos, tanto os que eu queria que fossem deixados para trás, quanto às novas preocupações que me impediam de dormir bem.

Eu deveria estar feliz.

Meus pais estavam felizes, e isso era percebido em cada movimento feito pelos corpos dançantes sobre o gramado verde e bem cuidado, os giros, as breves pausas e os olhares, sendo melhores cenas que qualquer filme poderia tentar reproduzir. Os rostos corados pela embriaguez também estavam presentes, assim como grandes sorrisos.

Era encantador a forma em que Jihoon segurava minha mãe, a música acompanhando o casal em uma linda declaração do seu mais doce e puro amor. Éramos uma linda família, eles haviam construído algo que muito desejavam conseguir.

Era uma pena que por mais que os sentimentos confortantes estivessem presentes, ainda era inevitável não sentir falta de algo, de alguém.

Coberto pela embriaguez, um sorriso amargo se apossou de meus lábios. A bebida já se mostrando aparente em minhas ações, meus pensamentos sendo levados para memórias que eu queria suprimir, esmagar até que não fossem consideradas memórias.

Nunca foi bom continuar a cavar aquilo, não era bom pensar tanto. Com um suspiro, passei as mãos nos cabelos, percebendo que os dançarinos se aproximavam, seus sorrisos agora sendo direcionados para mim.