Capítulo II - América

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Nota: O que acharam do ritmo do capítulo anterior? Eu pensei em deixar ele bem corrido para mostrar a “confusão” que Daemon estava depois de tanto tempo longe da família e em um casamento de conveniência/fachada. Esse vai ser um pouco mais tranquilo. Resolvi postar logo porque é o capítulo do reencontro!

- Como você conheceu meu irmão?

Daemon estava impressionado. Viserys realmente tinha arrumado a viagem, ele tinha o melhor quarto do navio e agora estava na proa de um navio conversando com Dalton Greyjoy.

- Está vendo toda essa madeira aqui? – O homem fala dando uma pisada mais forte – Tudo das terras de Viserys.

- Sério?

- Sério. Seu irmão agora reduziu a produção... a Coroa anda querendo as melhores madeiras para a marinha. Então Viserys começou a “pegar” mais leve... não que a ideia tenha sido dele. Foi Rhaenyra quem pensou em tudo.

- Você conhece a minha sobrinha?

- Pedi a mão dela diversas vezes... e fui negado em todas. Assim como muitos, ainda estou disposto a desposar Rhaenyra mesmo ela não podendo ter filhos.

Daemon não sabia disso. Então era por isso que Rhaenyra ainda estava solteira. Era alguma coisa que ela herdou de Aemma?

- Eu não sabia disso. Da questão dos filhos...

- Lamento então ser logo eu a contar.

- Tudo bem... eu não vejo a minha família já vai fazer quase 9 anos.

Daemon resolveu mudar de assunto. Ele sabia que Rhaenyra sabia administrar a fazenda, Viserys mencionou isso na carta. Agora... burlar a Coroa Inglesa? Ele gostou disso.

- Você sabe dizer como Rhaenyra lidou com essa questão da madeira?

- Ahhh a menina foi espeta. Algo simples... mas que para as pessoas da colônia mantém a madeira deles como a melhor mas para os funcionários da Coroa...

Greyjoy fez um sinal para um dos marinheiros, e o homem trouxe uma taça de vinho para cada um.

- Sua sobrinha comprou madeira de outra fazenda. Madeira com qualidade inferior e passou a colocar no carregamento da fazenda. Logo depois ela começou a espalhar alguns boatos, junto com as pessoas que trabalham na fazenda que algumas árvores estavam com uma praga.

O homem bebe todo o vinho antes de contar o resto.

- Ninguém questionou ou foi lá ver. A madeira quase podre que ela estava colocando fazia meses junto com as outras acabou servindo como prova. É claro que Viserys não ficou feliz com isso, mas os outros colonos adoraram. E é por isso que só contamos para quem é de confiança – o homem riu alto – Quem ia imaginar? Uma menina passando a perna na Coroa Inglesa.

Se ele já estava ansioso para reencontrar Rhaenyra... agora ele estava a ponto de ir remando se possível.

Daemon se esforçou para ajudar no navio, mas ele não levava muito jeito. Então o que ele pode fazer foi dar algumas aulas de lutas para os marinheiros, que adoraram e sempre pediam para ele e Greyjoy lutarem com as espadas. Essa foi uma das formas que ele encontrou para passar o tempo, a viagem era longa e ele nunca tinha enfrentado mar aberto... o horror de ver a água invadir o convés e o cuidado para não cair no mar.

Os homens muitas vezes se amarravam ao navio, quando isso acontecia, ele sabia que a tempestade ia ser das grandes e se amarrava junto. Ele era o único ali que não estava acostumado, os homens muitas vezes falavam que a tempestade foi tranquila... enquanto para ele parecia que ele tinha acabado de ver a morte.

Apesar disso, Daemon estava feliz, ele não se lembrava da última vez que se sentiu assim, talvez fosse por não estar preso a Rhea e a todas aquelas convenções que ele odiava ou talvez fosse a excitação de saber que logo encontraria Viserys e Rhaenyra.

Especialmente Rhaenyra, os homens apelidaram a sobrinha dele de “deleite do reino” e não cansavam de falar sobre a beleza dela, porém os homens também admiravam a inteligência dela, e por isso em nenhum momento ele ouviu comentários desrespeitosos sobre a sobrinha. Ele não tinha dúvidas que a sobrinha ia ser linda, ela era uma Targaryen, porém ele ficava cada vez mais curioso e também encantado com as histórias que ouvia sobre ela.

Daemon já tinha desistido de tentar contar o tempo de viagem quando finalmente avistaram terras. O navio parou abasteceu e um dos marinheiros avisou para ele que agora seria rápido, o vento e maré acabaram fazendo eles pararem em Boston. Agora a viagem seria pela costa apenas para chegar em New Hampshire, Dalton orientou ele a enviar uma carta para Viserys, assim “O velho Massey” estaria no dia e hora certos para levar Daemon para a fazenda.

Quando o navio finalmente atracou em New Hampshire, Daemon logo reconheceu Gormon Massey, ele era um dos empregados que saíram da Inglaterra junto com Viserys.

- Senhor Daemon, é um prazer reencontrar o senhor. Espero que tenha feito boa viagem.

- Obrigado Gormon. Agora quanto a boa viagem... se eu puder passar anos sem entrar em um navio.

O homem riu.

- Conheço a sensação... tente imaginar há 8 anos... os navios agora estão melhores. O senhor Viserys me orientou a levar o senhor para uma hospedaria hoje e amanhã seguimos viagem.

- É longe? A fazenda?

- Não é longe, mas as condições aqui são diferentes das que o senhor conhece... a própria carruagem não é tão luxuosa.

- Vamos então. Confesso que também estou com fome e com saudades de dormir sem achar que vou morrer afogado.

- Claro senhor.

O homem guia Daemon, e ele consegue ver que o Massey é conhecido e todos já conseguem identificar ele como o irmão de Viserys.

Depois de uma noite tranquila de sono, ele encontra com o Massey e os dois seguem viagem. O homem sente necessidade de explicar a todo momento para Daemon a simplicidade dos lugares.

- Gormon, eu estou aliviado de sair da Inglaterra. Estou amando que nada aqui me lembra aquele monte de frescura.

- Estamos chegando senhor, daqui já conseguimos ver a casa.

A casa de Viserys é grande. Não é uma construção “palaciana” mas perto das que ele viu até o momento é uma das mais luxuosas. De longe a casa parece ter pelo menos três andares e tem varandas por toda a lateral.

Quando eles entram na propriedade, Massey guia ele para a casa, e nem todo o tempo ouvindo sobre a beleza dela o preparou para a real visão dela.

Rhaenyra usava um vestido lilás e simples, porém como alguém que vem da nobreza ele conseguia ver que os tecidos e tudo que ela usava eram de qualidade. E ele se permitiu analisar a sobrinha... sim o apelido não era atoa.

Ela tinha altura mediana, rosto delicado e lábios rosados. Talvez ele tenha demorado mais tempo do que o apropriado... Rhaenyra tinha os seios cheios e eles estavam bem valorizados pelo decote do vestido, a cintura era fina e os quadris um pouco mais largos. Ela era a mulher mais linda que ele já viu na vida... e ele duvidava que algum dia ia ver alguma mulher ou qualquer pessoa mais linda que ela.

- Kepus?

Olhar para ela deixou ele sem palavras.

- Tio Daemon?

E aparentemente surdo.

O tutor Onde histórias criam vida. Descubra agora