Capítulo XXXI - Confiança

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Viserys não confiava nele. E Rhaenyra foi mais rápida do que ele em perceber a realidade: Viserys nunca confiaria neles. Não foi difícil para Otto e um Meistre qualquer fazer o irmão dele perder a confiança na própria esposa... a mulher que Viserys dizia amar mais do que tudo.

Daemon estava surpreso com o quanto essa afirmativa de Rhaenyra tornou tudo mais claro e fácil para ele. É isso, a culpa não era dele... ele não falhou como irmão. Viserys que tinha um critério no mínimo bizarro na hora de escolher em quem depositar sua confiança.

Ele puxou Rhaenyra para mais um beijo e só depois falou.

- Já estamos dando motivos para ele desconfiar não?

Ela fez um não com a cabeça, se aproximando para deixar mais um beijo nos lábios dele.

- Não acho que estamos dando motivos suficientes para ele desconfiar... até porque você ainda está de roupa...

- Ah é?

Rhaenyra apenas faz um "uhum" com a cabeça, seguindo com as mãos para o peito dele.

Ele apenas relaxa observando enquanto Rhaenyra começou a desabotoar a blusa dele. Daemon estava cansado de fugir do que realmente queria. Viserys não confiava nele... mas Rhaenyra confiava a ponto de arriscar a própria reputação e se entregar para ele.

- Nenhuma desculpa para fugir dessa vez? – Ela pergunta divertida quando termina de desabotoar a blusa.

- Sem desculpas. Você pode ter tudo que quiser princesa.

- Gosto disso – Ela dá um sorriso satisfeito e puxa ele com força para mais um beijo, ao mesmo tempo em que passeia com as mãos pelos ombros dele.

- Uhmmm é melhor eu falar antes que esqueça – Ela fala enquanto começa a descer beijos pelo pescoço dele – Davos vai receber a gente depois de amanhã na casa de Samwell. Aren trouxe a resposta e eu também já escrevi para Sam... ele vai levar amanhã a mensagem. Forrest também concordou em receber as suas cartas.

Rhaenyra só para de falar para olhar para ele, mais especificamente para o corpo dele. Daemon segura um suspiro quando ela desce com a ponta dos dedos pelo peito e barriga dele.

- Quero tocar você de novo... – Ela fala já com a mão no cinto dele.

Ele apenas deita na cama, dando espaço para que Rhaenyra consiga abrir a calça dele. Antes que ela tenha a chance de descer a calça dele, o barulho das empregadas pelos corredores começa a ficar mais alto, e uma delas bate na porta perguntando se pode levar a água.

- Droga – Rhaenyra fala com um bico, o que faz ele rir – Na casa de Samwell... sim, sem esse monte de gente atrapalhando... lembra que ele disse que não precisamos esconder nada?

- Só na casa dele? Achei que agora que seu pai estava longe você ia vir me visitar aqui no quarto... – Ele fala num tom provocador e ela devolve apenas com uma piscada.

Rhaenyra espera os barulhos diminuírem e sai correndo para o quarto dela. É Kema quem trás a água do banho dele e a mulher olha para ele como se soubesse exatamente o que eles estavam fazendo... e talvez soubesse mesmo, mas ele não poderia se importar menos.

Daemon tinha a confiança de Rhaenyra, e não pretendia perder. Diferente do que ele fez durante toda a vida, em especial nos anos sozinho na Inglaterra, ele não ia esconder o que sentia. A relação dele com Rhaenyra começou com ela dizendo o que queria, seja o desejo por ele, a vontade de administrar a fazenda ou ainda assumindo a raiva que sentia do pai. Do outro lado ele disse pela primeira vez a verdade sobre o casamento com Rhea. Ele pretendia que essa cumplicidade entre eles continuasse.

O tutor Onde histórias criam vida. Descubra agora