ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴠɪᴇᴡ - ᴄᴀssɪᴇ ᴠᴏᴜɢʜᴛ
O vento frio da noite acariciava meu rosto enquanto eu corria pela floresta. A escuridão envolvia tudo ao meu redor, mas meus sentidos vampíricos me permitiam ver claramente cada detalhe. Eu precisava caçar, precisava dissipar a agitação dentro de mim.
De repente, um som suave chamou minha atenção. Parei e agucei os ouvidos, identificando o som de galhos se partindo e folhas se movendo. Alguém estava ali, mas não era um animal.
Continuei me movendo furtivamente até que vi uma figura familiar,uma silhueta alta de cabelos loiros e ondulados.
Jasper.
Aparentemente concentrado em sua própria caçada. Meu coração deu um salto, e um turbilhão de emoções conflitantes tomou conta de mim. Eu não sabia se devia me aproximar ou ficar longe.
Mas, como se sentisse minha presença, ele se virou abruptamente, seus olhos dourados se encontrando com os meus.
— Cassie — disse ele, sua voz um pouco surpresa.
— Jasper — respondi, tentando manter a calma. — Não esperava encontrar ninguém por aqui.
Ele hesitou por um momento, avaliando a situação. Finalmente, deu um passo em minha direção.
— Eu também não — admitiu ele. — Mas parece que a floresta é um bom lugar para... pensar.
Assenti, compreendendo exatamente o que ele queria dizer. A floresta sempre fora um refúgio para mim, um lugar onde podia me perder em meus pensamentos e encontrar um pouco de paz.
— Precisamos caçar — disse ele, mudando de assunto.
Surpresa, levei um momento para responder. Parecia que ele estava tentando estender um ramo de oliveira, mesmo que de forma hesitante.
Concordei, tentando parecer mais confiante do que me sentia.
Começamos a nos mover em sincronia, nossos passos silenciosos na vegetação densa. A proximidade de Jasper intensificava a sensação de conexão que sempre parecia presente entre nós. Atraímos nossas presas e, em um piscar de olhos, atacamos juntos, nossos movimentos fluindo com uma precisão quase coreografada.
Depois que a caçada terminou, nós nos acomodamos em um pequeno espaço aberto na floresta, o silêncio entre nós pesado mas não desconfortável.
— Por que veio para Forks, Cassie? — perguntou Jasper de repente, quebrando o silêncio. — Quero dizer, além de Alice ter tido a visão sobre você.
Respirei fundo, refletindo sobre como responder.
— Meus pais acharam que seria bom para mim experimentar uma vida um pouco diferente — expliquei. — Sempre estive cercada pelo meu clã, seguindo suas tradições e regras. Queriam que eu tivesse um pouco mais de... liberdade.
Jasper assentiu, como se entendesse perfeitamente.
— É difícil ser parte de algo tão grande e antigo e ainda encontrar seu próprio caminho — disse ele, sua voz suave.
— Exatamente — concordei, sentindo uma conexão inesperada em suas palavras.
O silêncio voltou a cair sobre nós, mas desta vez parecia mais carregado de compreensão mútua. Estávamos ligados por mais do que apenas a nossa metade imortal. Havia uma profundidade em Jasper, uma complexidade que eu estava apenas começando a entender.
Com um aceno de cabeça, Jasper se levantou, estendendo a mão para me ajudar a levantar também. Toquei sua mão e senti a corrente elétrica da nossa ligação. Era algo que eu teria que aprender a viver, a entender, mas por enquanto, apenas aceitei.
— Vamos voltar — disse ele, a suavidade voltando à sua voz.
Enquanto caminhávamos de volta para a escola, senti um pequeno vislumbre de esperança. Sabia que o caminho seria longo e cheio de desafios, mas estava determinada a enfrentá-los, um passo de cada vez.
Quando chegamos ao limite da floresta, Jasper se virou para mim, seus olhos dourados fixos nos meus.
— Boa noite, Cassie — disse ele, sua voz suave.
— Boa noite, Jasper — respondi, sorrindo ligeiramente.
Assim que me despedi de Jasper na floresta e voltei para meu carro, senti o peso das emoções do dia. A caçada havia ajudado a liberar um pouco da tensão, mas ainda estava processando tudo o que tinha acontecido. Dirigi de volta para casa em silêncio, perdida em meus pensamentos.
Quando cheguei, a casa estava quieta. Meus pais provavelmente estavam ocupados com seus próprios afazeres. Subi para o meu quarto, deixando a luz suave do abajur iluminar o espaço enquanto me preparava para dormir. Meus pensamentos estavam tumultuados, voltando constantemente para Jasper e a conexão inexplicável que compartilhávamos.
Deitei-me na cama, deixando a mente vagar. Não conseguia entender completamente o que estava acontecendo entre nós.
Metade imortal. Era um conceito que parecia fantástico, mas impossível de ignorar. A ideia de estar destinada a alguém era ao mesmo tempo fascinante e assustadora.
Mesmo sem conhecê-lo bem, sentia a atração inegável. No entanto, sabia que a profundidade de nossos sentimentos ainda não havia sido explorada. Estava claro que havia algo mais por trás do que ele estava disposto a revelar. Afinal, Jasper era um garoto um tanto quanto... Misterioso,mais reservado do que os outros Cullen.
Na manhã seguinte, acordei com o som suave do despertador. Levantei-me e fui até o armário, escolhendo uma roupa que refletisse minha confiança renovada. Vesti uma calça preta de couro justa e uma blusa vinho de mangas compridas, completando com uma jaqueta de couro preta. Coloquei botas de cano curto e, ao me olhar no espelho, senti-me pronta para enfrentar mais um dia.
Desci as escadas e encontrei meus pais na cozinha. Eles estavam conversando em voz baixa, mas pararam ao me ver.
— Bom dia, Cassie — disse minha mãe, com um sorriso caloroso.
— Bom dia, mãe. Bom dia, pai — respondi, pegando uma maçã da fruteira.
— Como foi a escola ontem? — perguntou meu pai, curioso.
— Interessante — respondi, hesitando por um momento. — Conheci algumas pessoas novas.
Eles trocaram olhares, percebendo minha reticência, mas não pressionaram.
— Tenha um bom dia na escola, querida — disse minha mãe, enquanto eu me dirigia para a porta.
— Obrigada, mãe — respondi, saindo de casa.
Dirigi até a escola, tentando me concentrar no dia à frente. Ao estacionar no estacionamento lotado, saí do carro e notei um grupo de estudantes reunidos ao redor de um Jeep vermelho. Entre eles, um garoto de cabelos escuros e pele morena se destacava. Seus olhos encontraram os meus e, por um momento, trocamos um olhar intenso.
Havia algo nele que me parecia familiar, mas não consegui identificar o quê. Ele me olhou com curiosidade, mas antes que eu pudesse pensar em mais nada, desviei o olhar e segui para a entrada da escola.
Enquanto caminhava pelos corredores, senti um leve desconforto. A presença de Jasper não era visível, mas sabia que ele estava por perto. A ligação entre nós fazia com que eu sentisse suas emoções, mesmo à distância. Senti uma leve irritação emanando dele, o que me fez questionar o que poderia ter causado isso.
Ignorei a sensação e entrei na sala de aula, preparando-me para mais um dia. Mas os pensamentos sobre Jasper, a conexão que compartilhávamos e o misterioso garoto no estacionamento continuaram a rondar minha mente.
Afinal, estava apenas começando a entender a complexidade do mundo ao qual agora pertencia. E, de alguma forma, sabia que o que estava por vir seria ainda mais desafiador e revelador.
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𝐒𝐰𝐞𝐞𝐭 𝐂𝐫𝐞𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞| 𝐽𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 𝐻𝑎𝑙𝑒
VampiroNo pequeno e pacato vilarejo de Forks, Washington, uma nova presença misteriosa chega para desafiar tudo o que os residentes pensavam saber sobre seu mundo. Cassandra Vought, a última herdeira de um clã de vampiros ancestrais, traz consigo uma belez...