Uma cela escura e estremamente úmida, rangem as portas para que a encapuzada passe pelo corredor. Uma lamparina era necessária, aquele corredor de celas permanece escuro, fazia parte da punição. A cela estava mergulhada em uma escuridão sufocante, as paredes de pedra cobertas de umidade e mofo. O ar estava impregnado de um cheiro acre, uma mistura de sujeira e desespero. Eridessa, encapuzada, avançava pelo corredor estreito e sombrio, seus passos ecoando fracamente enquanto segurava uma lamparina trêmula em uma das mãos. As portas das celas rangiam com um som quase animalesco, como se lamentassem a presença dela.
Ela parou em frente a uma das celas, a luz fraca da lamparina revelando uma figura magra e encolhida no canto. Era Malia, a antiga feiticeira do rei, agora reduzida a uma sombra de si mesma. O capuz de Eridessa lançava uma sombra sobre seu rosto, tornando impossível para Malia ver sua expressão, mas ela sabia que era a princesa.Eridessa deslizou a chave na fechadura enferrujada e a porta se abriu com um rangido agonizante. Ela entrou na cela, a luz da lamparina projetando sombras dançantes nas paredes cobertas de musgo. Malia ergueu a cabeça lentamente, seus olhos vidrados ajustando-se à luz repentina."Vejo que a escuridão é sua companheira constante agora," Eridessa disse, sua voz baixa e fria. "Veio me libertar como prometido?" Malia tentou se levantar, mas suas pernas fracas cederam sob seu peso. "Eridessa," ela sussurrou, a voz rouca e cansada. Eridessa deu um passo adiante, a luz da lamparina iluminando seu rosto com uma intensidade inquietante. "Vim porque precisamos conversar, Malia. Há coisas que ainda precisamos resolver."
Malia olhou para ela com um misto de medo e desafio. "Você já conseguiu o que queria. Sou apenas uma prisioneira agora. O que mais pode desejar?"Eridessa se aproximou ainda mais, sua presença dominadora e imponente. "Há muito mais em jogo do que você pode imaginar, Malia. Precisamos discutir a maldição e o que isso realmente significa para o nosso reino. E, acima de tudo, precisamos desfazê-la."Malia suspirou, seus ombros caindo em derrota. "Eridessa, eu lhe disse, não consigo reverter... Pera aí, reverter? Quer cancelar o plano? Você se casou!" Eridessa ergueu a lamparina, lançando mais luz sobre a cela sombria. "Estou ciente" ela disse, sua voz implacável. "Porque, apesar de tudo, nossa aliança ainda pode ser necessária para sobreviver a tudo o que está por vir."
Malia encarou ela e disse "Não consigo, simplesmente, é muito difícil reverter." "Difícil, não impossível. Você sabe que existe uma maneira, então me diga!" Malia abriu um sorriso fraco "Aquela maldição levou toda minha magia embora, precisarei de pelo menos uma semana para conseguir sequer reverter essa maldição, até lá, você precisa lidar com as consequências dos seus atos." Eridessa ergueu a cabeça como superior e Malia continuou "Não consigo acreditar que cai no seu papo de amiga." Eridessa fez cara de arrependida "Malia me desculpa, vai ser muito difícil concluir meu plano da maneira que eu quero, só quero poder ter uma alternativa".Malia fixou os olhos na princesa e lançou "Gostou do seu marido?" Eridessa riu "Não enche." A princesa colocou uma caixa dentro da cela, dentro dessa caixa Malia viu um banquete. "Presente por ter vindo ao meu casamento", Eridessa saiu da cela e se voltou ao corredor. É incrível a facilidade dela em destruir vidas. Arrancou de uma cela uma bruxa, quase amiga, para fazer o que pedia e voltado há uma cela. Eridessa foi dormir se sentindo um monstro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Charmed Crown
FantasyEm um reino onde a política se entrelaça com a magia, uma princesa do norte e um príncipe do sul são unidos em um casamento arranjado, ambos amaldiçoados por um feitiço ancestral. A princesa, presa por um destino sombrio, e o príncipe, marcado por u...