- Capítulo Onze

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CAPÍTULO ONZE: PARTE DOIS ONDE O BEIJO QUEBRA

S

ILAS ESTAVA FICANDO IRRITADO.

Foi tão simples.

Jane havia se trancado em seu quarto, recusando-se a sair e isso o irritava profundamente. Cecilia havia ligado mais cedo perguntando como estavam as coisas e recebeu em resposta um grunhido frustrado. Claro, Tiana achou isso mais do que hilário e optou por rir dele.

Desnecessário dizer que ele não estava de bom humor. A garota era teimosa, ele admitiria isso - mas ele também era.

Embora ele decidisse dar espaço a ela, ele estava entediado e se perguntava o que diabos ela estava fazendo naquele maldito quarto.

Provavelmente fazendo beicinho. Ele pensou revirando os olhos. O macho resmungou baixinho, uma carranca no rosto enquanto se dirigia para o quarto dela.

— Aquele arrogante, egoísta - nada bom- Silas revirou os olhos mais uma vez ao ouvir sua companheira chamá-lo por todos os nomes do livro antes de abrir a porta - observando enquanto ela escovava o cabelo na frente da penteadeira.

O olhar que ela lhe enviou foi mortal quando ela se virou para encará-lo, com a escova apertada com força na mão. — O que você quer?

— Uma conversa decente com você, seja legal. Ele provocou com uma inclinação de cabeça. — Você conhece um onde você não está agindo como uma criança mimada.

— Eu não sou uma mimada. Jane sibilou, golpeando-o com o pincel apenas para o macho pegá-lo com uma sobrancelha levantada.

— Claro que não. Silas então balançou a cabeça. — Você sabe que ajudaria se você apenas falasse comigo. Ele apenas foi recebido com uma carranca e, pela centésima vez naquele dia, revirou os olhos vermelhos. O homem caminhou em sua direção e fez sinal para que ela se virasse, e depois de um silvo da loira, ela obedeceu. O que Jane não esperava era que Silas continuasse escovando seus cabelos dourados.

Ele segurou o cabelo dela com um toque gentil enquanto passava a escova por ele, com uma pequena ruga nas sobrancelhas ao fazê-lo.

— O que- Onde você aprendeu a fazer isso? Ela questionou, fechando os olhos enquanto o dedo massageava suavemente seu couro cabeludo enquanto continuava a trabalhar em seus cachos loiros.

— Eu sou um irmão mais velho, você tem que saber dessas coisas,  Silas respondeu encolhendo os ombros enquanto colocava a escova na mesa. Suas mãos retornaram, parecendo tecer o cabelo dela em uma linda trança. — Cecilia adora quando eu faço isso. Então, quem é mais velho, você ou Alec?

Jane pareceu hesitante em responder e mordeu o lábio. — Eu sou.

Silas riu com um sorriso. — Então você também é um irmão mais velho?

— Hum. Então houve um suspiro.
— Silas?

— Sim, Jane? Ele perguntou, os olhos ainda focados na trança.

— Por que você me trouxe aqui?

O macho congelou, as mãos imóveis antes de balançar a cabeça. Enquanto ele trançava, Jane esperou que ele respondesse - ela ansiava que ele respondesse, mas só encontrou silêncio.

Ao terminar a trança, Silas colocou as mãos nas costas da cadeira dela, com uma expressão pensativa no rosto. Pela primeira vez desde que esteve lá, Jane finalmente percebeu o quão bonito era seu companheiro.

Seu cabelo era castanho fulvo e solto no topo da cabeça. Silas era alto, elevando-se cerca de trinta centímetros acima dela e, embora fosse magro, ela podia ver os músculos definidos sob sua camiseta preta. Seus olhos realmente a hipnotizaram, em vez de rubi ou Borgonha - eles eram de um vermelho brilhante, lembrando-a do mais puro sangue.

Ela também pareceu perceber o quanto ele estava tentando. Ele nunca se forçou a ela, nunca se sentiu ameaçado. Sim, ele ameaçou puni-la, mas isso não a assustou – porque por alguma razão ímpia ela sabia que ele nunca iria machucá-la fisicamente.

Silas era perfeito para ela em todos os sentidos, mas ela estava com medo. Ela não tinha nenhuma experiência em relacionamentos, visto que era odiada como humana. E não só isso, mas ela tinha certeza que depois que Silas descobrisse sobre seu passado, ele não iria querer ficar com ela.

E isso a assustou mais do que qualquer coisa.

— Esqueça essa pergunta. Ela balançou a cabeça antes de se virar para encará-lo. — Por que você quer que eu seja sua companheira?

Silas pareceu chocado com a pergunta e seus lábios se separaram por um segundo, mas depois ele riu. Ele riu tanto que teve que segurar as laterais do corpo porque estavam doendo e o tempo todo Jane franziu a testa para ele.

— Que tipo de pergunta é essa? Ele ofegou antes de franzir a testa vendo a vulnerabilidade nos olhos de sua companheira.

— Você é literalmente perfeito e ainda assim me quer? Jane levantou-se, empurrando a cadeira enquanto começava a andar pela sala. — Eu! Uma bruxa gêmea! Ela então se virou para encará-lo. — Você não sabe como me tornei um vampiro? Quem eu sou no mundo dos vampiros? Qual é a minha reputação? Você tem que ser realmente louco para querer-

Os olhos dela se arregalaram quando Silas a puxou para seu peito - seus lábios a cobriram em um segundo. Ela se lembrou de todas as vezes que Chelsea falava sobre como seus beijos com Afton seriam como se um milhão de fogos de artifício estivessem explodindo.

Beijar Silas não foi nada disso.

Não, era como uma única vela acesa. De pé tão lindamente alto como se uma pequena chama dançasse ao redor do pavio - brilhando tanto em um quarto escuro. Foi apaixonado, foi lento e, como uma vela, estava quente

Oh, ela nunca havia sentido uma emoção como essa antes. Um fogo queimou em seu estômago, diferente de tudo que ela já havia experimentado. Mas não queimou, não, foi tão bom.

Parecia eufórico.

Quando ele se afastou, ela choramingou levemente pela perda – ganhando um sorriso caloroso de seu companheiro enquanto ele passava um dedo sobre seu lábio inferior.

— Jane, deixe-me explicar uma coisa para você. Ele sussurrou suavemente. — Comparado a mim, você é tão puro quanto a chuva recém-caída. Eu matei muito mais do que você. Torturei, destruí e assombrei muitas pessoas em meu tempo nesta terra. E sim, Jane, eu sei como você virou, e eu sei sobre sua reputação. Silas então sorriu. — E é isso mesmo, uma reputação. Não define quem você é. Porque, esteja eu certo ou não, sei que esse não é o verdadeiro você. A verdadeira você é uma mulher apaixonada e incrível que deseja ser mais do que uma arma. Que odeia ser controlada e confinada em um só lugar. Que ama seu irmão e Coven com todo o seu ser, independentemente de admitir ou não.

Ela ficou sem palavras enquanto ele falava e naquele momento ela finalmente aceitou algo que tentou negar por tanto tempo.

Silas Combre foi dela para sempre.

E ela nunca ficou mais feliz em admitir isso.

✓ | NYCTOPHILIA - Jane Volturi  - TRADUÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora