04. Proteção

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Enquanto um homem de cabelos loiros, dormia enrolado no cobertor e agarrado ao corpo musculoso e extremamente quente, o homem de cabelos verdes o observava a dormir, ele percebeu que não sentia muito sono durante a noite, nem cansaço. Sabia que algo não estava certo, ele era diferente das pessoas que já havia encontrado por aí, apesar que, não havia encontrado muitas. Não conseguia lembrar claramente o que havia acontecido, quem ele era ou o que era.

Às vezes ele se lembra de momentos agoniantes e torturantes que lhe causam medo, mas ainda assim não é uma memória muito clara. Sanji disse que voltariam naquele lugar terrível, para descobrir quem ele é, mas lembrar daquele lugar e pensar em voltar lá, lhe causa um medo extremo. Talvez seja perigoso.

Ele não quer voltar para lá, não quer ser preso novamente, mas acima de tudo, não quer de forma alguma que Sanji seja preso. E esse é realmente o motivo que o impede de querer voltar àquele local. Ele sente que deve proteger Sanji com todas as suas forças. Por alguma razão, sente que esse homem loiro é muito especial e importante para ele. Diferente do que ele sentiu por Kid, ele nem sequer lembrava mais daquele homem, ele foi abandonado e isso o deixou magoado, aterrorizado na verdade. Mas então Sanji surgiu iluminando seu caminho, tão destemido e corajoso, ele ficou encantado, admirado, principalmente quando encontrou aqueles olhos intensos e brilhantes, tão azul que parecia um sonho.

Enquanto o observa, sente vontade de tocá-lo, sentir o calor de sua pele, o carinho bom que recebeu em seus cabelos, sente vontade de observar aqueles olhos tão lindos e intensos. O coração até se torna mais acelerado enquanto o observa e um formigamento estranho toma conta de seu estômago.

O Marimo notou que a pele de Sanji, que estava agarrado ao seu corpo, como se tentasse se aquecer, parecia muito quente e ele parecia tremer de frio, de repente o som alto da garganta raspando tomou conta do local, Sanji entrou em uma crise de tosse por alguns segundos sem parar. O Marimo viu as pálpebras dos olhos abrirem lentamente e enfraquecidas.

— Ma... Marimo. — Sanji chamou com a voz fraca e baixa, talvez se o homem de cabelos verdes não tivesse a audição tão boa, nem teria escutado — Acho que e-estou doente. — ele tossiu novamente e começou a tremer o corpo se encolhendo ainda mais, buscando o calor extremo do outro corpo — E-Esta tão frio. Acho que estou com febre, minha garganta está péssima. Eu preciso de um remédio para febre, ali. — ele apontou fracamente o dedo — naquela estante, ainda tem uma caixinha vermelha, p-pegue para mim, por favor com um copo de água.

O Marimo se levantou depressa, fazendo Sanji estremecer mais com o afastamento daquele calor bom. Com as mãos afobadas o Marimo mexeu na estante procurando o remédio, derrubando algumas coisas no processo, até que encontrou a caixinha vermelha. Pegando um pouco de água com um copo ele se aproximou depressa, entregou a caixinha observando o loiro abrir e retirar uma cartela com comprimidos.

— Merda, só tem mais dois. — ele arrancou um comprimido e colocou entre os lábios, pegou o copo com água que foi lhe oferecido e engoliu — Minha garganta está tão dolorida, deve estar infeccionada n-não vai melhorar só com isso. — sua voz não estava baixa apenas pela fraqueza, ele estava tão rouco que tinha dificuldade para falar.

— Garganta. — o Marimo repetiu e logo fechou os olhos cerrando os dentes e levando as mãos sobre a cabeça abaixada.

"Marimo?" A voz de Sanji soou lá do fundo.

***

Ele caminhava no meio das árvores, a sua frente havia um homem de costas que usava um chapéu estranho na cabeça, os cabelos eram pretos e curtos.

— Ainda não achou? — ele ouviu a própria voz emitindo contra seu peito, reverberando em sua cabeça.

— Estamos perto, tenho certeza que vi algumas por aqui. — o homem à frente disse, enquanto olhava para as árvores em todas as direções.

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