Capítulo Dez

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Era incrível como alguém se sentia mais à vontade com uma pessoa quando passava horas abraçada a ela.
Pete se aconchegou ainda mais, pressionando o rosto contra a garganta de Vegas e respirando fundo.

Uma vantagem do afogamento simulado era como Vegas cheirava limpo, apesar da tortura que suportava a cada poucas horas. Tudo o que Pete podia sentir era o cheiro de pele e homem. Ele não seria capaz de identificar exatamente o cheiro de Vegas, mesmo que sua vida
dependesse disso, mas ele cheirava bem. Seu batimento cardíaco era firme e estável sob a mão de Pete, lembrando-o a cada batida de que ele não estava sozinho.

"Saia de cima de mim", disse Vegas. “Minha bexiga está me matando.”
Pete relutantemente rolou para trás, permitindo que o outro homem se
levantasse. Ele fechou os olhos quando Vegas fez xixi.

Quando Vegas voltou para a cama e se deitou, Pete estendeu a mão para ele com avidez novamente, colocando uma mão sobre seu peito firme. Seu
coração batia firmemente sob a palma da mão.

“Você realmente tem claustrofobia ou é apenas uma desculpa para me
apalpar?”

“Puta arrogante,” Pete murmurou em seu bíceps. A camisa de Vegas estava em péssimo estado, e seus braços estavam praticamente nus agora. A
firmeza de seus músculos o acalmou, seu cérebro de lagarto se confortando com isso. Havia algo estranhamente reconfortante naquele homem. Ele meio que queria enfiar a mão por baixo da camisa de Vegas e sentir seu batimento cardíaco sem o tecido atrapalhar. Ele se perguntou se seria estranho.

“Você não pode estar com frio,” Vegas disse laconicamente, mas ele não
o estava afastando. Ele poderia, se realmente quisesse.

“Não estou”, disse Pete. “E eu não quero ficar com frio de novo. Você
não tem medo de um toquezinho, tem?”

"Eu não estou com medo."

Pete quase sorriu. "Então por que você está tão inquieto?"

“Eu não estou nervoso. Eu simplesmente não faço isso. Eu não gosto que as pessoas me toquem.”

Pete franziu o cenho. Isso realmente o estava deixando desconfortável? Ele pensou que era apenas uma aversão a qualquer coisa remotamente sentimental, mas poderia ser algo mais do que isso?

"Você tem más memórias ou algo assim?" disse Pete. Ele se sentiria
como um pau gigante se fosse esse o caso.

"Não. Eu simplesmente não gosto disso.”

Revirando os olhos, Pete disse: “Você deixa as pessoas tocarem em você
quando faz sexo”. Embora, pensando bem, Pete agora se lembrasse de quão
pouco Vegas havia tocado a ruiva quando ela chupou seu pênis. Quase parecia que ele estava apenas aguentando.

"Isso é diferente", disse Vegas.

“Como isso é diferente? Sexo faz você se sentir bem. Abraçar também faz
você se sentir bem. Ambas as atividades são recreativas e envolvem toque físico.”

“Não faço sexo para me sentir bem.” A voz de Vegas estava cheia de escárnio. “Sexo é alívio de tensão. É uma necessidade fisiológica.”

“E abraços e carinhos não são?” Pete disse, acariciando o lado do torso
de Vegas. “Está cientificamente provado que os bebês precisam de toque físico e carinho para o desenvolvimento normal.”

“Sou um homem adulto.”

Sim, mas você já foi uma criança.
Pete fez uma pausa quando um pensamento estranho e horrível lhe
ocorreu. Este homem tinha sido abraçado? Certamente ele não poderia ser a primeira pessoa a tocá-lo assim?

APENAS UM POUCO SEM CORAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora