𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 III

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   O Sol já está se pondo quando me visto

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   O Sol já está se pondo quando me visto. Coloco um vestido preto com renda na saia, indo até o joelho na frente e fazendo uma cauda atrás, arrastando no chão. O vestido é de manga curta, com renda até acima do peito que chega até o pescoço, mostrando minha clavícula.
   Coloco botas curtas por conta da terra que passaremos e um colar de ouro. Uma tiara prende meu cabelo em um coque trançado, o qual, infelizmente, tive que pedir para uma criada fazer. Uma leve camada de pó se faz presente em cima das minhas olheiras e um leve tom vinho nos lábios.

   Quando me olho no espelho, vejo o que eu deveria ser sempre. Uma princesa. Sempre bem arrumada e trabalhada. Se não fosse meu vestido mostrando minhas pernas, poderia ser uma princesa adequada do título de herdeira do trono. Não que os imortais se importem em mostrarem partes do corpo, muitas festas nobres têm gente pelada em algum lugar ou com pouca roupa, ou roupas bem ousadas.

   Mas, querendo ou não, agora serei forçada a seguir um pouco do padrão mortal, onde não posso nem mostrar meus pés direito.

   Espero não ser obrigada a isso, porém acho que não há escolha.

   Um bater em minha porta me tira dos meus pensamentos.

— Princesa Karmilla? — uma criada tímida entra após uns segundos esperando.

   Encaro ela esperando que fale, mas ela fica vermelha como um tomate. Tento facilitar seu trabalho.

— Sim? Aconteceu algo?

— Daniel... – ela gagueja. — chama pela senhorita. Ele... ele disse que o jantar está pronto.

   Que pontual.

— Obrigada pelo aviso. Minhas irmãs já estão prontas?

— S... Sim — ela endireita a postura. — Foram avisadas há uma hora. Estão no saguão de entrada.

— Perfeito. Descerei em um minuto.

— Sim, Vossa Alteza.

   Ela sai pela porta e a escuto suspirar em alívio detrás dela. Pego umas coisas e coloco em um dos bolsos do meu vestido. Eu exijo que a maioria das minhas vestes tenham bolsos, é mais prático para carregar cartas e coisas do tipo.

   Também é bom para carregar armas.

   Em um bolso, eu boto uma adaga preta com uma pedrinha vermelha, a que sempre carrego caso a ocasião exija. É preciso estar sempre preparada. No outro bolso, coloco a carta que meu pai enviou. Talvez elas queiram confirmar pelas palavras dele.

   Saio do quarto e ando por muitos corredores e escadas até chegar enfim no saguão. Gosto do castelo por ser enorme e cheio de andares, mas é ruim subir muitas escadas diariamente.
   Harumi e Agatha estão no final da escadaria, conversando entre si. Quando me veem, abrem um sorriso, mas noto uma preocupação das duas.

Vermelho SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora