Capítulo 1

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Jimin

— Acabou, Ji?

— Sim, já esterilizei tudo. Vou só trocar de roupa e ir embora.

— Hoje tiveram bastante clientes.

— Sim, foi muito bom. Só estou com as costas ferrada! — Sorri. — O que teve de gente querendo fazer a unha do pé, minha nossa.

— Eu estou com pó até nos cabelos das unhas postiças, minha nossa.

Falava com minha amiga de trabalho e fui beber água para trocar de roupa.

Era 18 horas e o salão que eu trabalhava, que tinha sempre uma clientela cheia do dinheiro, já tinha fechado suas portas.

Estava agora no banheiro trocando de roupa e meu uniforme foi substituído por uma legging preta, meus coturnos e uma camisa branca de mangas longas.

Por cima ainda coloquei minha jaqueta, o tempo estava bem frio.

— Amanhã faço suas unhas, ok? Merlin autorizou.

— Ok — respondi Nila ao sair do banheiro, ela sempre fazia minhas unhas do pé e da mão, mas antes, todo funcionário precisava pedir autorização a patroa para isso.

Só podia ocorrer se tivesse poucas pessoas na agenda do día.

Estava na cara que amanhã seria mais tranquilo, devido ao movimento de hoje.

— Com esse frio que está fazendo, a mulherada vem um dia e depois foge do salão.

— A senhora Liz não veio hoje.

— Ela tem que tomar cuidado com essa friagem, já é idosa.

— Realmente.

Minha cliente era um amor de pessoa e eu sempre me sentia bem estando na companhia dela.

Nem era por sempre receber gorjetas incríveis, mas pelo carinho que ela tinha por mim.

A gente batia altos papos.

Me despedi de todos e saí pela porta, recebendo um vento frio no rosto.

Gostava desse tempo, mas precisava me preparar para ele, estava com poucas roupas de inverno.

Fui tremendo até o ponto de ônibus para ir pra casa.

Meu dia de trabalho tinha sido bom, mas a volta sempre me desanimava.

Eu morava com minha mãe e meu padrasto, minha mãezinha havia ficado muito doente há alguns anos e com isso, aos poucos, tinha perdido boa parte dos movimentos do seu corpo.

Tudo começou após exames, quando descobrimos que ela tinha uma doença hereditária e degenerativa bem agressiva, que foi piorando com o passar do tempo.

Antes disso, minha vida com minha mãe foi boa até os meus nove anos, quando Maximus entrou em nossas vidas.

Meu pai faleceu em um acidente de trabalho quando eu tinha três anos e mamãe sempre me criou sozinha, só voltando a ter alguém quando Maximus apareceu e a conquistou.

Eles trabalharam juntos em uma fábrica de roupas, onde, hoje, só meu padrasto trabalhava por meio período e tinha um horário bem flexível acompanhando os meus horários no salão, para que mamãe nunca ficasse sozinha.

Maximus jamais quis contratar uma pessoa para nos ajudar.

Por que eu digo que só foi boa até ele entrar em nossas vidas?

Porque Maximus sempre me deu medo, nunca consegui ficar confortável com ele, com carinhos e atitudes que deveriam ser de um pai, mas que vindo dele, me despertavam repulsa.

Special Squad - Jikook (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora