Capítulo 4

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JungKook

Observei Jimin se levantar e se afastar um pouco para ligar para sua casa.

Sorri sozinho olhando para a cadeira que ele estava ocupando agora pouco.

Estava feliz dele estar aqui e, em nossa conversa de menos de uma hora, eu pude conhecer um pouco do rapaz encantador que não deixei de pensar nesses dois últimos meses.

Com a lanterna do celular, observo ele parado perto da janela falando ao telefone e decido conferir se tranquei a porta.

Ao passar por perto, vejo suas mãos tremendo pela própria iluminação da câmera do seu celular e franzo a testa.

Ele nem nota que estou ali.

Sei que não é o correto, mas permaneço parado conforme ele se vira de costas para falar.

— Sou eu. Não, estou na casa da Lídia, ela se sentiu mal e eu a acompanhei em casa. Minha mãe está bem? Ok. Tinha baterias, certo? Ok. Não consigo sair, está chovendo demais, nem um táxi irei conseguir. Me deixe falar com ela, por favor.

Noto o quanto seu tom doce e gentil mudou, ele está frio e lutando para ser levemente educado.

Também não deixei de notar que mentiu sobre onde estava, mas até aí sou capaz de entender por ele ter me dito que seu padrasto era alguém difícil.

Será que era com ele que falava?

Sua voz se torna doce novamente ao falar com a mãe, e então percebo que realmente era o padrasto no início e fico me perguntando o quanto é difícil a relação deles.

— Fique tranquila, não sairei nessa chuva. Também te amo, mãe.

Jimin se vira e toma um susto por me ver parado ali e noto que fica sem graça.

— Desculpe, não foi minha intenção ouvir sua conversa, vim conferir se tranquei realmente a porta, já que estamos sem energia.

— Não, tudo bem. Falei com minha mãe, ela está bem. Estava preocupada de eu ainda não ter chegado.

— Que bom que ela está bem. Vi que falou primeiramente com seu padrasto. Foi tudo bem com ele?

— Sim. Só não comentei que estava aqui com você, inventei uma desculpa, disse que estava na Lidia.

— Ok, não quer participá-lo de sua vida particular.

— Isso. — Jimin se aproximou e o cheiro que exalava dele era uma delícia. — Vamos continuar comendo?

— Claro! Vou só ver a porta.

De volta à mesa, eu me sentia estranho com relação ao padrasto dele, mas sua presença estava me fazendo tão bem, que empurrei esses pensamentos da minha mente.

Gostava da sua postura, que alternava entre doce, tímida e atrevida.

Esse sorrisinho que ele dava de lado me bagunçava todo e nunca havia ficado tão feliz em comer uma pizza com alguém.

— Uma pena termos ficado sem luz — falei.

— Pra mim não mudou nada. A pizza continua deliciosa e sua companhia também — ele disse e logo achou que falou demais. 

— Fico feliz que minha companhia te faça bem.

— Estou realmente preocupado com essa chuva. Como irei embora?

— Pode dormir aqui. Sem abrigo que não vai ficar.

— E você fala assim? Tão simples?

— E há alguma complicação?

Special Squad - Jikook (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora