O esquecido

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— Você tá melhor mesmo? — Barros perguntou olhando pra ela preocupado.

— Tô, obrigada... — Helô disse bebendo o copo de água.

— Qualquer coisa chama... — A enfermeira que ajudou eles disse se afastando.

— Não é melhor você ir lá na emergência e ser avaliada por um médico? — Barros perguntou.

— Não, eu já tô bem, foi uma queda de pressão... Foi um dia muito intenso e eu não comi nada desde o café da manhã... — Helô disse visivelmente triste.

— Aconteceu alguma coisa? Ele piorou? — Barros perguntou.

— O médico disse que ele tá bem, mas ele esqueceu muitas coisas, acha que a Débora tá viva e não lembra de nada dos últimos anos.... — Helô disse suspirando com tristeza evidente.

— Isso quer dizer que ele esqueceu que vocês voltaram né... — Barros disse suspirando.

— Pior que isso, ele ainda me odeia porque na cabeça dele, eu ainda estou casada com o Diego. — Helô disse com os olhos marejados.

— Vem cá, não fica assim não.... — Barros puxou ela pra um abraço quando as lágrimas começaram a cair livremente pelo rosto dela.  — Você vai fazer o que?

— Vou voltar pro quarto e  dar uma desculpa, está muito tarde pra chamar a Drika ou Creusa pra ficar com ele. — Helô disse.

— Ok, qualquer coisa eu estou aqui fora tá! — Barros disse, ele tocaram as mãos como faziam e ela voltou pro quarto.

Helô respirou fundo e voltou pro quarto, ele estava agitado olhando de um lado para o outro como se esperasse alguém ou alguma coisa.

— O que você ainda está fazendo aqui? — Ele perguntou de forma rude.

— Está muito tarde, hoje foi um dia muito cansativo, Drika já deve tá no décimo sono eu prometi pra ela que iria ficar, amanhã eu troco com ela. — Helô disse.

— Por que você está aqui e não a Débora? Cadê a minha esposa? — Ele perguntou irritado.

— Ela tá fora do país parece, não sei bem,  a Drika falou com ela, amanhã ela te explica melhor. — Helô disse.

— Helô olha... — Ele ia falar e ela não deixou.

— Sei que eu sou a última pessoa que você queria aqui contigo, mas no momento é o que tem, está tarde, o dia foi péssimo, será que podemos pelo menos passar uma noite sem brigar ou discutir, por favor? — Ela pediu em um sussurro, completamente fragilizada.

— Ok. — Ele cedeu, apesar de anos distanciamento pelo que Stenio se lembrava, ele ainda sabia quando ela não estava bem e quando ela estava mal e naquele momento ele teve certeza que ela estava muito, muito mal. — Você deveria sentar, tá mais branca que a parede, daqui a pouco é você que tá aqui.

— Com lincença, aqui, entrega pra senhora. — A enfermeira disse entregando pra ela.

Ela aceitou, então o celular dela aptou com mensagem e ela soltou um pequeno sorriso ao ler: "Porque eu sei que se não for assim você não vai comer! Barros."

— Seu marido? — Stenio não se conteve e teve que perguntar.

— Não, foi a Maitê, ela sabe que eu não tinha comido hoje o dia inteiro... — Helô disse suspirando. — Eu até te oferecia, mas você não pode....

— Hum. — Ele disse não muito convencido morrendo de ciúmes. — Cadê meu celular?

— Tá com a Drika. — Helô disse comendo, era de fato tudo que ela precisava. — O médico disse que vai pedir uma tomografia...

The HiddenOnde histórias criam vida. Descubra agora