O Príncipe Da Farsa • Kenji Sato

Capítulo Dois

Saindo às pressas do museu ao perceber o alerta de ameaça do Gigantron, Kenji Sato rapidamente se transformou em Ultraman.

Sem hesitar, ele avançou para cima do enorme monstro, desferindo um soco poderoso que fez a criatura cair ao chão com um estrondo que ecoou pelas ruas vazias. Mas o Gigantron, determinado e feroz, logo se levantou, rugindo com uma intensidade que fez Kenji se encolher, sentindo-se momentaneamente intimidado pela forma gigante e extremamente ameaçadora da criatura. As escamas do monstro refletiam a luz da cidade, e seus olhos brilhavam com uma fúria incontrolável.

— Ih, lascou — murmurou Kenji, deixando os ombros caírem enquanto olhava para o kaiju.

O Gigantron lançou uma rajada de raio laser na direção de Kenji, que se protegeu com seus braços cruzados. A força do ataque era tão intensa que seus pés afundaram no solo, deixando marcas profundas no asfalto enquanto ele era empurrado para trás, acabando por cair no chão. A energia do raio ainda brilhava ao redor dele, faíscas saltando no ar. Aproveitando a oportunidade, o Gigantron levantou voo, suas asas enormes batendo com força, levando consigo uma esfera brilhante que emanava uma luz hipnótica.

Naves da FDK surgiram no céu, avançando rapidamente em perseguição ao Gigantron. O som de suas turbinas cortava o ar, e seus faróis iluminavam o monstro em fuga. Kenji ouviu a voz de Mina em seu comunicador, a estática distorcendo ligeiramente suas palavras.

— Ken, você sabe o que a FDK faz com os kaijus. Eles vão matar o Gigantron se você não intervir.

Com um suspiro exausto, Kenji se levantou, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros, e rapidamente decolou, voando atrás das naves da FDK. Voou o mais rápido que pôde, o vento rugindo em seus ouvidos e as luzes da cidade transformando-se em um borrão abaixo dele. Chegando perto o suficiente, ele conseguiu se comunicar com uma delas, seus sistemas de comunicação emitindo um sinal de alerta.

— Ei, pessoal! O Gigantron está tentando fugir. Que tal darem meia volta e deixarem o grandão em paz?

As naves ignoraram o pedido de Ultraman, continuando sua perseguição com determinação inabalável. Seus canhões se armavam, prontos para disparar.

— Caramba, não dá para ser um cara legal — resmungou Kenji, redirecionando seu voo em direção ao Gigantron. — Ei, grandão — tentou comunicar-se com o animal, mas recebeu apenas um rugido em resposta, que o fez descer um pouco mais. — Se você me der... o que quer que isso seja, talvez aquelas naves te deixem em paz.

As naves se aproximaram novamente, lançando tiros em direção ao Gigantron. Kenji só percebeu quando ouviu o som dos disparos sendo bloqueados por um campo de força. Virando-se, ele viu uma figura desconhecida vestindo um traje incomum, que estava mantendo o campo de força ativo.

A vestimenta da figura à frente do Ultraman era meticulosamente desenhada para conferir não apenas proteção, mas também uma aura de mistério e autoridade. O capacete do desconhecido era uma estrutura imponente, feita de um material metálico resistente, de cor cinza-escuro. A viseira em T era translúcida de dentro para fora, permitindo ao usuário ver claramente enquanto escondia completamente suas feições. O peitoral e as proteções dos ombros eram de um metal leve, mas extremamente resistente, com um acabamento mate para evitar reflexos indesejados. O peitoral exibia um emblema desconhecido, talvez um símbolo de sua ordem ou facção, gravado em relevo com precisão. Placas adicionais protegiam os braços e antebraços, conectadas por um tecido sintético altamente flexível que permitia movimentos rápidos e precisos. As luvas eram reforçadas com placas de proteção nos dorsos e dedos, integrando interfaces táteis que permitiam ao desconhecido manipular dispositivos e armamentos com eficiência. As braçadeiras possuíam compartimentos ocultos que abrigavam ferramentas e armas secundárias, como lâminas retráteis e lançadores de dardos. Um cinturão utilitário robusto envolvia a cintura do desconhecido, com múltiplos compartimentos para munição, granadas de concussão e outros dispositivos. O cinturão também tinha engates magnéticos para fixar armas maiores e outros equipamentos essenciais. As calças, feitas do mesmo tecido flexível e resistente das conexões das armaduras, eram reforçadas com placas nos joelhos e coxas. As botas eram pesadas e reforçadas, projetadas para oferecer tração em diversos tipos de terreno. Cada bota tinha biqueiras de aço e solas que podiam se ajustar para diferentes superfícies. Nas costas, o desconhecido carregava uma mochila a jato compacta, mas poderosa, capaz de proporcionar voo rápido e manobrável. A mochila era equipada com estabilizadores automáticos e propulsores ajustáveis, permitindo movimentos ágeis e precisos em combate aéreo. Além disso, continha suprimentos de emergência e sistemas de suporte à vida. Por cima de toda a armadura, uma capa longa e fluida caía dos ombros do desconhecido, feita de um material resistente ao fogo e às intempéries. A capa era preta com um forro interno azul-escuro, que contrastava com a austeridade da armadura, dando ao desconhecido uma aparência ainda mais enigmática e formidável.