Capítulo Três

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Kenji acordou sentindo algo molhado em seu rosto, o corpo dolorido de passar a noite no chão frio. Ele abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz do ambiente, e percebeu que tinha adormecido ali mesmo, no chão da sala. Sentando-se com um gemido, ele tocou o rosto e sentiu uma substância viscosa. Ao olhar para cima, viu a bebê Kaiju, suas pequenas mãos e rosto pressionados contra o vidro da contenção enquanto tentava sair.

— Aaaaaah!

Kenji gritou involuntariamente, o som ecoando pelo ambiente. Seu grito acordou Ren, que estava no quarto de hóspedes próximo. Em questão de segundos, Ren Takagi apareceu correndo, seguido de perto por Sox e Mina.

— O que aconteceu com você? — perguntou Ren, parando abruptamente ao ver Kenji coberto de baba de bebê Kaiju.

— Bebê — respondeu Kenji, apontando para cima.

Ren seguiu o olhar dele e viu a bebê se equilibrando precariamente no topo do vidro da contenção.

Kenji rapidamente se transformou em Ultraman, uma luz brilhante envolvendo seu corpo enquanto ele crescia em tamanho. Ele olhou para a bebê e, no exato momento, ela vomitou nele.

— Meu Deus... — Ren disse, tentando não rir, enquanto Kenji, agora coberto de gosma verde, lutava contra a náusea.

Após colocar a bebê de volta na contenção e fechar a tampa, Kenji retornou à sua forma normal. A gosma verde escorria pelo chão, e ele se ajoelhou, ofegante e tossindo.

— Eu mereço — ele murmurou, colocando as mãos nos joelhos.

— Ela não deveria ter comido tanto — argumentou Ren, olhando para a cena com um misto de diversão e preocupação.

— Ken  — Mina voou até ele. — Eu sei que você está exausto, mas você tem uma partida hoje.

— Depois do ataque de ontem? Não temos como jogar — Kenji respondeu, balançando a cabeça.

Mina projetou um holograma, revelando o treinador do time em uma coletiva de imprensa: — Determinamos que, após a batalha, o estádio não apresenta riscos e vamos jogar a partida - declarou o treinador, antes do holograma desaparecer.

— Ah, é óbvio, né? — Kenji gemeu, frustrado. — É óbvio que a gente vai jogar.

— E o que nós vamos fazer com o bebê? — Ren perguntou. — Eu também tenho compromisso daqui a duas horas, não posso ficar e tomar conta dela.

— A gente não faz nada, tá? — Kenji respondeu, pegando seu casaco do chão. — Mina e Sox vão descobrir um jeito de cuidar dela enquanto estivermos ocupados.

Ele colocou as mãos nos ombros de Ren e começou a guiá-lo até o elevador.

— Mas, Kenji... — Mina começou, mas foi interrompida por Kenji.

— Criatividade, Mina! Você é um supercomputador de última geração.

Kenji e Ren entraram no elevador. Mina flutuou até a contenção e projetou um holograma de desenhos animados na frente da bebê Kaiju, que ficou imediatamente hipnotizada.

— Ah, a TV. A melhor babá do mundo. Só não deixe o dia todo, tá? Eu não quero que essa música idiota grude na cabeça dela — disse Kenji enquanto as portas do elevador se fechavam.

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Às 10h, Ren Takagi encontrava-se imerso na agitação de uma sessão de fotos para a renomada revista Vogue. O estúdio, meticulosamente preparado, estava cheio de vida. Luzes estratégicas estavam posicionadas ao redor, lançando brilhos calculados sobre o cenário, enquanto câmeras profissionais capturavam cada movimento com precisão.

O Príncipe Da Farsa • Kenji Sato Onde histórias criam vida. Descubra agora