Capítulo 4

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Margarida on

De seguida, entreguei o meu cavalo a um dos senhores, e fui para onde estavam os toureiros, e com eles também estavam outros homens que eu não fazia a mínima ideia quem eram.

Ao passar por eles, eles elogiaram-me pela minha apresentação e eu agradeci-lhes, e coloquei-me ao lado do Duarte.

—Estiveste bem—disse o Duarte colocando o braço sobre os meus ombros

Eu sorri para ele, e olhei para a arena onde já estava o tio dele a preparar-se para tourear.

Abriu-se o portão para o touro entrar, mas ao que parece ele não queria entrar na arena, eu se fosse ele também não iria querer entrar.

Após alguns minutos o touro lá entrou e a tourada começou.

Eu confesso que eu não achava piada nenhum o facto de espetarem coisas no boi, o que eu mais gostava era da pega, pois a meu ver não magoava tanto o touro.

O Rui Fernandes, o tio do Duarte, é um toureiro bastante experiente, visto que já está á muitos anos a tourear, o Duarte ainda é participante o que significa que ainda não tem muita experiência e ainda não é considerado "profissional".

O Rui terminou de tourear e correu tudo bem, agora era a vez da pega, algo que eu considerava mais perigoso.

Eles lá se alinharam, e o forcado começou a chamar o touro, neste momento a praça tinha de estar em silêncio, para que o touro ouvisse o forcado a chamá-lo.

A pega acabou por correr bem, e depois um dos homens que faziam a pega, agarrou-se ao rabo do touro e fez um carrinho.

Levaram o touro para fora da arena, o Rui saiu da arena, e voltou a entrar logo em seguida mas já sem o cavalo, o forcado que tinha feito a pega juntou-se a ele, e eles passaram por todos os setores da arena, algumas pessoas mandaram casacos, para o toureiro mandar de volta para as pessoas, e também mandaram flores.

De seguida foi a vez do João Moura tourear, correu tudo bem, os toureiros assim que terminam as farpas, tem de trocar de cavalo, ao todo são três cavalos que cada toureiro utiliza.

—Boa sorte—eu disse para o Duarte que sorri-o para mim

Eu assisti á pega, mas só consegui-a pensar no Duarte, e no quanto eu queria que não lhe acontece-se nada de mal.

Após terminar a pega, e o toureiro e o forcado darem a volta á arena, foi a vez do Duarte entrar na arena, foi aberto o portão para o touro entrar, eu benzi-me e pedi a deus para que corre-se tudo bem.

Por não ter muita experiência, o Duarte teve alguma dificuldade em chamar a atenção do touro, e em espetar as farpas, mas pelo menos não lhe aconteceu nada mal.

Após o Duarte terminar foi novamente a parte da pega, e por fim houve um intervalo, para as pessoas comerem qualquer coisa, e irem á casa de banho.

Enquanto isso, entrou uma picape para alisar a areia da arena.

(. . .)

Já estávamos novamente no João Moura, o tio do Duarte já tinha ido, e tinha corrido tudo bem, o João Moura já tinha saído da arena, foi quando algo inusitado aconteceu, o touro saltou da arena e veio para onde a gente estávamos, eu não tardei em saltar para dentro da arena, mas por sorte o touro foi para o lado oposto ao meu.

Por isso saltei novamente para onde eu estava anteriormente, quando olhei o touro já estava na outra ponta e entro dentro da arena novamente, e toda a gente aplaudiu.

—Estás bem?—perguntou-me o Duarte

—Sim, só me assustei um bocado—eu respondi-lhe

Eles lá fizeram a pega, e o Duarte entrou novamente na arena, e assim a tourada iniciou-se novamente.

Olhei para onde estava o meu irmão, e os outros rapazes que iriam fazer a pega, e decidi ir ter com eles.

—Estás nervoso?—eu questionei-o ao chegar ao pé dele

—Um bocado, afinal esperei por este momento a minha vida toda, e vai ser a minha primeira vez

—Vais ver que vai correr tudo bem—eu disse tranquilizando-o

—Rapazes, esta é a minha irmã—disse o meu irmão apresentando-me

—Olá—eu acenei para eles que me acenaram de volta e ficaram a olhar para mim parecendo hipnotizados

—Porque não nos disseste que tinhas uma irmã tão bonita?—questionou um deles ao meu irmão

—Porque já sabia que vocês teriam interesse nela—disse o meu irmão e eu pude notar os ciúmes na voz dele—Mas tirem o cavalinho da chuva, ela tem namorado

—E ele está mesmo atrás de vocês—eu disse-lhes e eles olharam para trás

Acenei para o Eduardo que me acenou de volta.

—Pensei que namorasses com o Duarte—disse outro deles

—Não, nós somos apenas amigos

Anunciaram o grupo do meu irmão.

—Boa sorte mano—eu disse-lhe e nós abraçamo-nos—Boa sorte rapazes

—Obrigada—eles responderem e de seguida entraram na arena

Caminhei de volta para onde eu estava sobe o olhar do Duarte, coloquei-me ao seu lado.

A primeira coisa que fiz foi benzer-me e pedi a deus para que corresse tudo bem com o meu irmão e com os rapazes.

—Vai correr bem—disse o Duarte colocando a mão no meu ombro e 

—Assim espero—eu disse colocando a minha mão sobre a dele

O meu irmão aproximou-se de nós, eu pensei que se passava algo de mal, mas o meu irmão dedicou a pega ao Duarte, ele e o Duarte abraçaram-se.

O meu irmão posicionou-se á frente dos outros, colocou o chapéu verde, e começou a chamar o touro.

O touro começou a correr em direção ao meu irmão, o meu irmão andou um pouco para trás, e depois quando o touro o alcançou, ele agarrou-se ao chifres do touro, logo os outros ajudaram-no a segurar o touro, soltaram-se todos do touro, restando apenas  aquele que estava agarrado ao rabo do touro, ele fez um carrinho com o touro, mas acabou por tropeçar e cair no chão, ficando assim de frente para o touro, mas o touro não lhe fez nada e o rapaz levantou-se e pessoas aplaudiram e eu suspirei de alívio por ter corrido tudo bem.

Mais um capítulo, espero que tenham gostado

O próximo capítulo, é o último sobre esta tourada, quero a aproveitar que tenho escrito bastante, para dividir e assim ter mais capítulos.

Vemo-nos numa próxima atualização...

Meu Toureiro-Duarte FernandesOnde histórias criam vida. Descubra agora