Depois de tudo Max me leva pra um quarto que eu imagino ser um quarto de hóspedes, eu não me atento a nada, minha mente está um caos, o medo está esmagando meus nervos, e a incerteza do que virá amanhã está dando munição infinita pras minhas crises de ansiedade.
Sempre que fecho os olhos eu vejo ele me olhando, com aquele olhar psicopata que ele tinha quando me machucava, sempre que me forçava e eu não tinha forças pra conter minhas lágrimas, mais louco ele parecia, isso era prazeroso pra ele, e ele sempre dizia que só eu fazia ele ficar daquele jeito, por isso eu nunca poderia ser de mais ninguém. Aquilo penetrava minha alma, me deixando sem esperanças e com um pavor de reviver tudo aquilo sem ter ao menos chance de escapar.
Ele é inteligente, ele sabe bem todo o mal que me causou, todos os traumas que nunca pude superar, e sei que ele já deve saber que não estive com mais ninguém além dele.
Fico sentada na cama, imersa na minha própria mente, tentando encenar possibilidades de um dia não ter aquele monstro atormentando minha vida.
Volto a realidade com Max entrando no quarto e vindo até mim.
Max - Vamos tirar essa roupa e tomar um banho? Você precisa descansar.
Celeste - Eu sei, mas eu que devia cuidar de você não?
Max - Mas os filhos também cuidam dos pais quando é necessário, eu cuidei da minha mãe.
Celeste - Tudo bem, vou aceitar ter você hoje como um filho que vai cuidar de mim.
Ele me ajuda a tirar minha roupa e prepara meu banho, deixo de lado o desconforto de tanto luxo à minha volta, só me deixo levar, tomo um banho demorado, e tento relaxar enquanto a água quente atingi meus músculos tensos, visto o pijama que ele me deu e vou pra cama. Ele me oferece um chá que imagino ser de camomila, e continua ao meu lado.
Max - Se sente melhor?
Celeste - Sim, obrigada. Você é um ótimo filho. Sua mãe deve ter te amado imensamente.
Max - Sim, nos últimos dias dela, ela dizia isso o tempo todo, mas não foi isso que mais me marcou em suas últimas palavras.
Celeste - Posso perguntar o que foi? Não precisa dizer se não se sentir confortável.
Max - Não, tudo bem! Ela sempre repetia seus arrependimentos, coisas que ela não pôde fazer, e no fim, o tempo dela acabou e sobrou muito arrependimento. Eu só tinha oito anos, mesmo tão pequeno, essas palavras me marcaram muito naquela época. Ela me chamou no quarto, e por algum motivo eu sabia que era a última vez que a veria, ela segurou firme o meu rosto e disse : "Nunca deixe de fazer o que seu coração deseja meu amor, faça, viva, sinta, pra que se o seu tempo acabar, não haja arrependimentos". Ela chorou, e me abraçou forte. E eu nunca pude esquecer aquelas palavras. Hoje elas ditam a minha vida.
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Encanto do Ébano
Romance🌸 Máfia/SexoExplícito/Tortura/Possessividade/Obsessão/LGBT🌸 Celeste é uma mulher forte e bela, apesar das provações sempre deu a volta por cima, ela deseja realizar seus sonhos mesmo que o mundo diga que não, repleta de qualidades e de uma be...