Capítulo 10

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Como de costume nos domingos, Seokjin acordou cedo, saiu de casa com suas grandes botas e deu o seu melhor na plantação da senhora Cho, a idosa parecia estar mais cuidadosa que nunca.

Aparentemente o boato de um alfa o perseguindo se espalhou, e a idosa estava impedindo que perguntas invasivas fossem feitas em sua direção, mesmo que ela própria estivesse super curiosa para saber a veracidade da história.

Diferente daquilo que imaginava, Jungkook não veio falar com ele desde o encontro com Namjoon, o alfa mandava mensagens, mas estava se mantendo ocupado e toda vez que perguntava sobre ele a única resposta que recebia era que o trabalho estava puxado. Mas como podia um homem trabalhar tanto a ponto de ficar tanto tempo longe? Era a pergunta que não saia da cabeça do Kim.

No jantar com várias mesas espalhadas pelo quintal, como de costume seus vizinhos estavam reunidos esperando pela refeição, foi quando Seokjin entendeu que aquilo era o que queria. Desejava que seus filhos fossem tão bem tratados quanto às crianças que corriam brincando e que de vez em quando eram empanturradas pelas idosas, queria envelhecer bem e rodeado de pessoas que realmente se importavam.

Mas havia algo faltando ali, e dessa vez não era o primo que dançava espalhafatosamente ao lado do namorado no meio das idosas.

Enquanto todos comiam resolveu sair para caminhar, colocar a cabeça no lugar. Na última semana ficou pensativo, seu primo passou os dias mais próximo de Nishimura, o namorado que ele insistia em não ter nada. E mesmo com o medo de ficar sozinho depois do grande passo com seu ex marido, desejava com todas as suas forças a felicidade de Seonwoo, aquele que sempre esteve ao seu lado.

Parecia que todos estavam empenhados em lhe dar tempo, sua querida chefe Ning estava de rolo com alguma pessoa que ela nem ao menos citou o nome, mas que tomava todo seu tempo e pensamento, a beta estava apaixonada e o Kim também.

Ao longe encarando o fim do pôr do sol, no meio das luzes colocadas estrategicamente em torno da praia para iluminar, a silhueta que conhecia bem estava sozinha no meio dos vários grãos de areia.

Em uma discussão interna sobre ir até lá ou não, Seokjin apenas bagunçou os cabelos ao perceber que já caminhava na direção do alfa que não via há uma semana.

— Será que eu posso me sentar ao seu lado? — perguntou calmamente, recebendo um aceno surpreso e enfim se acomodando no pano sobre a areia.

As ondas batiam em algumas pedras, as águas pareciam dançar no litoral e o delicioso cheiro de mar combinavam com o de vinho que o homem exalava, não sabia se era pela quantidade de Makgeolli em suas veias ou o doce aroma alcoólico que estava deixando sua mente nublada.

— Eu… — os dois falaram em conjunto se encarando antes de sorrirem.

— Eu ouvi seu conselho — tomou coragem chamando  atenção do alfa — Escrevi uma carta, escrevi tudo que eu senti nos anos do nosso casamento, foi um alívio.

Jeon acabou por ficar em silêncio, mas apenas por um minuto tentando colocar sua mente nos trilhos. Quando o ômega chegou naquela pequena cidade pouco povoada e com grandes plantações, a primeira coisa que pensou é como um ômega tão belo poderia estar escondido aqui em um lugar como esse sem ninguém ao lado.

Para sua não total surpresa, depois de alguns anos se apaixonando cada vez mais pelo ômega doce com aroma de caqui, um alfa alto e bonito e com toda certeza rico, apareceu dizendo ser o marido do não tão pequeno rapaz. Jeon se sentia um bobo por ter cultivado tanto amor e ao menos ter a chance de se expressar.

— Kim Seokjin, eu sou apaixonado por você e eu… — engoliu em seco, desejando não olhar para os olhos castanhos, mas se esforçando para dizer tudo com sinceridade — Não é de agora e muito menos por outro alfa ter aparecido. Pode parecer besteira, ou não, já que você tem um companheiro de alma, mas eu realmente fiquei encantado assim que te vi.

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