☁ O caminho não percorrido

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Gabriella

Cinco pares de olhos fitaram Gabriella. Seus olhos eram grandes e vermelhos. Quando Gabriella tentou se aproximar das pequenas criaturas, elas se encolheram e se esconderam.

— Eu não vou machucar —, ela murmurou.

Após o encontro com o outro garoto, Gabriella se viu perdida. Ela foi de um lugar para outro; cada um era tão desconhecido quanto o outro. E até agora, os únicos demônios que ela encontrou foram cinco pequenos demônios. Eles eram bebês, com idade entre um e três anos. Eles não eram como os bebês humanos. Eles estavam distorcidos, irregulares e muito diferentes em muitos aspectos. Era como se seus rostos tivessem experimentado todo tipo de dor. Mas se sentiram essas dores, não demonstraram.

— Você é diferente —, disse a outra criança demoníaca.

Na verdade, eles já podiam conversar. Eles eram muito mais maduros que os outros bebês.

Gabriella deitou-se na grama macia, talvez assim, ela seria menos ameaçadora, e as crianças demônios sairiam de seu esconderijo.

— Eu estou perdida. — Ela olhou para o céu escuro. Só isso. Sem estrelas ou algo assim. Era um vazio de escuridão. Ela se perguntou então se algum dos demônios já tinha visto beleza antes. — Eu não tenho onde ficar.

— Porque você é diferente, você vai nos machucar? —

Gabriella sorriu. Eles eram diferentes, mas também muito parecidos em muitos aspectos.

— Não, não vou. Eu prometo a você.

— Mas pessoas como você matam minha espécie. Somos acusados ​​de possuir humanos. Somos feios —, sussurrou o outro.

— Ela é tão linda —, acrescentou outra voz suave.

— Garotas bonitas matam crianças feias.

— Tenho medo dela. Ela é linda demais. Mamãe me avisou para não me aproximar de gente bonita. Ela disse que eles vão me matar.

Então era a mesma coisa, pensou Gabriella. Assim como as mães mortais alertam seus filhos para ficarem longe de pessoas mal-intencionadas.

Gabriella sentou-se e encostou-a na árvore.

— Era uma vez um homem lindo, tão lindo e gracioso que você sentiria todo o conforto do mundo quando estivesse ao lado dele. Ele voava pelo céu como um pássaro na primeira revoada depois de ser trancado em uma prisão, finalmente capaz de espalhar suas asas e voar livre. O homem não poderia pedir por mais nada. Ele irradiava beleza e paz. Ele começou a se exibir mais. — Gabriella fez uma pausa e percebeu que as cinco crianças demônios haviam se acomodado na frente dela a uma distância medida. Ela sorriu ao ouvir isso, pensando que estava tendo algum progresso com as crianças. — E então, ele foi para um lugar cheio de amor, um lugar onde todos adoravam todos os tipos de bondade, e este homem ficou maravilhado. Ele sentiu como se estivesse sendo elogiado por muito mais. Ele começou a desejar tudo. Ele queria os holofotes. Ele queria ser Deus.

Suspiros encheram os ouvidos de Gabriella. Ela sabia que as crianças demoníacas não tinham ideia de como sua espécie começou, ou de por que existiam demônios. Mas. . . eles ainda poderiam mudar.

— Mas isso não é ótimo? — o garotinho perguntou maravilhado.

Gabriella percebeu que seus pais os ensinaram como viver como um demônio.

— É ótimo. É legal. Mas você nunca pode sentir contentamento. Você sempre iria querer mais e subestimaria tudo. Isso é muito diferente —, explicou ela.

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