3. Afeto

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Priscila Daroit

Cheguei aqui em Saquarema e Carol veio logo ao meu encontro. Que saudade que eu estava daquele abraço, daqueles olhos, daquele sorriso...

Nós fomos para o refeitório abraçadas, ela não quer me largar e nem eu quero largar ela. A saudade que sentimos uma da outra é indescritível, e por mais que eu esteja cansada quero aproveitar um pouco esse momento entre a gente.

Eu sei que Carol não sente nada por mim além da amizade, mas eu sinto uma conexão tão grande quando estamos juntas... É uma coisa inexplicável, parece que somos ímãs e não conseguimos ficar longe uma da outra.

Eu peguei um pouco de comida. Carol decidiu só me acompanhar no almoço, já que ela já tinha almoçado. Estamos conversando sobre a temporada de clubes; ela estava jogando no Savino e o quanto essa mulher joga é brincadeira.

"Mas você foi incrível jogando no Savino, Ca. A melhor bloqueadora!" Falei a admirando.

"Ah, obrigada, princesa! Você também jogou muito no Minas. Eu iria te elogiar mais ainda se você jogasse no Praia," falou Carol me olhando.

"Injustiça isso, para vai. Pode me elogiar mais, eu não sou assim com você." Eu falei fazendo um biquinho. O melhor foi ela toda preocupada achando que eu estava chateada.

"Meu Deus, princesa, eu tô brincando. Desculpa!" Falou ela me abraçando pela cintura e eu afundei o meu rosto no seu pescoço.

Meu Deus, como essa mulher é cheirosa. A vontade que eu tenho de agarrar ela, cheirar esse pescoço, beijar... Eu tô tão apaixonada por ela, eu não consigo disfarçar, mas graças a Deus a nossa relação de amizade é baseada em muito afeto e muito toque físico; se não eu tava ferrada. Apesar de saber que algumas meninas já sabem, porque, como eu disse, eu não sei disfarçar. Saio dos meus pensamentos e começo a rir.

"Hahaha, tô brincando com você, Ca. Não precisa se preocupar." Falei ainda com o rosto no seu pescoço.

"Nossa, Priscila, quase pensei que você tava chateada mesmo." Ela falou querendo rir.

"Nunca que eu fico chateada com você..." Eu falei bem perto do seu ouvido e dei um sorrisinho quando vi ela se arrepiando.

"Então, quais são seus planos para o resto do dia?" perguntei, tentando manter a conversa leve e casual.

"Ah, tenho um treino daqui a pouco, mas depois estou livre. E você?" ela respondeu, ainda com aquele brilho nos olhos que me encantava.

"Eu também tenho treino, mas depois não tenho nada programado. Que tal a gente fazer alguma coisa juntas?" sugeri, tentando esconder a ansiedade na minha voz.

"Claro! Adoro passar tempo com você," disse ela, sorrindo.

Terminamos o almoço e fomos nos preparar para os treinos. Durante o aquecimento, eu não conseguia tirar os olhos de Carol. Cada movimento dela era uma obra de arte para mim. Ela era tão focada, tão dedicada.

Depois dos treinos, nos encontramos no refeitório novamente. Pegamos alguns lanches e decidimos dar uma volta pela praia. O pôr do sol estava deslumbrante, e a companhia de Carol fazia tudo parecer ainda mais perfeito.

Sentamos na areia, observando as ondas e conversando sobre a vida, sonhos e tudo mais. A cada palavra, a cada risada, minha paixão por ela só aumentava. Mas eu sabia que tinha que manter tudo aquilo dentro de mim, pelo bem da nossa amizade.

"Você já pensou em como seria se tivéssemos seguido caminhos diferentes?" perguntei, olhando para o horizonte.

"Às vezes, sim. Mas sabe, eu não mudaria nada. Amo nossa amizade e tudo que passamos juntas," ela respondeu, olhando diretamente nos meus olhos.

Aquele momento era perfeito. Eu queria tanto dizer o quanto a amava, mas o medo de estragar tudo me segurava. Então, apenas sorri e agradeci por ter Carol em minha vida, mesmo que apenas como amiga.

"Eu também, Ca. Não mudaria nada," disse, tentando esconder a mistura de sentimentos que fervia dentro de mim.

Enquanto a noite caía, voltamos para o alojamento. Entramos no quarto e Carol foi tomar banho enquanto eu fui separar uma roupa. Ela saiu e eu entrei, quando eu saí ela estava sentada lendo um livro.
Deitei na minha cama e apaguei o abajur, ela fechou o livro e se arrumou para deitar.

"Boa noite, princesa", ela disse, se deitando na cama sorrindo.

"Até amanhã, Ca," respondi, retribuindo o sorriso.

E assim, fui dormir com o coração cheio de amor e esperança, mesmo sabendo que talvez fosse um amor impossível.

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Demorei mas voltei!
Desculpa a demora amores, prometo que vou tentar postar mais pra vocês.

Obrigada pelos comentários 🫶🏻💗

I'm in love with you. (Darolana) Onde histórias criam vida. Descubra agora