5. Dorminhoca.

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No dia seguinte, acordei com uma sensação de leveza. Talvez fosse o efeito da proximidade com Carol na noite anterior, ou talvez fosse apenas a excitação de estar em Saquarema, treinando com um time incrível. Fui até o refeitório e encontrei Carol já sentada, tomando seu café da manhã.

"Bom dia, dorminhoca!" ela brincou, rindo.

"Bom dia, Ca", respondi, me servindo de um pouco de suco de laranja. "Dormiu bem?"

"Muito bem, obrigada," ela respondeu, sorrindo, "e você, dormiu bem, bela adormecida?" perguntou, me olhando.

"Você não imagina o quanto, amor, dormi ótima," falei lembrando da noite anterior, "inclusive, amei a nossa noite..."

"Eu amei também, princesa. Planejo muito mais para a noite de hoje," deu uma piscadinha, se levantando da mesa.

Fiquei um pouco animada com o que Carol falou, e também um pouco curiosa. Depois do café, fomos para o treino. A manhã foi intensa, com vários exercícios de defesa e ataque, e eu não consegui parar de pensar na noite que vamos ter hoje... Carol, como sempre, estava brilhante.

Eu sempre me esforcei para tentar acompanhar seu ritmo, mas às vezes me pegava distraída, observando seus movimentos com admiração. Eu sempre admirei Carol, ela é uma jogadora incrível e uma inspiração para muitas pessoas, inclusive para mim.

Depois do treino, fomos até a praia. Estávamos apaixonadas por aquele lugar, é tão calmo e eu me sinto em paz, principalmente quando eu tenho a melhor companhia. Carol sugeriu um mergulho, e eu não pude recusar. A água estava fria, mas refrescante, e logo estávamos rindo e brincando nas ondas.

"Você é muito boa nisso," Carol disse, nadando ao meu lado.

"Boa no quê?" perguntei, curiosa.

"Em aproveitar os momentos. Você sempre sabe como tornar tudo mais divertido."

"Ah, isso é porque estou com você," respondi, sorrindo.

Ela sorriu de volta e se aproximou, enlaçando suas pernas em volta da minha cintura e passando seus braços pelo meu pescoço. Nesse momento, fiquei paralisada; meu coração bateu forte; minha respiração estava pesada e eu não conseguia me controlar com ela tão perto de mim.

Carol me olhava com os olhos brilhando, e eu só conseguia olhar para sua boca carnuda e rosada. Ela se aproximou e me beijou no pescoço, depois foi subindo os beijos até minha orelha e sussurrou.

"Eu amo você, amo tudo em você; seu nariz;" beijou o meu nariz "seu pescoço;" deu um beijo no meu pescoço, no meu ponto mais sensível "os seus olhos;" os beijou delicadamente "suas bochechas;" beijou um lado e no outro ela beijou no canto da minha boca "sua boca..." olhou para a minha boca e depois para os meus olhos "eu amo tudo em você, amo como você me trata; amo quando me olha assim como está olhando agora; amo seu jeito; amo a sua família; eu amo muito você, Priscila," ela falou com os olhos brilhando.

"Eu também amo muito você, Carol, muito mais do que você possa imaginar; muito mais do que palavras consigam descrever; muito mais do que qualquer coisa nesse mundo... Eu te amo infinitamente!" Eu falei, a beijando na bochecha, e ela deu uma risadinha gostosa quando eu desci os beijos para o seu pescoço.

Passamos a tarde inteira na praia, de chamego, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. O sol começou a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Sentamos na areia, lado a lado, observando o espetáculo da natureza.

"Você já pensou em como seria se estivéssemos em um lugar diferente?" perguntei, quebrando o silêncio.

"Como assim?" ela perguntou, virando-se para me olhar.

"Se não estivéssemos aqui, em Saquarema. Se estivéssemos em outro lugar, fazendo outras coisas."

"Às vezes, sim. Mas acho que estar aqui, agora, é o que importa. E eu não mudaria isso por nada," ela respondeu, sorrindo.

Aquelas palavras me deram coragem. Eu queria dizer a ela o quanto a amava, um amor que ia muito além da amizade, mas o medo de arruinar nossa amizade ainda me segurava.

"Ca, você já se perguntou se... se poderia haver mais entre nós?" perguntei, tentando não parecer nervosa.

Ela me olhou por um momento, e eu pude ver a surpresa em seus olhos.

"Mais como?"

"Mais do que amizade," sussurrei, desviando o olhar.

Carol ficou em silêncio por um momento, como se estivesse processando minhas palavras.

"Pri, eu... eu não sei. Nunca pensei nisso antes. Mas... talvez. Talvez haja algo mais."

Aquele "talvez" me deu esperança. Um "talvez" era melhor do que um "não". Sorri, sentindo uma onda de alívio.

"Eu só queria que você soubesse," disse, voltando a olhar para o horizonte. Ela pegou minha mão e apertou suavemente. "Eu também te amo, Pri. Seja como for, mas tudo isso está meio confuso para mim... são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Eu só quero que saiba, que independentemente de tudo, eu te amo."

O silêncio confortável se instalou entre nós enquanto observávamos o sol desaparecer no horizonte. Sentia uma sensação de paz e de que, independentemente do que acontecesse, nossa amizade continuaria forte. Embora sentisse um certo receio de tudo por Carol estar confusa com os sentimentos.

Voltamos para o alojamento quando a noite já tinha caído. Estávamos exaustas, mas felizes. Subimos para o quarto e nos preparamos para dormir. Carol se deitou na cama dela, e eu na minha.

"Boa noite, princesa," ela disse, bocejando.

"Boa noite, Ca," respondi, sorrindo.

Fechei os olhos, sentindo uma onda de felicidade e esperança. Talvez as coisas não fossem tão simples, mas o fato de Carol estar aberta a algo mais já era um grande passo. Eu esperaria o tempo que fosse por ela.

I'm in love with you. (Darolana) Onde histórias criam vida. Descubra agora