Capítulo 62

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Aisha

Estava todo mundo comendo de boa, menos eu e o Italo. Não sei se era impressão minha, mas parecia que ele estava sentindo alguma coisa.

Olhei para ele rapidamente e ele olhou para mim no mesmo momento. Desviei o olhar e segundos depois olhei novamente, mas ele já tinha voltado a atenção para o celular.

Fiquei o encarando por alguns segundos, até tomar a coragem de falar com ele.

Aisha: Italo? - Ele me olhou por baixo, todo desconfiado. - A gente pode conversar rapidinho? - O mesmo olhou para Vanessa.

Fiquei encarando Vanessa, que não falava nada e nem fazia algum sinal.

Italo: Rápido! - Se levantou e saiu na minha frente em direção a laje.

Subir a laje ofegante por causa da escada e Ítalo já estava ascendendo um baseado, enquanto olhava a vista.

Fui me aproximando dele, que estava de costas para mim.

Aisha: Eu achava que você não usava mais essas merdas. - Me referi ao cigarro.

Ele me olhou torto e soltou a fumaça na minha cara.

Italo: Tá pagando? - Neguei. - Então. - Falou grosso.

Aisha: A gente precisa se divorciar. - Fez cara de assustado. - A nossa imagem um vincula ao outro. A minha imagem não pode está vinculada a tráfico, roubo, assassinato... - Ele segurou no meu braço.

Italo: O que você quer dizer com isso? - Ele se deu conta que estava me machucando e me soltou.

Eu fiquei encarando ele... não mudou nada mesmo.

Italo: Se era isso que você queria falar, pode ir... eu vou providenciar as papeladas. - Segurei o braço dele delicadamente.

Aisha: Não é só isso. - Toda a culpa do mundo caiu em cima de mim.

Comecei a chorar como criança quando cai e machuca algum lugar do corpo. Mas no meu caso, a criança não caiu, e era o corpo todo que doía.

Italo ficou me olhando sem saber como reagir.

Aisha: Você não vai me perdoar... - Eu tentava respirar, mas a angústia que eu sentia era maior.

Meu peito rasgava de ódio.

Aisha: Meu Deus... - Olhei para o céu. - me ajuda! - Gritei desesperada.

Italo me puxa pelo o braço para perto dele e me abraça.

Ele alisava o meu cabelo com a mão esquerda, enquanto acariciava o rosto com a mão direita, sem nem mesmo saber o por que daquele desespero.

O mesmo não fazia nada, apenas tentava me consolar com o seu toque.

Italo: É sobre Cabelinho? - Neguei e me afastei de perto dele, enxugando o meu rosto que estava encharcado de lágrimas.

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