Be With Me

Capítulo 4

POV: HARVIN PRINCE

São 5h30 da manhã de uma terça-feira e estou indo para o Central Park para correr, como faço todos os dias. A diferença é que hoje não dormi, tentei a noite toda, porém meus pensamentos foram tomados praticamente 100% por ela. Desde que Kate e Kai se beijaram naquele dia, não troquei uma palavra com Kai. Talvez ele estivesse com medo de falar comigo pessoalmente, pois a única coisa que fez foi me mandar mensagens se explicando, e eu ignorei todas.

Estava indo dormir ontem à noite quando recebi uma mensagem.

NÚMERO DESCONHECIDO
"Que ótimo melhor amigo você tem, beija a garota que você amava na sua frente. De qualquer forma, sabe que não poderia ficar com ela mesmo se quisesse. Você sabe que eu não deixaria. Eu te impedi uma vez e posso muito bem impedir novamente, mas você não arriscaria a vida da Kate novamente, não é?"

Merda.

Ter sumido da vida da Kate do nada não foi algo que gostaria de ter feito, principalmente quando o pai dela tinha acabado de falecer. Porém, não poderia explicar o verdadeiro motivo. Agora já se passou muito tempo e ela me odeia. Sinceramente, acho que a melhor coisa que podemos fazer agora é ficarmos longe um do outro e evitar problemas.

Não se deixa de amar alguém do dia para a noite, apenas tentamos colocar na cabeça que esse amor acabou até se tornar real. Não me incomodei ao ver Kate e Kai se beijando porque não a amo mais. No entanto, não deixei de considerar uma traição da parte de Kai, até porque nunca peguei Victory, e não foi por falta de oportunidade.

Depois de receber aquela mensagem, perdi completamente o sono porque sabia exatamente quem poderia tê-la enviado. Minha lista de possíveis remetentes era bem pequena.

Saí de casa para correr e estava garoando um pouco. Apenas coloquei meu capuz e comecei a caminhar até o Central Park. Quando cheguei, avistei um casal correndo juntos, o que automaticamente me fez lembrar dos dias em que eu e Kate tínhamos a rotina de correr todos os dias juntos e depois ir para sua cafeteria favorita. Desde que retornei a Nova York, comecei a correr mais cedo justamente para evitar encontrá-la, pois sabia que ela não havia abandonado esse hábito.

Já fazia uns 40 minutos que eu estava correndo e a garoa já estava se transformando em uma chuva, então decidi voltar para casa. Quando estava retornando, vi a Kate caminhando com seus fones, mexendo no celular, completamente distraída. Também notei um cara logo atrás dela se aproximando cada vez mais.

Droga, Kate, preste atenção.

Comecei a caminhar mais rápido em sua direção e parei na sua frente, fazendo-a esbarrar em mim.

— Ah, desculpe — disse Kate, ainda com a cabeça baixa, guardando o celular.

— Sem problemas, só acho que deveria começar a prestar mais atenção em quem está ao seu redor, principalmente quando estiver na rua sozinha.

— Ah, e desde quando você se importa? — ela disse.

— Não me importo, talvez seja só porque havia um cara atrás de você que provavelmente iria fazer algo assim que estivessem em um lugar vazio, e você nem percebeu por estar com fones e mexendo no celular. Eu ficaria com peso na consciência de não ajudar uma pobre coitada distraída.

— Nossa, como você é bonzinho, Prince. Quer um prêmio? — ela disse em tom sarcástico.

— Da próxima vez eu te deixo morrer e vou embora, pode deixar.

— Não seria a primeira vez que você iria embora —disse Kate em tom sério.

A chuva começou a ficar forte e estávamos no meio do Central Park discutindo.