Te conto uma morte na vida

T - Aquele Porém

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T - Aquele Porém

T é alguém amigável, mas não de muitos amigos.

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Almoçou no trabalho hoje.

Após jogar a bandeja da marmita na lixeira, pega a chave em cima do balcão e vai até a porta da frente, reabrindo o local.

Estava só ele e o silêncio, poucos carros passavam na rua. Não esperava muita gente hoje também, aquela calmaria, por um bom tempo, seria só sua.

Volta para trás do balcão e pensa se folheia algo qualquer ou retoma uma leitura.

Tem os longos cabelos presos por um lápis verde e usa óculos para descanso da vista.

Tem todo o tempo do mundo e ele é sua melhor companhia. De repente chega alguém, mas nenhum dos dois ousa dar bom dia.

Aquela pessoa rodeia entre estantes, pega palavras paradas na mão, nota-se poeira em cada capa que há ali. Volta ao balcão quando se decide:
— Só este.

Então combinam um prazo para a devolução, a pessoa sai satisfeita e ele ganha de novo sua solidão.

É tudo tão certo, tão perfeito, não lhe permite ter outro desejo senão o de estar bem ali. Esta é sua vocação e ele espera que ninguém a tome. A vida consigo teve compaixão, seu contentamento é enorme.

"Tudo está bem quando acaba bem"

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Se alguém quisesse se aproximar de T, veria que ele sabe ser um bom amigo e que se esforça pra agradar.

T tinha muitas amizades antes, porém, deu uma afastada.

O tempo faz isso, a distância também, alguns deixam saudade, e de outros, nem lembrança se tem.

T não se pergunta o que aconteceu, pois está contente. Passados dias de monotonia, a vida lhe traz algo a mais, de repente.

Quando sai do trabalho vai ao ponto de ônibus e então encontra um alguém, uma pessoa apaixonada pela profissão, de assustar quem não o entende.

Mas, desses detalhes não cabe falar aqui e agora, pois T é o assunto. Este, que trata aos outros bem, tanto quanto lhe permite sua visão de mundo.

T é amigável e se afastou de todos, aí tem um porém.

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Miau!