Te conto uma morte na vida

Al - Espelho Meu

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Al - Espelho Meu

Ele sabe o que fez de errado, mas sabe que o outro fez mais errado, ou assim gosta de pensar.

Sendo ele forte, azar do outro ser fraco. O poder que tem agora foi por ele conquistado e disso não larga mão.

Al está na mais alta posição, a qual ele mesmo criou. Ele manda, seus clientes obedecem, estes, cegos da realidade e necessitados, por Al feito escravos.

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Foi semana passada que alguém veio pedindo seu favor. Dinheiro.

Entre elogios e promessas, essa pessoa conseguiu o que precisava. Alívio do desespero.

Al sempre gosta de pensar que planta para colher. Não importa o que semeia nem em que terra, apenas que a vantagem deve ser sua, uma vez que o esforço foi seu.

"O mais forte, de novo, venceu"

Isso ele pensa, pois a razão anda ao seu lado.

"O fraco serve para ser mandado"

Em Al não falta auto confiança, pois, se ninguém deve ousar duvidar de suas palavras, muito menos ele deve refletir sobre o que faz. Ele tem que ser o primeiro a dizer: "Fiz tudo muito bem"

Sem espaço para questionar as consequências de seus atos.

Ou, pelo menos, todo dia ele repete para si, na frente do espelho, palavras de encorajamento.

"Manter-se forte não é fácil, podem me trair a qualquer momento"

Eu disse, encorajamento:

"Foi tudo graças ao meu próprio esforço, eu estou onde mereço"

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Hoje, em sua frente, está aquele cliente. Imprestável.

Quer mais tempo pra pagar a dívida, tal como veio antes, continua miserável.

Al só consegue pensar que errou por ter emprestado.
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Miau!