capítulo 01

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A Engfa é uma detetive rabugenta 😂

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Pov ENGFA.

Eu odeio o natal!

Costumava amá essa época do ano. Agora essa simples data resume uma parcela das coisas que mais odeio atualmente.

E este ano não seria diferente.

Há uma semana, recebi uma intimação — que continha inúmeras ameaças — da minha avó, para que eu compareça ao jantar.

É uma tradição em nossa família. Todos os anos nessa mesma data, nos reunimos na casa da vovó, em Nonthaburi, sem exceção. Ela teme que com o passar dos anos tornemos aquele tipo de famílias que só se veem uma vez ao ano. No caso, no natal.

E cá estou. De volta à onde tudo começou.

Depois do jantar, percebi que não tinha paciência para sentar-me no sofá com meus familiares e discutir coisas irrelevantes que fizemos no último ano.

Em busca de preservar minha sanidade mental, decidi refugiar-me do lado de fora, onde sei que ninguém se aventuraria. Sentei-me em uma cadeira no extremo da varanda, inspirei profundamente, apreciando a brisa refrescante trazida pelo calor.

Embora estivesse bem agasalhada, o frio era acolhedor em uma noite com poucas nuvens. Pensei em tomar uma dose de uísque para me aquecer enquanto observava o véu cinza cobrir o céu noturno de Nonthaburi, e os pequenos sinais de que logo começaria a chover.

Gosto de estar na minha própria companhia — especialmente hoje — e, apesar que isto possa desencadear uma epifania de emoções e memórias que há anos venho tentando esquecer.
Eu diria que... o meu próprio convívio é de alguma forma reconfortante.

Mas é inevitável não pensar. Não sentir.

Possuo uma marca profunda na minha alma.

É curioso pensar que, em algum momento daquela noite, eu finalmente poderia desfrutar da minha própria companhia.

Pelo canto dos olhos, notei a presença da Yoko, que se sentou ao meu lado com os olhos fixos em mim. Conheço-a bem o suficiente para saber que sua aproximação repentina tinha como objetivo iniciar a conversa que venho tentando evitar desde que cheguei.

— Então... como vai aquela garota gringa que você tava namorando?

— Bem, eu acho.

Me encosto na cadeira e suspirou lentamente antes de prosseguir.

— Terminamos na semana passada... — digo, tomando um generoso gole do meu uísque. — Na verdade, ela terminou comigo. Disse que não podia ficar com alguém que não estivesse completamente dedicado a esse relacionamento. E que deveríamos buscar aquilo que realmente queremos.

— Como você está?

Torci os lábios.

— É Natal. Então, você sabe como estou...

As lembranças me vêm à mente, tudo e, exatamente tudo me faz lembrar dela.

— Já faz tanto tempo, P'Fa! — exclama Yoko, levantando as mãos para o alto.

— Pra mim parece que foi ontem.

Sinto um gosto amargo se forma bem fundo da minha garganta.

— Aish, sua estúpida... — Yoko revirando os olhos com impaciência enquanto cruzava os braços.

O silêncio se manteve entre nós por longos minutos, até que ela o quebrou.

— Olha... Eu sei que não adianta dizer isso, até porque não consigo nem imaginar pelo que está passando. Mas eu me preocupo com você.

ONLY U / englotOnde histórias criam vida. Descubra agora