ONLY U / englot

capítulo 5

Desculpem a demora. Estou trabalhando numa Novel e sendo puxando!

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Pov Engfa

Um dos momentos mais tensos da minha vida foi conhecer Apsara Austin. Eu já tinha ouvido falar dela — Charlotte sempre comentava algo, mas nunca era uma história agradável. Becky e eu sabíamos que seríamos descobertas, afinal, não dava para pular o quintal de uma casa repetidamente sem ser notadas pelos donos.

Quase sempre dormíamos na sua casa, seja para fazer tarefas da escola ou porque gostávamos da companhia uma da outra. A garota britânica adorava esses momentos, pois, sendo uma garota solitária, de repente se via com duas amigas. Para ela, éramos as pessoas mais importantes da sua vida, logo depois do pai. Isso até o dia em que ele a magoou profundamente.

Sempre que pulávamos o quintal da casa de Charlotte, subíamos na árvore do jardim. Mas, naquele dia, estávamos prestes a subir quando ouvimos alguém pigarrear. Olhei para o lado e vi a silhueta de uma mulher, com as mãos na cintura e batendo o pé na grama, visivelmente irritada. Toquei o ombro de Rebecca que também olhou para ela. Apsara foi se aproximando lentamente, e, sob a luz, finalmente pudemos vê-la com clareza.

— Posso saber o que estão fazendo aqui? — ela perguntou, claramente irritada.

Minha primeira reação foi pensar em correr antes que ela chamasse a polícia, mas talvez, se eu explicasse quem éramos, ela entenderia.

— Sawasdee ka — a cumprimentei juntando as mãos e me curvando respeitosamente. — Somos... amigas de Charlotte. Nos conhecemos na escola.

— Então por que não entram pela porta da frente? — retrucou Apsara, ainda irritada. — Por que pular a cerca e subir a árvore? Minha filha não me disse nada sobre vocês.

Ia responder de novo, mas minha amiga foi mais rápida. Sabia que algo estúpido estava prestes a sair da boca dela — era bem o estilo dela.

— É porque ela não quer que você saiba sobre nós — disse Rebecca. — Você não é muito popular, sabia?

Apsara riu de forma sarcástica.

— Ora, vejam só… — disse ela. — Invadem minha casa e ainda são atrevidas.

Meu coração disparou, e senti minhas pernas tremerem. Olhei para cima e, através das folhas da árvore, vi Charlotte espiando. Alguns minutos depois, ela estava lá embaixo, nos defendendo.

— Mamãe, essa é a P'Engfa e essa é a Rebecca — disse Charlotte, firme. — … Elas são minhas amigas.

Apsara desviou o olhar de nós e depois encarou a filha.

— Então, por que não me falou sobre elas? Faz dias que percebo movimentos estranhos à noite. Eu poderia ter chamado a polícia.

Charlotte abaixou a cabeça, sem saber o que dizer.

— Entrem, quietas, e não façam barulho. Eu gosto de silêncio. E, de agora em diante, entrem pela porta da frente, não como duas marginais — disse Apsara, lançando um olhar firme para a filha. — E que seja a última vez que você me esconde alguma coisa, Charlotte Austin.

Ela deu as costas e caminhou até a porta da frente. Só então eu consegui respirar de alívio. Becky, como sempre, parecia despreocupada, enquanto Charlotte estava pálida como um papel. Olhei para as duas e só consegui dizer:

— Eu preciso ir ao banheiro urgente.

Achei que elas iam rir, mas, em vez disso, as duas responderam em uníssono: