Acredito que o casamento seja um momento único na vida de qualquer mulher, capaz de trazer felicidade ou destruição. As jovens damas da corte provavelmente desejariam estar em meu lugar, prestes a casar com um monarca cuja família governa a Pensilvânia há anos. Realizaria o sonho de muitas delas, mesmo que não seja o meu próprio desejo. Terei que me dar bem com meu futuro marido.
Mesmo que tenha sido contra a minha vontade, percebi que esse casamento me trouxe conforto, desde a decoração até as comidas e bebidas, tudo escolhido por mim. A família Lestat passaria a ser minha família também, daqui para frente, e eu teria que me comportar como parte dela. Isso significava aprender a viver em festas e reuniões importantes, mesmo que meus pais sejam duques e eu tenha passado a maior parte do tempo em casa. Segundo eles, meu futuro marido não gostaria que eu estivesse perto de outros rapazes, e assim foi feito.
- vejo que está ansiosa - mamãe parece na sala de noivas.
- um pouquinho, nunca fui de ter toda a atenção das pessoas, e agora estarei casada com um monarca - isso me dava medo.
- você se sairá bem - seu olhar se entristeceu e vi mamãe por um segundo recusar - posso te dar um abraço?
- claro! Eu ficaria muito feliz.
A Sra. Blade costumava ser bastante rígida, mas ultimamente ela parecia tão abatida que, sempre que podia, vinha ao meu encontro para passarmos um dia juntas, como mãe e filha. Talvez fosse a forma dela de dizer que sentirá saudades.
- vou deixar você se arrumar, daqui apouco venha ver como está - a mesma saí pela porta me dando um sorriso caloroso.
Avisto uma bela caixa sobre a pequena poltrona branca ao lado do espelho. A caixa destacava-se como a única de cor forte naquele ambiente repleto de tons pastéis, sua superfície adornada por detalhes em dourado, formando pequenas espirais e folhas. Ao lado dela, repousava uma pequena carta.
𝕻𝖆𝖗𝖆 𝖛𝖔𝖈𝖊̂ 𝖆𝖓𝖏𝖎𝖓𝖍𝖔:
"𝙾𝚕𝚑𝚎𝚒 𝚎 𝚕𝚎𝚖𝚋𝚛𝚎𝚒 𝚍𝚎 𝚟𝚘𝚌𝚎̂, 𝚖𝚎𝚞 𝚊𝚗𝚓𝚒𝚗𝚑𝚘. 𝙰𝚌𝚛𝚎𝚍𝚒𝚝𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚒𝚛𝚊́ 𝚌𝚘𝚖𝚋𝚒𝚗𝚊𝚛 𝚙𝚎𝚛𝚏𝚎𝚒𝚝𝚊𝚖𝚎𝚗𝚝𝚎 𝚌𝚘𝚖 𝚘 𝚗𝚘𝚜𝚜𝚘 𝚌𝚊𝚜𝚊𝚖𝚎𝚗𝚝𝚘, 𝚊𝚕𝚎́𝚖 𝚍𝚎 𝚛𝚎𝚊𝚕𝚌̧𝚊𝚛 𝚜𝚞𝚊𝚜 𝚌𝚞𝚛𝚟𝚊𝚜. 𝙽𝚊̃𝚘 𝚑𝚊́ 𝚗𝚊𝚍𝚊 𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚞 𝚗𝚊̃𝚘 𝚙𝚘𝚜𝚜𝚊 𝚝𝚎 𝚙𝚛𝚘𝚙𝚘𝚛𝚌𝚒𝚘𝚗𝚊𝚛, 𝚋𝚊𝚜𝚝𝚊 𝚍𝚎𝚜𝚎𝚓𝚊𝚛 𝚎 𝚎𝚞 𝚏𝚊𝚛𝚎𝚒 𝚊𝚌𝚘𝚗𝚝𝚎𝚌𝚎𝚛."
𝕬𝖘𝖘: 𝕻𝖍𝖎𝖑𝖎𝖕𝖊 𝖁𝖑𝖆𝖉𝖞 𝕷𝖊𝖘𝖙𝖆𝖙
Contemplo o mesmo vestido daquele dia, aquele que a atendente disse estar reservado... Como ele sabia? Por que se esforçar tanto por mim? Apesar dessas dúvidas, creio que nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. Ele me presenteou com o vestido dos meus sonhos e fez com que eu me destacasse entre tantos.
(...)
O local assemelhava-se a um campo amplo e arejado, com uma grama tão verde que parecia artificial. Em cada canto, diversas flores desabrochavam, representando nossa linhagem e até mesmo os vampiros de menor hierarquia, uma visão deslumbrante para os olhos humanos, mas ainda mais bela para os olhos vampíricos. O sol abaixaria exatamente no momento em que nos beijarmos, lançando um suave brilho sobre nossa pele que, sem o anel, não suportaria.
Então celebraríamos nosso casamento ao pôr do sol, simbolizando o início de uma nova etapa e o compromisso de permanecermos juntos até que a luz se apagasse. Philipe planejou meticulosamente e até honrou a tradição de nossos ancestrais.
- está pronta? - mamãe me acompanha pela linda estrada de flores que levava até onde todos estavam - você está linda.
- acho que vou desmaiar - vejo que a mesma olha para o vestido que o Lestat me deu.
- quem te deu esse vestido? Não foi o que escolhemos na loja - era óbvio que não, foi você que escolheu, não eu.
- bom, lembra quando eu disse que queria? Por algum motivo o Philipe ficou sabendo, hoje eu recebi o vestido e ele estava certinho com as minhas medidas.
- ah... É, você ficou linda - mamãe se cala e não diz mais nenhuma palavra até a entrada, Onde havia um arco de madeira repleto de rosas brancas e trepadeiras de Jade azul.
Papai se aproxima com os olhos cheios de lágrimas e beija minha mão.
- minha menina cresceu, e eu fico muito feliz - diz ele entrelaçando nosso braço e caminhado comigo até o altar, onde meu noivo me esperava.
Vejo os irmãos Lestat me observando com orgulho, e alguns parentes de Philippe até sorriam como se eu fizesse parte da família há tanto tempo. Matheu chorava; sei que, no fundo, ele gostava de mim, mas interpretarei essas lágrimas como expressões de felicidade. Observei vários membros da corte sendo convidados; alguns demonstravam grandes reações, enquanto outros apenas exibiam inveja, o que não me incomodou nem um pouco.
Olho para ele, que não demonstrava nenhuma reação, apenas permanecia imóvel no altar com um olhar que dizia "você é a coisa mais linda que já vi", porém seu corpo permanecia rígido e seu coração batia forte o suficiente para ser ouvido até por ouvidos humanos. Philipe parecia querer fugir por alguns instantes, mas ao olhar para sua mãe, que estava à sua frente, seu olhar se suavizou e ele esboçou um lindo sorriso ao me ver chegando tão perto.
- cuida da minha morceguinha, rapaz - papai diz me deixando no altar ao lado de Philipe.
- pode deixar, Sr Blade, é tudo que eu vou fazer... Eu prometo - meu pai olha para o mesmo com um sorriso fraco e depois vai ao lado de minha mãe.
- está pronta? - Lestat me perguta curioso.
- uhum, já estou aqui né - na verdade eu estava morrendo.
- você ficou linda com esse vestido - seus olhos brilharam como se lembranças passassem em flash na sua mente.
- obrigado, não sei como, mas você acertou muito - olhamos para o cerimonialista que começou a falar.
- Queridos amigos e familiares, estamos reunidos aqui hoje...
(...)
Philipe pegou a aliança e a colocou delicadamente em meu dedo, suas mãos tremen e sua pele fica mais fria que o habitual. No entanto, seu olhar permanece firme no meu, e com um único flash de expressão de palavras, eu percebo que talvez possa encontrar a felicidade neste casamento: "Não há nada no mundo que eu não possa te dar".
- agora o selamento de sangue - o homem à nossa frente fala.
Tomamos a adaga e com cuidado fizemos um corte na palma de nossas mãos, este era um pacto realizado somente entre os membros mais proeminentes. Esse gesto simbolizava que eu geraria herdeiros para a corte e ele os protegeria com sua vida, pois nosso futuro dependeria deles. Por outro lado, a lenda dizia que o juramento de sangue era uma maneira de vincular a alma de uma pessoa à outra para toda a eternidade, por isso eram realizados somente em casamentos.
- com esse sangue, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
O sol se pôs e lá estava a gente, com o nosso primeiro "beijo" e nos eternizando na frente de todos, quem olhasse de fora, talvez até pensariam que estaríamos apaixonados.
Eu e ele... Agora eu era da família Lestat.
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Para sempre minha 𝒬𝓊ℯ 𝒶 𝓂ℴ𝓇𝓉ℯ 𝓃ℴ𝓈 𝓈ℯ𝓅𝒶𝓇ℯ
Vampiros"Acho que eu sempre estarei destinada a você, mesmo que passe anos, mesmo que o céu desapareça... meu destino é o teu " "vampiros não amam, mas acho que estou apaixonado. odeio esse" para a eternidade ", tudo não passa de mentira, nosso amor só vai...