chief of the court

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A corte era representada por ilustres vampiros, entre os quais figurava a nossa família. Meus pais ostentavam altos títulos de nobreza, sendo reconhecidos como duques que, ao longo de muitas eras, serviram fielmente à linhagem dos Lestat. Com o decorrer dos tempos, o que um dia fora um glorioso reino transformou-se em uma corte onde somente os mais proeminentes detinham o comando.

Philipe Vlady Lestat era um líder nato, cujos pais ascendiam da realeza e por longo tempo governaram com autoridade suprema. Contudo, ao nascer de seu primogênito, decidiram que era chegada a hora de passar o cetro real adiante. Tudo o que eu sabia sobre Philipe era que ele evitava os holofotes, o que me impedia de vislumbrá-lo... Até aquele dia.

Cada uma das doze famílias era identificada por uma flor: rosas, tulipas, lírios ou até mesmo girassóis... Uma representação dos antepassados de cada linhagem. Seguíamos essa tradição para nos distinguir, para reconhecer de qual família era cada morador da corte. A minha família ostentava belas rosas brancas como emblema heráldico, enquanto os Lestats exibiam magníficas rosas negras, símbolo da presença de um membro proeminente na corte.

Na corte residiam apenas doze famílias, as quais compunham a elite da sociedade, enquanto nas camadas inferiores encontravam-se os subalternos, incluindo servos e súditos. No entanto, eu sabia que os Lestat não os desprezavam, e por isso nossa corte era abundantemente suprida de alimentos, flores e remédios. Em troca, os subalternos retribuíam da melhor forma que podiam, pois seu soberano nunca deixara faltar abrigo para eles.

Parece que Philipe Vlady Lestat era conhecido por sua reputação de homem implacável e sem misericórdia perante os estranhos, agindo apenas para cumprir seu dever de proteger os habitantes da corte. No entanto, se isso significasse algum mal para alguém do círculo interno, ele não hesitava em eliminar a ameaça sem piedade. Ao entrar em contato com Matheu, descobri que os Lestats eram vistos como os piores entre os vampiros, tanto como líderes quanto como indivíduos. Demonstravam aversão à contrariedade e exigiam agendamento prévio com um mês de antecedência até mesmo para uma simples conversa, impondo essa mesma exigência a alguns membros da corte. Essas revelações levantaram questionamentos sobre o motivo pelo qual ele esperou por mim durante dezoito anos, por que meus pais o tratavam com tanta familiaridade e por que todos pareciam me conhecer há tanto tempo.

- já chegamos filhinha, tá pensando no que? - olho para fora e vejo um lindo lugar onde parecia mais um jardim do que uma loja.

- nada. Vamos esperar a Sra Lestat aqui? - mamãe concorda e vejo as tulipas no jardim, significava que a loja era dos Evans, minha loja de doces preferida - Mãe, esse loja é uma fortuna - seus doces era para vampiros como eu, era usado sangue em certas fabricações, o que facilitava para vampiros comerem sem enjoar.

- Philipe falou que vai pegar tudo, só pediu para te ajudar a escolher seus doces preferidos - vejo a mãe de Philipe chegar - ela chegou, vamos entrar.

- olá minha querida, desculpa a demora, estava resolvendo uns assuntos da corte - a mais velha me abraça e me dá um beijo na testa.

- bom, e Philipe? - sla, não sabia se homem particularmente participava de degustação de doces, mas acho que não era a cara dele.

- ele pediu para te avisar que não poderá vim, as coisas estão muito preocupantes lá - sua cara era preocupação e pensativa.

- entendo, tudo bem. Vamos?

- claro, bora provar esses doces - mamãe diz feliz.

(...)

Acho que eu nunca tinha comido tanto doce na minha vida, a mesa estava repleta de vários tipos de tudo que eu poderia imaginar. Vejo Miranda olhar o celular muitas vezes, ela parecia desconfortável com algo.

- se a senhora quiser, já pode ir - digo tentando ser simpática - a gente já provou vários doces, e a senhora tem que cuidar do conselho.

- obrigada minha norinha - a mesma falava com tanta naturalidade - espero que tenha gostado dos doces, nos vemos amanhã.

- eu acompanho você até a porta, Miranda - mamãe se levanta e vai até a porta da loja com Miranda.

Olho para aqueles doces e fico pensando, sei que não conheço Philipe tão bem, mas acho que ele gostaria de experimentar alguns doces, afinal, ele vai ser meu marido e tenho que tentar ter uma ótima relação com ele.

- vamos filha?

- vamos, antes eu vou pegar mais uma caixinha de doces, tem algum problema? - ela sorri e nega com cabeça.

- então vou esperar lá fora, não demora.

Escolho os melhores doces, já que ele vai pagar o casamento inteiro, acho que eu deveria pagar pelo menos um doce para ele provar. Provavelmente não vou ver ele frequentemente já que ele é o chefe da corte e vive ocupado, talvez até a futura esposa dele (eu) tenha que marcar uma reunião com antecedência.

- será que eu tenho que marcar uma reunião de antecedência? - pergunto para mamãe ao adentrar o carro - gostaria de levar alguns doces para Philipe.

- bom, você é noiva dele, não vejo motivo - a mesma fala olhando a estrada - se quiser, eu levo você lá.

- ah, ótimo!

- só não demore, ele tem muitas coisas para fazer, e é visto como falta de respeito tomar o tempo do grande chefe - isso eu sabia, afinal, ninguém ousava a tomar tanto de seu tempo.

- não vou, só quero entregar isso.

O caminho foi tranquilo. Mamãe costumava dizer que Philipe e seus pais eram os que mais trabalhavam na família, enquanto seus irmãos cuidavam dos subalternos, pois era muita responsabilidade para uma única pessoa.

Ao passar por diversas casas, observei vários jardins repletos de flores. Algumas pessoas escolhiam não utilizar tantas flores na decoração, optando por pintar as casas com cores que simbolizavam as flores em vez de tê-las fisicamente. No entanto, cada residência tinha pelo menos um vaso de flor como sinal distintivo da família que ali habitava.

- chegamos, vou ir para casa - diz ao estacionar o carro - quando terminar me liga, venho te buscar ou peço para seu pai.

- tá bom, muito obrigado mãe.

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Para sempre minha  𝒬𝓊ℯ 𝒶 𝓂ℴ𝓇𝓉ℯ 𝓃ℴ𝓈 𝓈ℯ𝓅𝒶𝓇ℯOnde histórias criam vida. Descubra agora