Naquele imenso espaço
jazia o vazio
de anos remansado,
suplicando por um abraço,
de alguém que nunca veio.A maciez empoeirada
de um móvel estragado,
enfeitava a madeira
com madeixas brancas e finas,
representando sua sina.Fadado ao temporal
aguado de dias frios,
deixado de canto,
amansando um bichano
que às vezes brotava para observar.Se em algum momento aparecia,
o vento não ouvia,
o farfalhar do grito mudo
que estrondava a estrutura
depois da meia-noite
quando tudo estava escuro.Sentia saudade
do cheiro de café da dona,
que a enfeitou de amarelo,
e cobriu de afeto
as paredes manchadas.Mas volta e meia ela voltava,
para ver se o gato miava,
depois dele ter ido embora
a cinco anos atrás
pela solidão que asfixiava.
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Estrofes de Inverno
Poetry(para ler à noite) "𝘌𝘴𝘵𝘳𝘰𝘧𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘐𝘯𝘷𝘦𝘳𝘯𝘰 (𝘗𝘢𝘳𝘢 𝘓𝘦𝘳 à 𝘕𝘰𝘪𝘵𝘦)" é uma coleção de poemas que mergulha profundamente nas emoções humanas e nos sentimentos que mantive guardados por um tempo. Cada poema é uma janela para temas...