CHAMAS DO INFERNO (+🔞)

11|SOMBRAS

as colinas tem olhos
as colinas tem olhos
Quem é você para julgar?
Quem é você para julgar?
Esconda suas mentiras
Garota, esconda suas mentiras
The Hills/ The Weeknd

• Noah Beaumont Durand •

Percebo que Isabella adormeceu em meus braços, escuto barulho de folhas, e rapidamente me retiro. Sei quem era, o que queria e sabia como se recuperava rápido. Vou em direção ao internato novamente, e procuro pôr meu carro.

Retiro as chaves do meu bolso, ainda com Isabella em meus braços, abro a porta do passageiro, e a coloco com cuidado. Deito a parte de trás do banco, para que Isabella fique mais esticada. Termino de ajeita-lá, e fecho a porta. Dou a volta no carro, e abro a porta do motorista, entro e fecho a porta, ligo o carro, e saio dali, sem olhar para trás. Não haveria aula esses dias, então, ninguém sentiria falta de nós dois.

O caminho seria longo, mas antes iria na cidade para comprar roupas, casacos, comidas e alguns medicamentos e curativos. Preciso cuidar desse corte em sua coxa, como ela pôde atravessar a coxa dela?!?! Maldita!!

• Isabella Godoy Bueno •

Sinto meu corpo todo doer, cada centímetro, cada pedaço meu, dói. Minha coxa dói, meu rosto dói. Abro os olhos lentamente, e sinto minha cabeça doer, me sento na cama, me levanto, mas assim que fico de pé, minha vista escurece, e fico fraca, minhas pernas fraquejam, eu cairia no chão, se não fosse pela ajuda de Noah. Deito na cama novamente, e respiro fundo. Estou tentando processar tudo de uma vez, olho ao meu redor, e percebo que não estou no internato, é uma casa, ou melhor, uma cabana. Olho para minha coxa, e vejo que está limpa e enfaixada, os cortes pequenos que tinham em meus braços, estão cobertos com curativos, mas, ainda assim, sinto doer, das grandes até às mais pequenas. Passo a mão pelo rosto, mas me assusto ao sentir um uma dor eletrizante no meu nariz. Eu quebrei o nariz ou está tão dolorido assim?

— Tudo bem? — Noah se aproxima, me entregando um copo de água.

— Acho que sim. Onde estamos? — questiono, me sentando na cama, e recebendo seu copo de água.

— Estamos na minha cabana, bom, é o lugar onde venho quando quero ficar sozinho e em paz. Pensei que aqui estaria segura, já que, apenas eu sei a localização, ou melhor, agora você sabe — Ah, entendi. Ainda não entendo, porque ela queria me matar, e como? Eu só queria entender, eu enfiei a adaga no olho dela tão profundo, e depois, ela apareceu com o olho como se nada tivesse acontecido. — falo, indignada.

Noah suspira e passa a mão por seus cabelos, o que os deixa bagunçados, mas mesmo assim, o deixa atraente. Ele tenta falar algo, mas nada sai. Arqueio uma sombrancelha sem entender.

— Então, Isabella, eu tenho que te contar algo, creio que não irá acreditar em sequer uma palavra que eu vou lhe dizer, mas, não se assuste com o que vai ver agora. — fala, e olha fixamente nos meus olhos.

Noah se levanta de sua cadeira, e em um piscar de olhos, sua aparência muda, meu corpo treme com sua presença assustadora, mas, é como se fosse algo familiar, mas nada recente. Seus olhos que eram azuis, agora eram vermelhos, tão vermelhos que posso jurar que eram chamas, a sua cor de pele não era mais esbranquiçada e sim acinzentada, tinham garras e dentes afiados, e enormes chifres em sua cabeça. Oh meu deus, o que era aquilo?!?!

Prendi a respiração, assustada demais. Estava apavorada, sua presença não era boa, sua aparência também não era boa. O olhei dos pés à cabeça, e vi algo uma tatuagem em seu peitoral semelhante a que tem em minhas costas, mas, por que só apareceu agora?

— Vo-você é um....

— Demônio, Isabella, eu sou um demônio. Por favor, não se assuste. — fala, e volta a sua aparência normal.