Predestinado • Taegi Abo

04 - Provas e Planos

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Sob a proximidade do casamento que o ligaria ao príncipe Yoongi, Taehyung enfrentava as provas de roupa com uma mistura de ansiedade e resignação. O alfaiate real, meticuloso e experiente, ajustava cada detalhe do traje cerimonial enquanto Taehyung tentava manter a compostura. A cada medida tirada e cada pano ajustado, ele se via confrontado com a realidade de seu destino iminente.  Observando-se no espelho enquanto ajustava a roupa cerimonial. O traje, elaborado e rico, parecia feito para outra pessoa. Cada detalhe, desde os bordados dourados até os tecidos finos, representava um mundo que ainda lhe era estranho e intimidante.

Enquanto o alfaiate trabalhava, Taehyung revivia momentos de incerteza e dúvida. Ainda que tentasse manter uma fachada de calma, por dentro, seu coração se agitava com perguntas não respondidas e sentimentos conflitantes. Ele lembrava das palavras duras de Yoongi, da distância e do desdém que o príncipe demonstrava. Essas memórias lançavam sombras sobre o futuro que ele tentava aceitar.

Enquanto a agulha costurava os tecidos finos, Taehyung se perguntava se seria capaz de suportar a vida ao lado de alguém que parecia rejeitá-lo tão abertamente. O reflexo no espelho, vestido com a riqueza daquela roupa, parecia um estranho para ele. A cerimônia se aproximava rapidamente, e Taehyung sentia como se estivesse sendo arrastado por uma correnteza forte, incapaz de lutar contra o destino que outros haviam traçado para ele.

Em momentos como essse, que a solidão o engolia, ele lembrava-se de seu pai, Joonho, cujas palavras de sabedoria e conforto agora pareciam mais necessárias do que nunca.

- Pai. -  Murmurou Taehyung, olhando pela janela de seu quarto para o céu estrelado. - Eu queria tanto que você estivesse aqui. Você sempre soube o que dizer, sempre soube como me guiar.

A falta de Joonho era palpável, uma ausência que Taehyung sentia em cada fibra de seu ser. Ele sabia que precisava se manter firme, mas a incerteza e o medo o assombravam. Enquanto os alfaiates ajustavam os detalhes do traje, Taehyung não pôde evitar que sua mente voltasse aos tempos mais simples e felizes de sua infância.

Ele se lembrou vividamente de um dia de verão, quando tinha apenas sete anos. Estava sentado no colo de seu pai, em um banco de madeira no jardim de sua modesta casa. As lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ele perguntava com voz trêmula: - Papai, por que ninguém quer ser meu amigo?

Joonho o abraçou com firmeza, seu coração partido ao ver a tristeza no rosto de seu filho. - Taehyung, meu querido filho. - Ele começou, sua voz suave e reconfortante. - Você é especial de uma maneira única. Às vezes, as pessoas demoram um pouco para entender isso, mas quem realmente importa vai ver o quão maravilhoso você é.

As palavras de seu pai ainda ecoavam em sua mente enquanto ele olhava para seu reflexo no espelho. Ele se perguntava se seu pai estaria orgulhoso dele agora, enfrentando um futuro incerto como noivo do príncipe herdeiro. A ausência de Joonho, que falecera quando Taehyung ainda era jovem, era sentida mais intensamente em momentos como este, quando ele precisava desesperadamente de orientação e apoio.

Enquanto os alfaiates continuavam seu trabalho, ajustando cada detalhe do traje cerimonial, Taehyung fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Ele prometeu a si mesmo que faria o possível para honrar a memória de seu pai, enfrentando os desafios que o destino lhe reservava com coragem e dignidade.

Enquanto ele lutava para se afirmar como o consorte do príncipe, Seoyeon continuava a tecer suas teias, usando sua influência de maneiras cada vez mais perigosas. Durante um dos bailes, onde a nobreza se reunia em honra ao próximo casamento real, Seoyeon viu uma oportunidade de humilhar Taehyung e, ao mesmo tempo, consolidar sua própria posição.