04. Trajado de perigo.

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• . JEON JUNGKOOK | SEOUL | SEXTA-FEIRA

Trajado com uma camisa de seda cinza, cujas mangas ligeiramente arregaçadas revelavam seus braços tatuados, Jeon Jungkook era a figura perfeita para ser confundida com um mafioso coreano. A gravata preta, impecavelmente alinhada, era um contraste sutil para a personalidade forte do homem, trazendo exatamente o detalhe de imperatividade que ele gostaria de passar assim que atravessou o salão e seguiu em direção ao bar, com a cabeça erguida.

Havia todos os tipos de homens ali e, surpreendentemente, de mulheres também. Aquele lugar realmente não era boa coisa, e ele havia se dado conta disso assim que viu um grupo de caras tatuados cheirando uma carreira de cocaína (ou algo do tipo) numa mesa próxima à sacada, pouco separada dos demais grupos que se encontravam na multidão. Alguns de idade avançada apenas permaneciam no estofado próximo a uma mesa de pôquer, e outros, ainda jovens, porém maduros, encontravam-se em pé jogando sinuca. Uma série de mulheres bem vestidas, cobertas de lantejoulas e penteados deslumbrantes, permaneciam ao lado deles, chamando a atenção com sua aura feminina e cintilante, não como acompanhantes de luxo, mas sim como damas sendo prestigiadas com a honra de assistir ao seu marido jogando mais uma rodada de um simples jogo, mas no qual valia a vida de qualquer jogador de boxe como Jungkook.

Talvez a excitação de uma aposta não se restringisse apenas à diversão de dar mais uma cartada, de lançar os dados ao ar, mas sim ao tesão que aqueles viciados tinham de pôr o seu dinheiro em jogo. Eram tantos ao mesmo tempo, tantos homens e damas que sorriam ansiosamente, aguardando por sua vez para jogar, que Jungkook apenas observava tudo extremamente intrigado, com os olhos caramelados, brilhantes e cerrados, enquanto aguardava o garçom atendê-lo com o braço apoiado no balcão, reclinando-se ali como se tudo aquilo fosse seu.

Bem, Deus queria que fosse.

Ele não estava inseguro, muito menos com medo, e podemos ousar dizer que ele até havia se intrigado com a energia e o visual ambiente que aquele estabelecimento havia adotado recentemente. Era como estar em casa depois de um ano, mas no seu caso, haviam sido apenas algumas horas desde que ele esteve ali pela última vez. O queixo erguido e os lábios franzidos ao toque sutil da língua em suas bordas davam uma imagem sedutora àquele homem, que havia puxado todos os olhares para si.

Um fator importante a ser mencionado era que as mudanças não eram restritas apenas aos outros, mas também a Jeon, que agora mais se assemelhava a um empresário "problemático" do que a um jogador de boxe ensopado de suor.

Seu perfume escolhido a dedo exalava o cheiro amadeirado de uma colônia vinda das Filipinas, e as tatuagens em seu braço permaneciam escuras como a noite, como num filtro preto e branco, conferindo o ar de formalidade e elegância contida, digna de um homem bonito como Jungkook.

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