No silêncio intenso da arena, tendo apenas como culpado o foco doentio, o olhar afiado de Jungkook, o maior boxeador do país, envia uma mensagem de morte ao oponente do outro lado graças aos gritos retumbantes do ringue. A atmosfera carregada de uma...
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• . 1 ATO [APENAS O PRELÚDIO] . • • . JEON JUNGKOOK | SEOUL | QUINTA FEIRA
No âmago de uma academia repleta de ecos e sombras, o treino de luta começava como uma oração sagrada. As paredes, testemunhas de inúmeras batalhas pessoais, refletiam o brilho opaco das luzes atravessavam as janelas, criando um ambiente onde a dedicação e a determinação se materializavam em suor e esforço.
O lutador se posionava no centro, sendo um guerreiro moderno envolto em um olhar de concentração. O seu corpo, uma escultura de músculos e cicatrizes, se movia com a precisão de um relógio antigo, cada movimento uma prova de disciplina e força. As mãos, envoltas em faixas gastas, cerravam-se em punhos que atingiam o objeto mirado pelo olhar de um gladiador
— Jungkook — o treinador pronunciou seu nome, caminhando em sua direção.
Os olhos âmbar cintilando entre as penumbras do salão vazio, fixados em um homem mais alto, encarando-o daquela maneira tão Jeon Jungkook, atento e astuto. Eram obsidiana polidas, profundas e tão escuras que só podiam ser sondadas à partir do entardecer.
— Hm? — arregalou, retirando as faixas nas quais cobriam suas mãos, afastando-se do alvo.
— Sua próxima luta será importantíssima. Seus fãs estão ansiosos, sabia? — sorriu-lhe amigavelmente.
Jung Seojun cortava seu cabelo de maneira prática, uma suavidade nos traços de seu rosto, onde a pele, levemente bronzeada pelo sol de muitas horas passadas ao ar livre, tinha um brilho saudável. Seu corpo, robusto e bem construído denunciava sua idade avançada, junto a voz firme, indicando seu papel como o superior de Jeon.
— Ah... sim — o mais novo tombou a cabeça em direção ao chão, lembrando-se da fama que havia ganhado recentemente, após jogos significativos para sua carreira. Um sorriso brotou no canto dos lábios. — Às vezes eu me esqueço disso.
— Temos novos competidores chegando graças a você — os passos firmes e decididos ecoavam no salão vazio. — Estamos crescendo por sua causa. Eu sempre disse ao seu pai que você era um prodígio.
Jeon ficava sem graça, mas ergueu o olhar para encontrar o do mentor, com uma profunda gratidão e humildade característica de sua personalidade. A figura do treinador parecia projetar uma sombra protetora sobre ele, na qual ancorava-o a sempre respeitá-lo.
— Obrigado, eu...
— Não me agradeça. — colocou a mão livre no ombro do mais jovem. — Você já é um adulto, tem que começar a agradecer mais a si mesmo por tudo o que já fez. — cruzou os braços. — Amanhã o jogo vai ser importante, já se preparou?
