★·.· 𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟸𝟾·.·★

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(𝚂/𝚗 𝚙𝚘𝚟)

Naoya dá uma gargalhada alta ao ouvir a resposta deles.

- Vocês acham mesmo que eu vou entregá-la de volta? Faça-me rir. O lugar dela é aqui. - Ele responde, ficando sério no final

- E se ela não quiser ficar aqui? - Gojo pergunta, tomando a frente.

- Ah, mas ela quer. - Naoya responde.

- Ela quer ficar com a gente. - Ryomen fala.

- Hmmm... Mas isso é fácil de resolver - Naoya fala com um sorriso no rosto, pegando a arma novamente. - Se eu matar vocês, ela não vai querer ficar com vocês.

Rapidamente sinto meus membros se tencionarem. A dor parece sumir temporariamente pela adrenalina.

- Naoya, não precisa disso. - Falo, recebendo um tapa como resposta.

- Eu não te dei permissão para falar. - Ele responde. Logo Choso ameaça avançar. - Eu não faria isso se fosse você. 

Naoya assobia, fazendo vários seguranças armados entrarem no local, segurando cada um dos meninos.

- Agora... Quem eu deveria matar primeiro?

Ele aponta a arma para cada um deles, mas para em Fushiguro.

- Acho que você. Você é quem mais me causa problemas, nada mais justo que eu te matar, certo? - Naoya fala, fazendo meu corpo inteiro estremecer. Cutuco suas costas suavemente. - Hm? O que quer?

- Permissão para falar. - Respondo, forçando minha melhor voz de boa moça.

- Ah, aprendeu então, querida? Claro, claro. Fale.

- Por que perder tempo com eles? Vamos embora, podemos ir para longe, não acha, querido? - Falo

- Mas eles estão tentando nos atrapalhar, não vão deixar a gente ir! - Naoya responde, ainda olhando para eles. Eu puxo seu rosto levemente, o fazendo olhar para mim e encostando nossas testas.

- Eu posso falar com eles, eles vão entender que quero ir com você!

- Você... quer ir comigo? 

- Claro que quero...

- Você... está mentindo. - Seu olhar escurece, e ele começa a pressionar o gatilho, mas eu logo abaixo a arma com medo. - O que pensa que está fazendo?

- Vamos, por favor! Eu caso com você, faço o que você quiser, só vamos embora! - Respondo em desespero enquanto as lágrimas rolam.

- Você casaria comigo? - Seus olhos brilham.

- Claro que casaria, querido. Imagine só, nós dois em uma ilha, tirando férias juntos! Nosso casamento seria lindo, não acha? - Falo, odiando cada frase. - Você vai deixar que eles estraguem isso?

- Você está certa, vamos nos casar! Você é a minha noiva agora. - Ele fala, sorrindo, mas rapidamente muda a feição. - Mas não posso arriscar deixá-los estragarem isso.

Ele levanta a arma novamente e eu me jogo em cima dele.

- O que você tá fazendo, querida??? - Ele pergunta.

- Não posso deixá-lo fazer isso.

- Você está escolhendo eles???

- Não é isso, Naoya, tenta entender...

- Você é uma vagabunda mentirosa! - Ele diz, me empurrando com força e levantando, me puxando com ele em seguida. - Bem, você fez sua escolha e eu não a apoio. 

- Naoya... - Falo sem forças.

- Cala a boca, puta! - Ele grita, me colocando em frente a ele, com a arma encostando em minha barriga.

- S/N! - Ouço um grito, mas não reconheço a voz pela tensão.

- Por favor, Naoya... - Imploro, sem conseguir enxergar direito pelas lágrimas.

- Eu achei que pudéssemos ser felizes, que você pudesse me amar... mas não. Você só pensa nele. O problema, querida, é que se eu não posso te ter, ninguém vai. - Ele fala, apertando o gatilho.

Meu corpo cai no chão. A última coisa que escuto são gritos, acompanhados de barulhos de tiros e vidro quebrando. Tento manter os olhos abertos, mas tudo está incrivelmente turvo. Ouço uma voz próxima, mas não consigo reconhecer as palavras. Sinto um movimento ao redor, toques, diversas coisas, mas nada parece reconhecível.

- Eu vou descansar um pouco, ok? - Sussurro, mas não sei para quem nem porquê. Fecho os olhos, me deixando levar pelo sono.

Quando abro os olhos, vejo um lindo campo. Me pergunto quando vim parar aqui. Percebo estar sentada nas escadas da porta de uma casa. É um local bonito.

- Princesa, você não vem? - Escuto Megumi falar.

- Vou ficar aqui mais um pouco, meu bem. - Respondo enquanto bocejo, sentindo sua presença ao meu lado. 

- Dormiu do lado de fora de novo, amor? - Ele pergunta, rindo.

- O sono me levou sem querer, e aqui estava tão confortável... - Falo, fazendo ele rir suavemente. Ele deita minha cabeça em seu ombro e começa a acariciar meus cabelos.- Eu senti sua falta, sabia?

- Eu também senti a sua. Ainda bem que voltou para mim.

- Eu sempre volto para você.

O céu escurece e as primeiras gotas caem, iniciando uma chuva repentina. Megumi se levanta, mas eu permaneço sentada.

- Você não vem? - Ele pergunta, estendendo a mão.

- Para onde? 

- Receber beijinhos do céu, o que mais seria? - Ele fala, com um sorriso lindo no rosto. Sorrio de volta, segurando sua mão.

Prosseguimos a dançar enquanto a chuva molha nossos corpos. Megumi gira meu corpo, me apertando contra o seu em seguida. Balançamos de um lado para o outro, enquanto ele deixa beijos pela minha cabeça.

De repente, começo a correr no campo. O vento batendo em meu rosto junto com a chuva me fazem sentir viva. Rio como uma criança ao sentir isso.

- Princesa, você vai cair. - Megumi fala, rindo ao me ver agir assim. Dito e feito, caí feio, fazendo Megumi gargalhar e correr até mim, se deitando ao meu lado. - Eu avisei.

- Valeu a pena. - Falo, virando para olhá-lo. Estamos deitados na grama enquanto chove, nos olhando. - Não poderia estar mais apaixonada por você do que agora.

- Eu sinto sua falta.

- Mas eu estou aqui, meu bem. - Respondo, confusa.

- Sim, mas eu não estou aqui.

- O que quer dizer com isso?

- Que eu quero que você acorde. Não pode se refugiar aqui para sempre.

- Não sei do que está falando.

- Eu preciso de você, princesa. Volta para mim, por favor.  Faz uma semana, linda.

- Eu gosto da vida aqui. A casa é linda, a vista é extraordinária. Onde mais poderia aproveitar um lugar como esse? - Megumi ri com a minha fala.

- Você sabe que precisa voltar, certo?

- Só mais 5 minutinhos, Gumi, por favor. - Peço, segurando a vontade de chorar. Ele suspira fundo.

- Certo, 5 minutinhos. - Ele diz, me puxando para um abraço forte. Ficamos assim por um tempo, até uma luz quase me cegar. Fecho os olhos com força, abrindo-os quando sinto que me adaptei.

- Bem vinda de volta.

𝙲𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚊...

(𝟷𝟶𝟽𝟾 𝚙𝚊𝚕𝚊𝚟𝚛𝚊𝚜)

★·.·𝙱𝚊𝚌𝚔𝚜𝚝𝚊𝚐𝚎·.·★ - 𝙼𝚎𝚐𝚞𝚖𝚒 𝚡 𝚁𝚎𝚊𝚍𝚎𝚛Onde histórias criam vida. Descubra agora