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atualmente em shibuya, 2023
No fim das contas, quem dirigiu foi Nanami. Mesmo estando um pouquinho atordoado - e não pela bebida - assumiu o volante e perguntou o endereço de Emi.
Ficaram conversando por alguns minutos no caminho da sua casa. E surpreendentemente, a conversa fluía muito bem, mesmo o tema principal sendo puro assunto de bêbado em bar.
Passaram por assuntos estranhos e um tanto quanto fervorosos, mas nada os impedia sempre de dar uma risada quando necessário. Embora Emi estivesse um pouco travada por ter que rir das piadas quase sem graças de tio do homem ao lado, admitia que ele era interessante demais.
O jeito que cutucava os óculos quando não sabia bem o que dizer. Ou como a camisa estava visivelmente apertada para comportar tantos músculos. Até mesmo como dava para perceber que ele fazia força para não esticar as mãos e tocar na coxa de Emi sem que ela ficasse envergonhada.
Can't remember to forget you, Shakira, permeava o ar do carro em movimento. Os vidros pouco embaçados e a nítida tensão entre os dois enquanto trocavam palavras.
— Se você não tivesse ido comigo buscar as bebidas, eu provavelmente teria dormido no balcão.
— Está muito cansada?
— Nem me fale.
— Dormindo muito tarde? - Caçou do fato da garota ser muito mais nova que ele, pelo menos na aparência.
— Estou treinando todos os dias até a madrugada com o meu avô.
— Treinando com o seu avô? Ele tem idade pra isso?
— Xadrez, Nanami. Nós estamos treinando para o campeonato estadual e se tivermos sorte, o mundial.
— Poxa vida, não sabia que você jogava xadrez. Me parece muito legal. Xadrez é uma arte.
