[EM ANDAMENTO]
Amelie segue a velha receita de uma vida pacata. Um casamento fracassado, uma maternidade sobrecarregada, e o desprezo pelo próprio corpo, negligenciado de tudo que necessita: Boa alimentação, descanso e prazer.
Apesar de tudo, sua ro...
Oii, meus amores. Demorei, mas cheguei com mais um capítulo fresquinho pra vcs.
Playlist na bio, boa leitura! ✨🦋✨
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Não consigo mais contar quantos minutos fazem que o Victor reclama do quão ruim sou como esposa.
Era para a noite ser tranquila, como qualquer dia letivo comum, mas nada nessa casa é comum. Discussões como a que acontece agora são recorrentes, porém, estou cada vez mais cansada de aguentar a vida que tenho ao lado desse homem que um dia prometeu no altar me amar com a sua alma.
ㅡ Eu passo o dia trabalhando e quando chego a minha esposa prefere ficar conversando com as amiguinhas pelo celular do que me dar atenção.
Ignoro a sua espetada porque tenho certeza de que ele é capaz de supor sozinho que conversar com outras pessoas é melhor do que com ele.
ㅡ Se você não liga pra mim, pense pelo menos no seu filho, que sempre fica largado assistindo vídeos enquanto seus assuntos são mais importantes. ㅡ Apesar de, supostamente tomar as dores do Heitor, que neste momento dorme na cama dele, Victor continua muito bem sentado no sofá desde que chegou.
ㅡ Você passa o dia fora e acha que sabe o que eu faço aqui, né? O Heitor brincou comigo até a hora que você chegou. Fui eu quem dei a janta e banho nele antes de colocar para dormir. Não exijo que você faça nada disso, porque como bem lembrou, você trabalha fora, mas não venha dizer que eu não me importo com o meu próprio filho.
ㅡ Está certa, não sei o que você faz, nem parece que eu sou o seu marido. ㅡ Assim que termina de falar ele se levanta para pegar água na geladeira, e bate a porta com força ao fechá-la. O gesto me assusta.
ㅡ Quer quebrar a geladeira? ㅡ Ergo a voz, indignada, mas preciso conter a vontade de chorar de frustração.
ㅡ Tomara que quebre, essa merda. Sou eu mesmo quem vai pagar o conserto.
Abro a boca ofendida com o seu lembrete de que ele é o único que trabalha, mas logo fecho e respiro fundo antes de dizer o que está entalado na garganta.
ㅡ Eu estou cansada disso. Das brigas, do seu estresse sendo descontado em mim, dessa casa. ㅡ As lágrimas que tentei segurar, agora banham o meu rosto sem repressão. ㅡ Eu vou embora. Não mereço viver assim, o Heitor também não.
ㅡ Então vá, estúpida! Quer ir embora, vá, mas o meu filho você não vai levar.
ㅡ "Seu filho"? Você é ridículo, Victor. ㅡ Balanço a cabeça para os lados e me retiro da cozinha para ir chorar no quarto.
Aparentemente é a única reação que tenho quando o Victor se excede. É triste não conhecer mais alguém que um dia eu amei. Sinto que sou uma otária por nunca tomar a atitude de sair dessa casa, mas hoje não vou deixar que se repita.
Victor espera algumas horas até vir manso e se sentar ao meu lado no colchão, antes de começar a acariciar os meus cabelos.
ㅡ Me perdoa, amor. Fico péssimo quando perco o controle e te digo coisas que sei que vou me arrepender depois. ㅡ Ele começa o seu costumeiro pedido de desculpas. ㅡ Eu quero muito não me estressar, porque você não merece que eu desconte em você dessa forma. Eu sempre fico contando as horas pra sair do trabalho e ficar com você e o Heitor, mas quando chego aqui a minha cabeça ainda está tão cheia. Estou assumindo tantas responsabilidades lá, que não são do meu cargo, mas sei que isso não é justificativa.
