[EM ANDAMENTO]
Amelie segue a velha receita de uma vida pacata. Um casamento fracassado, uma maternidade sobrecarregada, e o desprezo pelo próprio corpo, negligenciado de tudo que necessita: Boa alimentação, descanso e prazer.
Apesar de tudo, sua ro...
Boa noite, nenéns. Se alguém estiver lendo, me deixe saber kkk. Diga um oi, dê um sinal de vida. 😅
Esse cap contém cena +18. Como ainda n postei nada sobre essa história no SCRIV, vou deixar o cap assim. Vamos torcer pro Wattpad não me pegar no flagra.
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Assim que me sento na sala de espera do consultório, enquanto aguardo minha consulta, olho o perfil da Ellen no Instagram.
Há fotos de uma trilha que ela fez com uma mulher de cabelos negros e volumosos, outras fotos em uma festa à noite, acompanhada de uma mulher loira e bastante musculosa. Também há fotos na praia, com mulheres de biquini e até em shows, com mais mulheres.
É engraçado o fato de eu me atrair apenas por uma mulher específica, não por mulheres em geral. Embora seja curioso, tal fato enfatiza a minha percepção de que me atraio por pessoas pelas quais me sinto emocionalmente próxima, não por corpos em si.
Sempre ouvi Victor dizer que minha ex-cunhada leva uma vida solta e cheia de aventuras. Isso nunca me incomodou. Depois de eu ter ido à casa dela, na semana passada e termos nos beijado, no entanto, o pensamento de que eu sou mais uma das suas aventuras tem sido recorrente.
É uma covardia sentir ciúmes quando ainda nem consegui assimilar direito que beijei uma mulher. Ellen sequer precisa ser grande para me deixar intimidada na sua presença. Ela é sim, alguns centímetros mais alta que eu, porém, a diferença não é tanta.
Pensar na minha ex-cunhada só não toma totalmente a minha mente porque existe outro problema, cuja gravidade fez eu vir me consultar com uma psicóloga.
ㅡ Senhora Amelie Trajano? ㅡ Ergo a cabeça quando ouço a recepcionista me chamando. ㅡ A doutora Carmen já está lhe aguardando.
ㅡ Obrigada.
Caminho a passos comedidos até abrir a porta do consultório. A mulher de cabelos crespos, que não parece ter mais do que 35 anos, me encara de forma séria e calma.
ㅡ Por favor, sente-se. ㅡ E gesticula para uma poltrona à sua frente, sorrindo ameno. Os tons claros do consultório me passam conforto. ㅡ Quero que você saiba que tudo que me disser aqui é sigiloso e esse é um espaço de acolhimento, não de julgamento.
ㅡ Obrigada. Como eu devo começar? ㅡ Junto as mãos sobre as pernas, meio perdida.
ㅡ Como você quiser, não há uma ordem. Você pode falar sobre a sua infância, sua vida atual, ou ir direto ao que te trouxe aqui. Fique à vontade. ㅡ Ela cruza as pernas e se recosta na própria poltrona.
ㅡ Certo. ㅡ Respiro fundo e me concentro em ser objetiva. ㅡ Estou recém divorciada e o meu casamento era abusivo. Ele nunca me bateu, mas me diminuía como mãe, como mulher, como pessoa. Já falou e agiu de forma ameaçadora, distorcia as situações pra que eu parecesse errada, ou exagerada.
ㅡ Vocês estavam casados há quanto tempo?
ㅡ Há quatro anos.
ㅡ A separação foi amigável? ㅡ ela pergunta tranquila.
