"Há tempos que não escuto algo desse tipo" confesso.
"Bom, pessoas merecem oportunidades."
"Caridade!?" grito.
Ele ri.
"Talvez."
Idiota.
"Bom, aqui está bem chato e vazio, eu estava pensando em sair para tomar café por aqui perto. Eu adoro café se você assistis..deixa pra lá."
"Está me convidando? Porque se não estiver, eu mesma me convido. Café é meu sobrenome."
"Oh, parece legal..." eu acho que ele não queria isso.
Oh, foda-se eu preciso de café.
Fomos conversando no caminho até lá, foi assim que descobri que Rafael tem um canal no YouTube e Alan também, eles fazem gameplays e falam umas merdas, pelo menos foi o que eu deduzi.
Também disse, que eu deveria ver os vídeos, se vangloriou por serem muito bons, claro que brincando.
Ele namorava com uma garota chamada Luana, informação desnecessária...
É engraçado o modo como a maioria das pessoas, mesmo mal se conhecendo, adoram contar até mesmo cada detalhe de suas miseráveis vidas, como se todos estivessem dispostos a ouvir, eu não, mas vou fazer a educada.
Ele me olhava vez ou outra, mas logo depois desviava o olhar. Típico, quando não conhecemos suficientemente alguém, temos a curiosidade de querer saber mais.
"Bom..não temos o café, mas se quiser...te ofereço um sorvete, o que acha?" suspira.
"É claro, sorvete está bom."
Pedi uma casquinha de chocolate, e Rafael de flocos, nós estávamos conversando, e eu estava tentando me esforçar para não sujar-me toda, isso sempre acaba acontecendo. Rafael percebeu meu esforço e começou a rir, o fuzilei, e então o mesmo parou.
Nós nos sentamos num banquinho, de uma praça qualquer.
"Olha, está cheio de crianças." disse as apontando o dedo.
"Ual! Crianças, nunca havia visto seres tão abomináveis como estes!" exclamo irônica.
"Não é isso...elas não te lembram nada?"
"Aquele menino ali.." disse apontando o dedo para um garoto que não parava de perturbar uma outra criança."Se parece com você!"
"Por quê?" me olha incrédulo."Ah, e aquela garotinha chata me lembra você."
"Você não sabe, nem a conhece..."
"Você também não me conhece, nem por isso deixou de me julgar desde que bateu os olhos em minha pessoa."
Droga, ele me pegou!
Ele me olhou sério, e eu não tive tempo de raciocinar um bom coice.
"Tá, você venceu" ele soltou um sorriso vitorioso.
Me pergunto da onde tiramos tanta intimidade, mas que seja, a vida é curta para pensar nisso.
"Era divertido brincar com você...antes. Claro, menos na parte em que eu apanhava."
"Crianças são estúpidas, nós devíamos ter uns...cinco anos. Vai saber, né!?"
"Sim, eu principalmente. Sabe, tinha um quedinha por você, foi tipo o primeiro amor, até acordar com um balde de água na cabeça e aprender com o tempo que, o amor não é as mil maravilhas sempre, machuca e..."
"Tá, esse assunto está ficando bem depressivo, você gostava de mim, qual é, demonstrava isso jogando terra no meu cabelo."
"Era a melhor parte!"
Dei um tapinha em seu ombro.
Passamos uma boa parte da tarde conversando, apesar de as vezes ser irônico, Rafael se mostra ser alguém bem tímido e inseguro as vezes.
Estávamos em casa já, os meninos na sala assistindo um filme qualquer, não sabia bem, mas demonstrava ser bem triste.
Olhei para os dois, Alan lutava contra as lágrimas, já Rafael chorava que nem um bebê, comecei a rir baixo para não estragar a cena e me sentei junto a eles.
Quando acabou, decidiram por um de terror. Eu assenti, pois gosto da maioria dos filmes, com exceção de poucos, é claro.
"Ela vai ficar com medo deste, pobrezinha.." Rafael ria.
"Dificilmente querido"
O filme era bem assustador, em alguns momentos era quase inevitável não gritar. Impressionante o que os filmes fazem com a gente, mesmo sabendo que o perigo está por vir, quando começa aquela música lenta e tudo a ficar mais lento, estamos lá, esperando senhor Lúcifer aparecer, ele então aparece e nos assustamos do mesmo jeito.
Estava comendo pipoca, e bebendo um grande copo de refrigerante. Logo, minha Bixiga começou a dar sinais do que estava por vir, e me retirei indo em direção do banheiro.
Sentei-me no vaso, logo depois, lavei as mãos. Ao tentar abrir a porta, ouvi o "doce" som da porta ser trancada.
Malditos!
"Abre esse caralho de porta!" gritei."Não estou brincando, aqui fede a merda, sabia?" falei, tapando o nariz furiosa.
"É por isso que estava demorando, senhorita?" ouço o riso abafado de Rafael.
"Não tem graça, abre a porta. " imploro.
Ouço um barulho, como se estivesse mexendo em uma caixa, sei lá?
Logo depois a luz desliga.
"Por favor, estou implorando. Era isso que vocês queriam!?" indaguei.
Gritei com todas as minha forças.
Parei, e o silêncio dominou o lugar.
Me sentei frente a porta, esperando uma alma piedosa a abrir.
Ouço algo como se estivessem destrancando a porta.
Os dois estavam ali, rindo da minha cara. Passei os ignorando, indo sentido ao meu quarto.
"Cuidado Lola!" falou Alan e o delinquente começou a parir aquilo que ele chama de risada.
...
Bom é isso, vocês sabem que estou reescrevendo a fic? Não sabem? Pois estou.
Na versão anterior, Lola se demonstrava alguém bem mais frágil e gentil, nesta, é alguém mais forte e irônica.
Bom, na minha opinião, acho que preferiria uma garota mudada e madura, a uma ingênua e insegura.
Quero mudar um pouco, nesta versão Rafael é alguém bem mais inseguro e calmo, ele tenta se enturmar, ser irônico igual a ela, até consegue as vezes...mas, bem, isto é um assunto que irei me aprofundar ao decorrer da fic ;3
Quero a melhorar o máximo possível, modificar muito também.
Bjsss
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A Estranha l Rafael Lange (Cellbit)
Fanfiction"05:08 nunca fôra um bom horário para mim" "Papai?"