One

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Se eu pudesse voltar no tempo, e tivesse que escolher entre curar o câncer ou salvar meu pai, eu o salvaria. A real é que, desde que ele morreu minha vida tem ficado cada dia pior, eu não saio mais de casa, não converso com ninguém nem faço amizades novas... Ao contrário da minha mãe que já superou e se casou novamente. O Leon é legal, mas nada supera a dor de não ter um pai, de não ter realmente o MEU pai.

Nós vamos mudar, vamos para o Brasil, eu diria, voltar. Minha mãe havia me dito que seria bom, que eu arranjaria amigos...discordo! Nunca tive amigos aqui no canada, não acho que terei lá também. Eu me acostumei a ser sozinha, e isso não me incomoda nem um pouco. Claro, eu tinha uma exceção Emilly era seu nome, mas ela desapareceu da minha vida a dois anos, nunca nos vimos depois disso.

Sinto a falta dela, isso é inevitável! Mas, como de costume, as pessoas que eu mais amo, sempre partem.

distrai-me com meus pensamentos e nem me deparei que a última caixa acabará de ser retirada do meu quarto, nunca havia notado como ele era grande sem todas as minhas coisas.

"Filha? Vamos? não podemos nos atrasar pro vôo" minha mãe falava alegremente do outro lado da porta.

"Estou indo."disse com o mesmo ânimo de sempre .

Desci as escadas e meus pai... Minha mãe e meu padrasto já estavam no táxi. Olhei uma ultima vez para casa, e uma lagrima involuntária escorreu.

Eu nunca voltaria pra ....

...

Chegamos.

Logo na saída do aeroporto, vejo crianças correndo de suas mães. Namorados fazendo coisas impróprias perto de todos.
Música alta...Se é que posso chamar esse lixo auditivo de música. Realmente, o Brasil é um lugar no qual não vou me adaptar tão cedo! Por outro lado, é bom ver a energia alegre que este lugar trás. Ainda não sei o porquê de minha querer voltar de um lugar com tantas memórias tristes...

"Estamos em são Paulo! Entretando só iremos ficar por uns dias para visitar alguns parentes! Nós vamos morar em Carazinho"

Espera, o quê? Isso parece nome de comida estragada.
Entramos em outro táxi a caminho da casa da minha tia.
Ao chegar, vejo uma mulher correndo nossa direção.

"Meu deus! Estava tão ansiosa! vocês vieram mesmo. Lorelaine, é você?" ela me abraçou forte, pensei que seria sufocada.

"É Lola!" disse dando ênfase no Lola, e vendo os olhares dirigidos mim por minha mãe.

"Você esta grande! nem parece mais a pequena garota que fazia torta de lama no quintal"

recordações vieram em mente, lembrei-me de que quando tinha uns 5 anos, ficava na rua fazendo torta de lama com meu primo e um garotinho loiro super irritante.

Minha mãe ficou de conversa com a minha tia, e meu padrasto tentava se comunicar em português, o que não dava muito certo, ele é gringo e não é fluente em português.

A casa não era tão grande, mas já logo que entrei pude perceber um ambiente aconchegante e cheiro de comida típica do Brasil. Hummm, essa viagem não é tão ruim por esse lado.

Continuava a observar a casa um tanto maravilhada, mas tenho de fazer a adolescente rebelde que não queria se mudar, então fecho a cara.

Ouço um pouco de fundo, mas alto o suficiente para chamar minha atenção, uma...risada? Bom, parecia uma hiena morrendo, mas podemos considerar como uma risada.

"olá amigos, como estão?"

Continuei lá, e ouvi outra voz, um tanto mais fina.

"Eu aceitei gravar hoje com o Alan lixo!"

Solto um riso, devem ser o meu primo e um amigo dele,mas não sei qual amigo, o que eles estão fazendo?Abro a porta lentamente sem chamar atenção e os vejo jogando e gravando.

Eles pareciam se divertir bastante e era engraçado de se ver.

Fiquei um bom tempo os espionado.
O garoto loiro tinha uma risada alta e engraçada, falava de um jeito estranho é quando ria a voz saia fina e em som de grito.

Não pude me conter, e soltei risos baixos, porém por um descuido deixei uma gargalhada MUITO alta sair, os dois se viraram e olharam em minha direção, corei em instantes e não sabia aonde me enfiar.

Ficaram me encarando tipo "Quem é essa estranha?",antes do meu primo dizer algo sai correndo porta a fora, e dei de cara com a minha mãe:

"O que foi garota?Viu fantasma?"

- Sim, dois! - minha voz saia ofegante, sem entender nada ela olhou para a frente, e viu os fant..meninos.


Notas

A versão original, não tinha nem metade na que tem esta, eu estou revisando a história e adicionando mais detalhes, deixando a escrita mais compreensível para vocês!

Boa leitura!

Estou pensando em fazer 2° temporada de Nudes, sugestões?

A Estranha l Rafael Lange (Cellbit)Onde histórias criam vida. Descubra agora