Madara, uma Harley e Rock 'N Roll (MadaSaku)

18 - O Último Rebelde na Estrada

Nota do Autor

Hello everyone!


Chegando com mais um capítulo para vocês! Eu reescrevi muitas partes do que seria o capítulo 18 antigo e agora se tornará 18 e 19 porque também acrescentei coisas novas. Espero que gostem dessa nova versão!

Fiz uma imagem para representar alguns momentos que o Madara teve enquanto estava pensativo à beira do lago na propriedade Uchiha. Acho que ficou bem próximo do que eu imaginei. Caso queiram ver mais fanarts de MHR, podem me procurar no tumbrl ou no X (Sah_Hatake)

Boa leitura!

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Acordar com dor de cabeça e cheiro de bebida nas roupas era algo com que Madara nunca se acostumaria e foi o que o lembrou do porquê não bebia qualquer coisa sem boa procedência. O vinho não deixava aquele odor de merda em suas roupas, nem tampouco o levava a exceder-se nas doses. Não entenda mal, Madara não culpava a bebida por passar do ponto, sabia que fez isso porque tinha raiva, como uma compulsão por esquecer a realidade – agora tão aparentemente mais solitária.

Seguiu para um banho relaxante na suíte em que fora hospedado na casa de Hashirama e Mito. Pensando neles, os amigos deveriam ter acordado muito mais cedo, pois ele encontrou a casa muito silenciosa e o dia já ia alto, lá pelas treze horas.

Quando desembaçou o espelho do banheiro para olhar-se nele, viu os olhos meio enrugados pelo sono mal dormido. Sentiu-se cansado, contudo, não fisicamente, emocionalmente.

"Olha o que fez comigo, Sakura. Esse amor me jogou no fundo do poço", sussurrou, enquanto arqueado e tendo as mãos sobre as beiradas do lavabo, fitava a imagem que era somente a sombra triste do homem que fora antes.

Lembrou-se que esta era última viagem antes de retornar em definitivo para as funções e para que a vida pudesse seguir como devia, Madara tinha um só desejo no coração: Ter de novo paz consigo mesmo, de modo que pudesse desfrutar de novo da própria solitude.

"É hora disso acabar. Por mais que eu não tenha conseguido te substituir e nem afogar esse sentimento, sei que um dia ele se apagará e eu esperarei enquanto essa emoção vira brasa e queima até restar apenas cinza, mesmo que leve muitos anos. Darei as costas para isso, assim como você deu as costas para mim e é feliz."

Madara suspirou, franzindo o cenho enquanto abria a torneira e olhava para as mãos em concha, cheias de água. "Mesmo que eu custe a acreditar que alguém possa ser feliz com um homem semelhante ao Jigen".

Pouco depois, Mito e Hashirama chegaram com compras e prepararam uma deliciosa refeição para comerem ao lado do amigo de longa data. O Uchiha, como sempre, não quis se abrir sobre o que sentia, deixando-os inconformados por não poderem aliviar o coração daquele que sempre lhes foi o amigo mais próximo e confidente.

Logo após a refeição, Madara aprontava as coisas sobre a Harley. A porta aberta da garagem, deixava entrar uma brisa ainda fria, que marcava o final precoce do inverno no hemisfério Norte.

The Last Rebel, do Lynyrd Skynyrd, soava na mente do roqueiro já naquele momento e seria assim durante toda a viagem. Pois, Madara aprontava sua moto para a viagem tal qual o homem da música, ambos sendo guerreiros cansados em cujos os olhos poderiam ser vistas as sombras de um duro passado, que marcou-lhes o coração irremediavelmente.

"Para onde pretende ir, Madara?". Hashirama indagou-o, tendo os braços cruzados enquanto observava Madara montar a moto e prender a profusa cabeira.

Madara olhou para o amigo, vendo-o ao lado da esposa, que lhe tinha uma mão carinhosamente amparada sobre o ombro. "Eu irei para as propriedades nas montanhas, quero passar pelas planícies desertas e, talvez, dormir sob o céu estrelado". Sorriu, sentindo-se nostálgico. "Sinto falta disso".