Na manhã seguinte, acordei com o despertador do celular e estranhei não estar na minha cama. Foi aí que eu lembrei que ainda estava na casa de Sunoo.
O mesmo ainda dormia da mesma forma, intocável pelo barulho do despertador.
Como ele morava sozinho e não se atrasava pra escola?
A resposta pra minha pergunta foi dada assim que senti ele se mexer no meu ombro.
– Hmm, que horas são? – lentamente ele parece perceber onde estava deitado. – Ah! Eu acabei dormindo no meio do filme, né? Desculpa, o seu ombro deve estar doendo. – ele diz, muito envergonhado.
– Não tem problema, você não é muito pesado. – respondo, igualmente envergonhado.
Nos arrumamos rapidamente e caminhamos juntos até a escola. A caminhada foi, bem, um pouco constrangedora pelos acontecimentos da noite passada, mas nada muito diferente.
Quando chegamos, algumas pessoas pareciam cochichar sobre nós. Sunoo não notou, mas eu reparei em alguns dos comentários.
"Os dois saíram da mesma casa e vieram pra escola juntos? É isso mesmo que eu ouvi?"
"O presidente é muita areia pro caminhãozinho dele"
"Será que são namorados?"
"Não sei, acho que cairia mal pra imagem do presidente"
"Ele anda com gente estranha assim? Esperava mais do presidente"
"Parece que são amigos a um tempo. Talvez o presidente só queira a imagem de cuidar dos coitadinhos"
Essa gente não tem nada melhor pra fazer?
Eu nunca fui muito de me importar com comentários, mas por algum motivo me sentia vulnerável a esses.
Desde que comecei a andar com Sunoo, logo depois daquele dia na sala do conselho, não reparei em muitos comentários. Mas, sabia que muitas pessoas falavam sobre nós pelas costas dele.
Senti que estava estragando a reputação de Sunoo e o questionei sobre isso no começo, mas ele não parecia se importar. De qualquer forma, aquilo era algo que ainda me preocupava um pouco.
A maioria dos alunos que me incomodavam, pararam de me incomodar. Mas, eu tinha receio de que eles tivessem muito remorso guardado por eu ter Sunoo como amigo.
Agora que ele estava envolvido, eu não poderia só jogar tudo pros ares e seguir minha vida sem ligar pra tudo aquilo que acontecia, como fazia antes. O que me deixava um tanto vulnerável, mas eu não me importava com isso se fosse pra garantir que ele não se machucasse.
Naquela tarde, algo que eu temia aconteceu. O trio de alunos que costumava me incomodar, decidiu voltar depois de um tempo.
Como faziam antes, eles me arrastaram pra um beco perto da escola, sem motivo algum. Não tentei fugir porque sabia que aquilo sempre piorava as coisas.
– E aí japonês? Fazia tempo que você não levava uma surra. – um deles me arremessa na parede e me dá um soco no estômago.
Merda, esqueci de como isso doía.
– Cuidado, Minjae. Vai que o presidente vê que você tá batendo no namoradinho dele? – um de seus capanguinhas diz, sarcástico, enquanto os outros riem com ele.
– Você acha que ele liga? Só deve estar andando com esse pedaço de lixo pra se fazer de bonzinho. A personalidade do presidente é só fachada. – outro garoto diz, cínico.
O lixo que sempre saía da boca daqueles garotos era sempre inacreditável.
Ricos, sem nada pra fazer, preconceituosos e mais fortes que a maioria. Eu sempre fui sua melhor fonte de entretenimento.
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The sunshine of my storm - SUNKI
FanficNishimura Riki odiava ter se mudado pra Coréia. Sua mãe era coreana e seu pai japonês. Desde que o pai faleceu, eles foram obrigados a voltar para a terra natal de sua mãe e como Riki odiava aquele lugar. Na escola, tentava se manter invisível, long...