A chegada ao internato

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Bianca point of view

O sol brilhava alto no céu quando Bianca desceu do carro, segurando firmemente a mão da mãe. Seus olhos arregalados absorviam cada detalhe do grande edifício à sua frente, com suas janelas altas e jardins bem cuidados. O internato São Vicente era imponente e, para uma menina de apenas cinco anos, um tanto intimidador.

Bianca sentia um nó na garganta. Era a primeira vez que se separava dos pais por tanto tempo. Embora sua mãe estivesse ao seu lado, o medo do desconhecido era avassalador. Sua pequena mala de rodinhas fazia um barulho ritmado no chão de pedra enquanto elas se aproximavam da entrada principal.

Ao mesmo tempo, em outro canto do pátio, Carol observava a cena com curiosidade. Seus pais estavam terminando de arrumar suas coisas e lhe dando os últimos conselhos. Carol era uma criança vivaz e curiosa, com um sorriso fácil e olhos brilhantes que pareciam capturar cada detalhe do mundo ao seu redor. Ela também sentia o nervosismo típico da primeira separação, mas a excitação de fazer novas amizades a mantinha animada.

Dentro do prédio, as duas meninas foram levadas ao salão principal, onde outras crianças e pais se reuniam. A diretora, uma mulher alta e de semblante gentil, fazia um discurso de boas-vindas, tentando acalmar os corações aflitos dos novos alunos.

Bianca e Carol acabaram sentadas lado a lado, ambas segurando seus bichos de pelúcia favoritos como se fossem talismãs contra o medo. Bianca segurava um urso marrom de pelúcia, enquanto Carol apertava uma coelhinha branca de orelhas compridas.

— Oi — disse Carol, sorrindo timidamente para Bianca.

— Oi — respondeu Bianca, um pouco hesitante, mas sentindo-se levemente reconfortada pelo sorriso amigável de Carol.

— Eu sou a Carol. E você?

— Eu sou a Bianca — respondeu, seu aperto no urso de pelúcia afrouxando um pouco.

As duas trocaram alguns olhares curiosos, estudando-se mutuamente. Era o começo de uma amizade que, embora ainda desconhecessem, iria moldar suas vidas para sempre.

Depois do discurso da diretora, os pais foram se despedindo, e as crianças foram encaminhadas para os dormitórios. Bianca e Carol, por uma sorte do destino, foram designadas para o mesmo quarto. Quando chegaram lá, suas malas já estavam esperando, e as camas lado a lado prometiam muitas noites de conversas e segredos compartilhados.

A primeira noite foi difícil. O quarto escuro e desconhecido parecia muito grande, e o barulho das outras crianças murmurando baixinho fazia Bianca se sentir ainda mais solitária. Sentindo uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha, ela apertou o urso de pelúcia e tentou se consolar.

Carol, percebendo a aflição da nova amiga, sussurrou:

— Está tudo bem, Bianca. Vamos ficar bem. Eu estou aqui.

Bianca olhou para o lado e viu Carol sorrindo encorajadoramente. Aquelas palavras simples, mas sinceras, foram tudo o que precisou para sentir-se um pouco melhor. Bianca sorriu de volta e, pela primeira vez desde que chegara ao internato, sentiu uma pontinha de esperança.

As duas meninas acabaram adormecendo, cada uma segurando seu pelúcia, e aquele foi o início de uma amizade que enfrentaria muitos desafios, mas que seria igualmente repleta de momentos inesquecíveis e felizes.

O internato São Vicente, que inicialmente parecia um lugar assustador e solitário, começava a se transformar no cenário de uma bela história de amizade e amor.

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