• [Por que você me ama?] ~ Lyney

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- WHY DO YOU LOVE ME? -

  Após a dança, Amelie decidiu ir retirar sua dúvida. Procurou pela Adeptus que conversou mais cedo.

Por sorte, a encontrou sozinha.

Sem nem mesmo dar um 'oi', Melie puxou Violet para um local escuro e a prendeu contra a parede.

- Precisa de alguma coisa? - Myers perguntou, sem nem esboçar reação sobre a repentina abordagem.

- Como sabe daquilo? - Perguntou, uma expressão de raiva no rosto. - Vamos, me responda!

- Eu sei de muitas coisas. Depende o que está perguntando.

- Pare de se fazer de idiota! - Rangeu os dentes. - Meu sobrenome! Como sabe ele?!

- Ah, sim. - Deu de ombros. - Não é algo específico sobre você. Eu simplesmente conheci seus pais.

Dessa vez Amelie perdeu a paciência, puxou a mulher pelo cabelo.

Mesmo assim, Myers não esboçou reação.

- COMO?!

- Eles eram quase adultos. Estavam planejando se casar. Um casal muito estranho, devo dizer. Eles diziam querer se casar e ter filhos, mas tinham muito trabalho para pensar nisso. Parece que eu estava certa, afinal de contas eles realmente não conseguiram tomar conta de uma criança. Você foi abandonada, não foi?

Soltou o cabelo dela assim que ouviu essas palavras.

- Não... Não fale como se sabe algo sobre mim! - Lágrimas ousaram querer sair de seus olhos, mas ela realmente não sabia se aquelas eram de raiva ou tristeza. Talvez nunca fosse saber, afinal.

- Não sei. Mas você faz parecer óbvio. - Lentamente, um sorriso meio triste apareceu no rosto da Adeptus. - Você se parece comigo. Eu era igual a você. Incerta do que queria e isolada. - Retirou meus braços da parede, os segurando com ternura. - Acredite em mim, não precisa ser assim. Realmente não precisa, garota. - Com calma, acariciou meu cabelo. - Você pode confiar nas pessoas que confiam em você. Você não precisa ser assim. Tem uma vida curta. Não pode passar ela desse jeito. Viva. Viva a vida. - Amelie pode sentir a respiração calma da mulher em seu rosto, além de seus olhos vermelhos a encarando com carinho. - Não tem que se reprimir desse jeito. Eu vi o quanto aquele mágico parece guardar carinho por você. Tenho certeza que ele odiaria te ver assim.

Amelie estava chorando silenciosamente.

- Se permita sentir. - Seu sorriso cresce um pouco. - Se permita chorar, se permita rir, ter medo, raiva, nojo, alegria, tristeza, inveja, vergonha e principalmente... Se permita amar. Se permita se amar, amar seus amigos e tudo o que quiser. - Sua mão pousa no ombro dela. - Não estou aqui para te dar uma lição de vida. Não, porque não sou eu quem deve fazer isso. Mas nesse momento, eu estou aqui. Então pode me contar o que quiser. Como já deve ter percebido, não sou de contar muitas coisas.

Sem aguentar mais, Amelie abraçou Violet, que parece ter ficado sem jeito no primeiro momento, mas tentou o máximo para retribuir o abraço.

- Responda a carta, conte para Tsaritsa o que sente. Tenho certeza que ela ficará feliz. - Afagou o cabelo dela antes da mesma se afastar um pouco.

Os olhos um pouco arregalados.

- Como... Como você?... - Amelie tentou perguntar.

Violet simplesmente fez um sinal de "Shh" com o dedo e se retirou.

Rutbeth ficou ali, paralisada, sem saber mais o que fazer. Não iria até Lyney porque o mesmo estava mostrando alguns truques de mágica para o público.

Se direcionou ao banheiro e lavou seu rosto, respirando fundo e se olhando no espelho.

Por algum motivo, ela sorriu, sem nem pensar em fazer isso.

Mas gostou de fazer isso.

Era bom sorrir genuinamente algumas vezes, não acha?

Então saiu daquele banheiro. Assim que o fez, o relógio tocou, indicando o fim do baile.

Todos se arrumaram e Amelie procurou Lyney com os olhos.

- Boo! - Alguém apareceu atrás dela. Ela não se assustou, já que sabia que era Lyney. Apenas se virou e deu um sorriso, pegando a mão dele.

- Vamos! - Foi andando com ele até a saída.

O mágico ficou sem palavras, a boca entre aberta. Não tinha ideia do que havia acontecido com Amelie enquanto ele estava fora. Mas... O que quer que tenha sido, ainda bem!

.   .   .

"Querida Tsaritsa.

   Obrigada. O baile foi uma ótima experiência. Para começar, vou te dizer o que descobri. Violet não quis ir com Rex Lapis para Liyue, pois preferiu Mondstadt. Então ela fez a escolha por si própria.

Eu acabei só descobrindo isso, mas eu espero que seja o suficiente para lhe saciar.

E... Sobre a sua segunda carta...

Gostaria de contar para você o que anda acontecendo comigo, também.

Eu estava reprimindo meus sentimentos até agora a pouco. Acreditei que isso me faria bem. Além disso, me proibi a confiar nos outros.

Mas hoje... Descobri que não precisa ser assim. Vou tentar ser mais verdadeira comigo mesma. Sei que não vai ser fácil me desapegar a personalidade que criei, mas eu acho que consigo.

Hoje eu dancei com Lyney. Eu... Sempre sinto algo diferente perto dele. As pessoas dizem que é o que chamam de amor. Mas será? Eu tenho um certo medo de amar. E se ele não me amar de volta? Eu sei que você, Tsaritsa, está concentrada no seu plano de "queimar o velho mundo", mas será que poderia me ajudar nisso?

Lyney é alguém romântico com todos, então não tenho como saber se ele sente algo por mim. Isso é tão complicado que tenho vontade de colocar minha lança contra meu pescoço.

Além de você, vou contar isso a minhas amigas. Navia e Lynette. Elas sempre afirmam que eu e Lyney estamos apaixonados e que eu sempre caio nos charmes dele. Me pergunto se elas conseguirão tirar minhas dúvidas?

Além disso, descobri que Liyue é um lugar lindo. Para Violet querer trocar Liyue por Mondstadt, lá deve ser uma das oito maravilhas do mundo, imagino. Talvez um dia eu vá visitar lá, o que você acha?

Além disso, uma jornalista chamada Charlotte, do pássaro a vapor, escreveu uma reportagem sobre mim. Ela me entrevistou. É realmente uma garota muito animada. Bom, por que você não lê? Junto da carta, estou enviando uma cópia da reportagem. Espero que tenha tempo para ler.

De qualquer maneira, é isso.

Provavelmente não nos veremos tão cedo, então, por favor, não faça nenhuma idiotice enquanto eu não estiver aí.

Com... Amor, Lie; sua filha. "