Capítulo 22

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KARA

- Oh meu Deus, isso é incrível. - Camila geme e estende o garfo em direção ao pote novamente.

O grande cozinheiro, que está do outro lado da mesa, pega a panela pela alça e a desliza para si, falando alguma coisa em russo e apontando para trás.

- O bebê quer. - Camila pega a outra alça da panela e começa a puxá-la de volta para ela.

O cozinheiro larga a panela, joga as mãos no ar e vai embora.

- A jogada de bebê funciona sempre. Igor não entende muito, mas conhece essa palavra. - Camila sorri, pega outra garfada de macarrão e enfia na boca.

Eu não posso deixar de rir, pegar outro garfo e me juntar a ela.

Uma garganta limpa atrás de mim, e eu me viro e encontro Lena puxando uma cadeira e sentando ao meu lado.

- Esse é o nosso jantar? - Ela arqueia uma sobrancelha. - Aquele que nós quatro deveríamos estar comendo juntas? Na sala de jantar?

Larguei o garfo.

- Camila começou. Eu tive que aderir. Seria rude deixar a esposa da pakhan comer sozinha.

- Eu vejo... - Ela inclina a cabeça um pouco e se inclina para mim. - Posso provar?

Sorrio, pego um pouco da massa no garfo e levo até a boca dela. Camila está assistindo toda a provação do outro lado da mesa com os olhos arregalados, a boca aberta.

- Puta merda. - ela murmura, mas Lena ignora seu comentário.

- Você conseguiu? Achei que eles convidaram você para jantar, não para fazer um.

- Bem, tecnicamente, Igor conseguiu. - Camila acrescenta. - Kara o instruiu, e eu ajudei com a tradução.

- Eu me pergunto como isso funcionou.

- Eu apontei. E Camila cutucou Igor nas costelas quando ele não entendeu.

Lena levanta a mão para passar o dedo pela minha bochecha e seus lábios se abrem um pouco em um sorriso. É pequeno e desaparece depois de um segundo, mas meu coração ainda palpita. Ela tem um sorriso lindo.

A porta da cozinha do outro lado da sala se abre e a pakhan entra, com o rosto sombrio. Ela diz algo em russo e Lena xinga.

- Houve um incêndio em um dos armazéns. Eu tenho que ir. - Lena beija o topo da minha cabeça e se levanta. - Vou ligar para Denis para buscá-la e levá-la para casa.

- Me mande uma mensagem para que eu saiba que você está bem. Por favor.

- Eu vou. - O olhar que Lena me dá é em parte surpresa e em parte satisfação, e então ela se foi.

* * *

São quase três da manhã quando Lena volta. Eu pulo do sofá no momento em que ouço a porta se abrir e, segurando o cobertor ao redor de mim, corro para ela. Lena está coberta de fuligem, manchas pretas por todas as mãos e rosto, mas parece ilesa.

- Por que você não está dormindo?

- Eu estava preocupada.

- Lis?

- Dormindo. Tivemos panquecas para o jantar novamente. - Eu gesticulo e começo a desabotoar sua camisa. A manga está rasgada em um lugar, mas quando inspeciono seu braço, não encontro nenhum ferimento.

- As calças. Depois o chuveiro.

Lena não reclama de eu dar ordens a ela, apenas me beija de leve nos lábios e, deixando o terno arruinado no chão, vai em direção ao banheiro. Eu levo sua camisa e calça para a lata de lixo, então vou atrás dela.

A Marriage with the Máfia - Lena Intersexual Onde histórias criam vida. Descubra agora