Promessas na Escuridão

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Na manhã seguinte, a base da FEIT estava envolta em uma atmosfera de tensão e expectativa. O sol mal havia surgido no horizonte, lançando uma luz suave e dourada pelos corredores frios e metálicos. Nicolly estava deitada em sua cela, seus olhos fechados, ainda imersa em um sono inquieto.

Luis estava do lado de fora da cela, observando-a com uma expressão mista de preocupação e carinho. Ele nunca imaginou que a veria assim, vulnerável e presa. O ambiente ao redor era silencioso, exceto pelo som ocasional de passos de guardas ao longe. O contraste entre o amor que sentia por ela e a responsabilidade que tinha como líder da FEIT fazia seu coração pesar.

Quando Nicolly começou a se mexer, acordando lentamente, Luis sentiu um aperto no peito. Seus olhos se abriram devagar, encontrando os dele através das barras de metal. Ela piscou algumas vezes, ajustando-se à luz suave que invadia a cela.

"Bom dia," Luis disse com uma voz calma, mas carregada de emoções conflitantes. Ele se aproximou da porta da cela, observando cada movimento dela com atenção.

Nicolly sentou-se na cama, passando a mão pelos cabelos, ainda desorientada pelo sono. "Luis," ela murmurou, sua voz suave e um pouco rouca. "Você está aqui."

Luis respirou fundo, tentando manter a compostura. "Eu conversei com os outros agentes - Cauã, Arthur, Leonardo e Naira. Eles concordaram em ouvir sua história. Mas, para isso, preciso algemá-la e levá-la até a sala de reuniões."

Os olhos de Nicolly brilharam com uma mistura de tristeza e aceitação. Ela sabia que isso era necessário, mas a ideia de estar algemada na frente dele a machucava profundamente. Mesmo assim, assentiu. "Tudo bem, Luis. Eu confio em você."

Luis abriu a porta da cela, seus movimentos lentos e deliberados. Nicolly se levantou e se virou de costas para ele, permitindo que ele colocasse as algemas em seus pulsos. O toque dele era gentil, quase carinhoso, mas a frieza das algemas era um lembrete cruel da situação em que estavam.

Enquanto ele fechava as algemas, seus dedos roçaram a pele dela, enviando um arrepio pelos dois. Luis sentiu uma dor profunda em seu coração, desejando que as coisas fossem diferentes. A proximidade dela, o cheiro familiar de seus cabelos, tudo fazia com que fosse ainda mais difícil cumprir seu dever.

Com Nicolly algemada, Luis a guiou pelo corredor, seus passos ecoando pelo chão de concreto. A cada passo, a tensão entre eles aumentava, carregada por sentimentos não ditos e emoções reprimidas. Nicolly caminhava com a cabeça erguida, mas Luis podia ver a tristeza em seus olhos.

Quando chegaram à sala de reuniões da FEIT, todos já estavam presentes, esperando ansiosamente. Cauã, Arthur, Leonardo e Naira estavam sentados ao redor da mesa, seus rostos sérios e atentos. Eles se viraram ao ver Luis entrar com Nicolly, a surpresa e a curiosidade estampadas em seus rostos.

Luis conduziu Nicolly até uma das cadeiras e a ajudou a se sentar, ainda algemada. Ele então se posicionou ao lado dela, sentindo o peso do momento. O silêncio na sala era quase palpável, cada pessoa presente aguardando para ouvir o que Nicolly tinha a dizer.

Nicolly olhou ao redor, encontrando os olhos de cada um dos agentes. Finalmente, ela respirou fundo, preparando-se para contar sua história. O momento era tenso, cheio de antecipação. Todos na sala sabiam que as palavras dela poderiam mudar tudo.

A tensão na sala de reuniões era palpável. O silêncio era quebrado apenas pelo som suave da respiração de Nicolly, enquanto todos os olhos estavam fixos nela. Naira, com um tom sério e firme, quebrou o silêncio.

"O que você tem pra nos contar, Nicolly?" Naira perguntou, sua voz carregada de autoridade e expectativa.

Os olhos de Nicolly se encheram de lágrimas enquanto ela começava a falar, a dor e a sinceridade em sua voz evidente para todos presentes. "Eu não sou a vilã que vocês pensam," ela começou, sua voz tremendo levemente. "Eu não tinha escolha."

A Sombra de FuturiaOnde histórias criam vida. Descubra agora