Estrela de Verão

Prologo

O som dos pneus no asfalto ecoava na mente de Lucas enquanto o carro da família atravessava as estradas sinuosas rumo à nova cidade. As árvores passavam em um borrão verde, mas seus pensamentos estavam distantes, imersos em um turbilhão de emoções. Deixar para trás a vida que conhecia, seus amigos e a familiaridade do bairro onde cresceu, era mais difícil do que ele imaginava. Aos 18 anos, Lucas sentia que estava começando do zero.

Sentado no banco de trás, com fones de ouvido abafando o ruído do motor, ele olhava pela janela, tentando imaginar o que o aguardava. Nova escola, novos rostos, novas experiências. Havia uma pitada de excitação, mas o medo do desconhecido predominava. Lucas sabia que a vida tinha um jeito de surpreender, e ele se apegava a essa esperança silenciosa enquanto a paisagem mudava diante de seus olhos.

Quando finalmente chegaram à nova casa, um sobrado charmoso em um bairro tranquilo, Lucas respirou fundo, sentindo o ar fresco de verão encher seus pulmões. Seus pais estavam ocupados descarregando caixas, mas ele decidiu explorar um pouco, se afastando em direção ao parque local. O sol já estava baixo no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa.

Sentado em um banco de madeira, Lucas observava as crianças brincando, casais passeando de mãos dadas e pessoas correndo com seus cachorros. Havia uma certa paz naquele lugar que ele não esperava encontrar. Foi então que ele viu um garoto, com cabelos castanhos desgrenhados e olhos verdes brilhantes, rindo alto com um grupo de amigos. Algo naquela cena tocou Lucas profundamente, como se estivesse assistindo ao primeiro ato de uma história prestes a começar.

Sem saber o que o futuro reservava, Lucas sentiu uma faísca de otimismo. Talvez, só talvez, aquela cidade trouxesse algo mais do que apenas uma mudança de endereço. Enquanto a noite caía, ele decidiu que estava pronto para enfrentar o desconhecido, de coração aberto e mente receptiva. O verão estava apenas começando, e com ele, novas possibilidades surgiam no horizonte.