Capítulo 1

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O som do despertador ecoou no quarto de Lucas, marcando o início de seu primeiro dia na nova escola. Com um suspiro, ele se levantou e olhou pela janela, vendo a luz suave da manhã iluminar o bairro ainda adormecido. Seus pais já estavam na cozinha, preparando o café da manhã e discutindo os planos para o dia.

— Bom dia, filho. Preparado para o grande dia? — perguntou sua mãe, com um sorriso encorajador.

— Acho que sim — respondeu Lucas, forçando um sorriso em resposta.

Depois de um rápido café da manhã, Lucas pegou sua mochila e saiu de casa. O caminho para a escola era tranquilo, com poucas pessoas na rua. Ele respirou fundo várias vezes, tentando acalmar os nervos. Cada passo parecia ecoar na sua mente, lembrando-o da grande mudança que estava prestes a enfrentar.

Quando chegou à escola, Lucas se dirigiu ao escritório para pegar seu horário e mapa das salas. A recepcionista, uma mulher amável de meia-idade, lhe deu as boas-vindas com um sorriso caloroso.

— Bem-vindo, Lucas! Espero que você goste da nossa escola. Se precisar de alguma coisa, é só me procurar — disse ela, entregando os papéis.

Com seu horário em mãos, Lucas se dirigiu à sua primeira aula: Literatura. Ao entrar na sala, sentiu os olhares curiosos dos colegas. Ele se apresentou rapidamente ao professor e escolheu um lugar na fileira do meio. Foi então que notou Rafael, o garoto que tinha visto no parque na noite anterior. Ele estava sentado na fileira da frente, rindo e conversando com os amigos.

A aula começou, mas a mente de Lucas estava distante. Ele observava Rafael de soslaio, impressionado com sua energia e carisma. Quando o sinal do intervalo tocou, Lucas se levantou lentamente, ainda incerto de como abordar as pessoas. Para sua surpresa, Rafael se aproximou.

— Ei, você é novo aqui, né? Eu sou Rafael — disse ele, estendendo a mão com um sorriso amigável.

— Sou sim, meu nome é Lucas — respondeu, apertando a mão de Rafael.

— Prazer em conhecê-lo, Lucas. Quer se juntar a mim e meus amigos no intervalo? Podemos te mostrar a escola — ofereceu Rafael.

Lucas aceitou com gratidão. Enquanto caminhavam pelo corredor, Rafael lhe apresentou os amigos, todos acolhedores e curiosos sobre o novo colega. Eles passaram o intervalo conversando e rindo, e pela primeira vez em muito tempo, Lucas se sentiu à vontade.

À medida que os dias passavam, a amizade entre Lucas e Rafael se fortaleceu. Eles descobriam interesses em comum, como a paixão por música e filmes. Rafael o apresentou a lugares da cidade que Lucas jamais teria encontrado sozinho, tornando cada dia uma nova aventura.

Certa tarde, enquanto andavam de bicicleta pelo parque, Lucas não pôde evitar sentir algo diferente. Seu coração batia mais rápido quando estava perto de Rafael, e ele não conseguia tirar os olhos daquele sorriso encantador. Em uma das paradas, enquanto descansavam à sombra de uma árvore, Rafael começou a falar sobre seus sonhos e medos, abrindo-se de uma forma que Lucas não esperava.

— Às vezes eu sinto que estou preso em um lugar pequeno demais para meus sonhos — confessou Rafael, olhando para o horizonte.

— Eu sei como é isso — disse Lucas, sentindo uma conexão profunda com aquelas palavras. — Mas acho que, com as pessoas certas ao nosso lado, podemos enfrentar qualquer coisa.

Rafael sorriu, e naquele momento, Lucas sentiu que talvez tivesse encontrado não apenas um amigo, mas alguém especial. A cada dia que passava, ele se apaixonava um pouco mais, esperando pelo momento certo para revelar seus sentimentos. O verão ainda estava no começo, e Lucas mal podia esperar para ver onde essa nova jornada o levaria.

****

Os dias seguintes foram uma mistura de excitação e apreensão para Lucas. Cada manhã trazia a promessa de novas descobertas e amizades, mas também o medo de não ser aceito. Felizmente, Rafael estava sempre por perto, fazendo com que Lucas se sentisse mais confiante e menos solitário.

Durante uma das aulas de biologia, a professora anunciou um projeto em dupla que seria realizado ao longo do semestre. Rafael rapidamente olhou para Lucas e sorriu.

— Quer fazer o projeto comigo? — perguntou Rafael, já antecipando a resposta.

— Claro! — respondeu Lucas, feliz por ter sido escolhido.

Naquela tarde, eles se reuniram na biblioteca para discutir o tema do projeto. Entre risos e debates, decidiram explorar a biodiversidade da floresta local. Passaram horas planejando as visitas de campo e as formas de coletar dados. Lucas percebeu que, além de carismático, Rafael era extremamente inteligente e dedicado.

Enquanto folheavam livros e trocavam ideias, Lucas sentiu uma conexão ainda mais forte com Rafael. Era como se, em meio a todas aquelas páginas, ele estivesse descobrindo não só o projeto, mas também partes de si mesmo que nunca havia explorado. Ao final da sessão de estudo, Rafael sugeriu algo que deixou Lucas empolgado.

— Que tal fazermos nossa primeira visita à floresta amanhã? Podemos começar a coletar amostras e tirar algumas fotos.

— Adorei a ideia! — disse Lucas, ansioso para a nova aventura.

No dia seguinte, munidos de cadernos, câmeras e muita curiosidade, Lucas e Rafael se aventuraram na floresta. O lugar era mágico, com árvores altas que filtravam a luz do sol e um silêncio quebrado apenas pelo canto dos pássaros e o farfalhar das folhas.

— Este lugar é incrível — disse Lucas, tirando fotos das plantas e anotações detalhadas.

— Sim, é um dos meus lugares favoritos na cidade — respondeu Rafael, observando uma borboleta pousar em uma flor próxima. — Venho aqui sempre que preciso pensar ou fugir um pouco do mundo.

Enquanto caminhavam mais profundamente na floresta, Lucas se sentiu mais à vontade do que jamais estivera. Rafael falava sobre as diferentes espécies de plantas e animais com paixão, e Lucas absorvia cada palavra, maravilhado com o conhecimento do amigo.

Em um momento de pausa, enquanto descansavam à beira de um pequeno riacho, Rafael virou-se para Lucas com um sorriso.

— Sabe, estou muito feliz que você tenha vindo para esta cidade. Não sei por quê, mas sinto que podemos fazer grandes coisas juntos.

Lucas sentiu o coração acelerar. — Eu também sinto isso, Rafael. Desde que te conheci, tudo parece mais... brilhante.

Rafael sorriu ainda mais, e naquele momento, Lucas soube que estava exatamente onde deveria estar.

O projeto de biologia se transformou em mais do que apenas uma tarefa escolar. Tornou-se uma ponte que unia Lucas e Rafael de maneiras profundas e inesperadas. Cada dia na floresta era uma nova oportunidade de aprendizado e conexão, fortalecendo a amizade e os sentimentos que cresciam entre eles.

À medida que o semestre avançava, Lucas se adaptava cada vez mais à nova escola e à nova vida. Com Rafael ao seu lado, ele se sentia invencível, pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse. O verão estava se transformando em memórias inesquecíveis, e Lucas mal podia esperar para ver o que o futuro reservava para ele e Rafael.

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