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Hoje era dia de ver a minha mãe, eu sempre ficava borocoxô na hora de ir embora. Odeio ver ela em uma situação péssima que eu coloquei
Na volta pra casa postei um stories com o olho cheio de água e a localização de onde eu estava, o Guilherme vem sempre comigo, dessa vez ele não conseguiu e nem a tia Val, primeira vez que vim sozinha de tudo
Miguel estava para a casa do pai dele, eu estava sozinha e não gostava, eu cresci em uma casa que era lotada de pessoas, o maior pavor da minha vida é ficar sozinha, a minha mente consegue ser a minha pior inimiga
Me deitei no sofá com a barriga para baixo e olhei para o quadro pendurado na sala, ele se foi a quase quatro anos e até hoje sinto sua falta como nunca. Ele faz parte da minha história e de tudo que me tornei hoje, foi o meu irmão que eu nunca tive, foi a minha família e eu o perdi.
—Oi querida— Tia val entrou com algumas sacolas na mão
—Oi tia— respondi encarando ela e ela deu um sorriso triste
—Como foi lá?— ela perguntou se aproximando e me dando um abraço apertado
—O de sempre, conversamos e no final acabou em chororo— falei e ela soltou uma risada
—Logo logo isso acaba, você vai ver— ela disse e eu assenti meio inconformada ainda
—Eu trouxe umas compras para fazer a sua comida preferida— ela disse e eu sorri
—A cozinha é sua, já sabe— falei e ela me deu um beijo na testa —Como estão as meninas? Não as vejo faz algum tempo
—Vivendo essa vida de loucura sabe, eu me preocupo mais penso que elas tem que viver mesmo, por mais que algumas atitudes me desagradem— ela dizia enquanto eu acompanhava ela até a cozinha e me sentava no balcão
—A Su teve filhos muito nova, não aproveitou quando devia tia e a Ellen está descobrindo a vida agora, é normal cometer alguns erros— falei e ela concordou
—Elas me lembram quando você e o Kevin eram adolescentes, me faziam de maluca— ela disse e eu dei risada
—Foi a melhor época da minha vida— falei e ela sorriu
—Eu não gosto muito de fazer strogonoff, mais se você gosta querida, vou por as mãos na massa— ela disse e eu sorri concordando
—O Miguel está para a casa do Thales?— ela perguntou e eu acenei com a cabeça —E como estão as coisas entre vocês?
—O mesmo de sempre, ele fica me colocando pressão o tempo todo, quando não é sobre o menino, é sobre o trabalho quando não é sobre o trabalho é sobre nós dois— falei suspirando cansada e ela me olhou enquanto fazia o arroz
—Você sabe porque ele faz isso brendinha — ela disse o meu apelido de infância —Quer voltar e não sabe pedir
—Você sabe tudo que eu sofri tia, não quero aquilo pra mim de novo— falei e ela concordou com a cabeça
