III - Era Uma Vez um Traidor

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Província Celestia
muitos anos atrás

Falcon caminhava pelo corredor que dava acesso aos seus aposentos. Sua túnica branca combinava muito com o mármore das apredes daquele castelo. Ele era um mago muito respeitado entre todas as Províncias por ser um dos poucos que dominava tanto a magia da luz quanto a magia das trevas. Seu espírito estóico mantinha seus princípios para não permitir que o poder defina seu valor mas sim sua honra. De seu bolso ele tirou a chave e abriu a porta de ferro onde a primeira coisa que se podia ver era sua escrivaninha e suas pilhas de livros de feitiços e poções. Nas paredes podia-se ver prateleiras cheias de livros todos muito bem organizados de acordo com o tema. A maioria ele não lia mas mantinha guardados para usos específicos e de urgência. Se aproximando da escrivaninha procurou cuidadosamente alguns livros específicos que iria entregar a seus alunos na Escola de Artes Mágicas de Celéstia. Felizmente os encontrou em uma outra pilha ao lado cama. Recolheu-os em uma caixa de madeira bem esculpida e talhada com desenhos de simbolos arcanos antigos. Se fosse outra pessoa teria se assustado com a abrupta chegada de seu atrapalhado aprendiz porém seus sentidos espirituais aflorados já o fizeram sentir a presença dele a se aproximar a quilometros de distância.
- Mestre- disse o ajudante- desculpa o atraso, acabei tendo que resolver um problema com infestação de ratos na casa da minha mãe e...
- Tudo bem. Não se condene, ainda temos tempo. Antes de irmos a Escola de Artes Mágicas o rei nos chamou para uma reunião e é importante que você vá também pois se quiser ser um mago, precisa estar perto do rei para sempre o aconselhar.
- Sim, mestre. Ainda muito que aprender e estou dispoto a isso desde criança.
- Ótimo, rapaz. Vamosas antes acho melhor você trocar de roupa.- disse ele olhando para a túnica suja de lama que seu ajudante trajava
- Foi acidente- disse um pouco nervoso- Vou me trocar agora mesmo.

°°°°°°

  A sala do trono de Estéfus era ampla. Haviam esculturas de águias em cada lado do trono, onde o mesmo se encontrava no alto de três degraus. Bem aos pés do trono, uma criatura maior que um homem respirava e inspirava em sono profundo. Era simplesmente uma criatura forte e bela. As penas de suas enormes asas terminavam em uma pelagem acizentada que revestia o corpo do animal de cabeça semelhante ao de uma águia. Suas patas possuiam cascos como de cavalos. Aquele era o grifo que Estéfus encontrou na floresta e desde então os dois criaram um laço quase inquebrável. O rei estava atônico com a notícia que seu mensageiro trouxera da Província Dominius. O rei Zandrak planejava conquistar todas as Províncias. Uma de cada vez. Ao ser informado que Atlântida seria a primeira Província a ser atacada, o rei enviou tropas para auxiliar Quintos, rei de Atlântida, na batalha contra Zandrak. Falcon foi chamado para auxiliar o rei a bolar estratégias eficientes contra o tirano que se aproximava.
- Temos soldados preparados a anos. Vamos enviar boa parte deles para Atlântida e impedir que aquele maligno obtenha sucesso.
- Já sabemos quantos são do exército de Zandrak?- perguntou Falcon
-Ainda não mas há rumores de que ele tenha reunido as criaturas das trevas para vencer a guerra usando magia negra. Por sorte temos você, Falcon. Você conhece magia boa e a má. Com isso poderemos deter o mau de avançar.
- Sim,meu rei.- disse o mago- Farei o que for preciso.
- É bom termos você do nosso lado. Leve seu ajudante. Ele já está em nivel avançado?
- Sem dúvidas. Meu ajudante está apto para encantamentos e feitiços de nivel avançado. Falta pouquíssimo tempo até ser nomeado mago pleno
- Excelente!- disse o rei- Quanto mais apoio tivermos mais chances teremos de vencer.

°°°°°°

  O ajudante de Falcon estava terminando de preparar o chá para seu mestre. Sua receita envolvia três ervas diferentes colhidas nos jardins do palácio e fervidas na água com uma gota de poção de cura. Os magos tinham o hábito de beber chás com alguma poção de sua escolha pois acreditavam que trazia equilibrio mental e espiritual a eles.
-Isso vai ser uma jornada e tanto- disse ele
- Com certeza. É a primeira vez em toda história que travamos uma batalha. Nossa paz está em risco e há muito o que ser feito para...para...-ele parou a frase
- Sim, eu sei que a paz está em risco, Falcon. Porém eu não estava aprendendo magia com você atoa. O deus Zandrak quer sangue. O seu sangue. E assim ser imvencível- disse o rapaz
- Você me enganou! Como?
- Parece que até o mago mais poderoso pode ser enganado, não é mesmo?- respondeu ele com um sorriso maligno que Falcon jamais imaginara que seu ajudante seria capaz de ter. O mago sentiu sua força ir embora e sua vista escurecia cada vez mais. Logo que o mago apagou, o jovem apanhou seu punhal e fez um corte profundo no braço esquerdo do mago. Em seguida, aproveitou para colher sangue suficiente em um pequeno frasco de vidro, antes que o mago começasse a se regenerar. O rapaz não queria mata-lo, apenas recolher seu sangue e leva-lo para Zandrak beber.- Foi bom ter sido seu aluno. zin zidi axia xamá anin - o jovem recitou o feitiço e uma densa névoa o vez desaparecer. Falcon permaneceu no local, sozinho e sangrando sem parar. Não estava morto porém seu espírito já não estava mais presente em seu corpo.

 Não estava morto porém seu espírito já não estava mais presente em seu corpo

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Natanael E A Batalha Das Sete Províncias Onde histórias criam vida. Descubra agora