Pernoite

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Beirou a loucura isso de pernoitar na tua cama depois de fumar fingindo que entendo dos males do mundo, quando pra mim foi a primeira vez que eu acreditei na adrenalina de não andar na linha, a menos que fosse a linha do trem, eu jamais passara dela. Te jurei um adeus digno, me despedi como deveria fazer um amante de despedidas mal feitas, pra voltar no outro dia e repetir a promessa, que o próximo abraço seria mais apertado, ou que os últimos cinco segundos seriam mais longos, daquele jeito que se faz para alimentar vontades no outro de um jeito que não se faz, e não me pergunte se falo das carnais, bem pior, eu falo da vontade de dizer eu te amo quando não se espera reação, a vontade de encostar a testa no peito do outro esperando que as almas se conectem, eu vi as últimas lembranças da pernoite como num filme ruim, eu não me lembro onde parei e nem sei se quero continuar. eu me preparei muito bem para a próxima despedida, mas acontece que você sumiu antes sem se despedir.

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